Arquiteto Pedro Coimbra assina seu primeiro edifício no Rio para o MO.dO

O arquiteto Pedro Coimbra, já conhecido na capital fluminense por seus projetos autorais e pelo trabalho de preservação de casas e mostras importantes, acaba de assinar seu primeiro edifício carioca. O novo MO.dO Botafogo confirma sua entrada na escala do edifício e inaugura uma nova fase da plataforma “Design Living”, que aposta em projetos com identidade, propósito e conexão real com a vida urbana.

“Projetar no Rio, cidade com a qual tenho forte ligação, é unir respeito ao passado, valor ao presente e responsabilidade com o futuro — sobretudo ao lado de Henrique Blecher e da ARKT, que integram arquitetura, arte e lifestyle de forma inspiradora”, afirma Pedro.

A inspiração do projeto nasce de uma imersão no modernismo brasileiro, não só como estética, mas como forma de pensar o espaço, a convivência e o uso inteligente do edifício. Pedro traz influências diretas de Zanine Caldas, além de referências que moldaram sua identidade: Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas, Carlos Leão e Affonso Eduardo Reidy.

Essas influências aparecem na fluidez dos espaços, no uso honesto dos materiais, na abertura visual e na ideia de que arquitetura é lugar de encontro. O MO.dO Botafogo traduz esses princípios ao propor um edifício em que o morador vive cada ambiente, e não apenas seu apartamento, uma leitura atualizada do modernismo.

Projeto MO.dO – arquiteto Pedro Coimbra – Crédito: Divulgação

Para Pedro, a brasilidade está na mistura de contrastes que se completam algo que ele levou para o projeto. Segundo o Pedro, o MO.dO representa “um Brasil ao mesmo tempo alegre e sério, chique e espontâneo, colorido e preciso, moderno e profundamente acolhedor”. Isso aparece nos materiais naturais, nas texturas artesanais e nas soluções que valorizam luz, sombra e convivência.

Em Botafogo, o edifício se conecta naturalmente com o bairro. A entrada tem um painel artístico de Arthur Grangeia retratando o Pão de Açúcar, criando um vínculo imediato com a paisagem carioca. O uso de tijolinhos tão presentes na memória afetiva da cidade, reforça o clima humano e acolhedor do projeto.

O caminho até o edifício lembra uma pequena vila carioca. Uma casinha tombada preservada na frente do terreno mantém viva a história do lugar, enquanto um corredor de acesso para pedestres cria uma transição suave entre a rua e o interior. Esses elementos mostram o compromisso do arquiteto com uma arquitetura que conversa com a cidade, e não apenas ocupa um espaço nela.

O conceito de Design Living aparece na forma como o edifício foi pensado para ser vivido por inteiro. Academia, lavanderia compartilhada, lobby com área de estar e espaços de convivência criam um cotidiano dinâmico, que incentiva encontros e amplia o uso dos ambientes.

Projeto MO.dO – arquiteto Pedro Coimbra – Crédito: Divulgação

Entre os destaques do projeto estão o painel de réguas de concreto modernista, a arte de Grangeia e os tijolinhos sustentáveis, feitos com vidro reciclado de telas quebradas, lâmpadas fluorescentes e até resíduos retirados do oceano. “Buscamos uma materialidade verdadeira, responsável e poética. Esses tijolinhos sustentáveis contam histórias de cuidado ambiental, de transformação de resíduos e de respeito aos nossos recursos”, finaliza o arquiteto.

Pedro Coimbra Arquitetura
@pedrocoimbra_arquitetura