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Empresários da decoração se reúnem para fortalecer artesanato

 

Vendas no atacado reforçam sustentabilidade de comunidades artesanais

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O artesanato brasileiro, mercado que movimenta cerca de R$ 50 bilhões de reais por ano de acordo com o IBGE, tem ganhado reforço. Por iniciativa de empresários do setor de decoração, algumas comunidades artesanais tradicionais espalhadas pelo Brasil têm garantido sua sustentabilidade usando suas técnicas ancestrais para criar novos produtos. “O Brasil é um país que facilita a criação artesanal, tanto pela natureza criativa do nosso povo, quanto pela vasta quantidade de técnicas e materiais disponíveis aqui. Mas para que ele se fortaleça é necessário que alguns setores, como a decoração, por exemplo, passem a olhar para essa produção com um olhar mais multidisciplinar”, revela Lucas Lassen, diretor criativo da Paiol, loja de arte popular e artesanato de tradição.

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Com mais de 15 anos no setor artesanal, Lucas – que dirige quatro lojas em São Paulo – trabalha com os artesãos do Jequitinhonha há pelo menos 12 anos. Em 2020, a relação se estreitou quando durante a pandemia, ele decidiu se mudar para o povoado de Campo Buriti, em Turmalina, Minas Gerais. Ao chegar, entendeu que havia potencial da comunidade para promover parcerias com grandes marcas. “Quando me instalei por lá, eu pude entender melhor o cotidiano, a importância da cerâmica no contexto social e familiar e também as dificuldades delas. Foi quando percebi que juntos nós poderíamos desenvolver um trabalho inovador trocando experiências para conquistar mais mercado”, afirma.

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Depois de ajudá-las a desenvolver coleções para grandes varejistas, como Tok&stok e Camicado, ficou claro que o mercado atacadista é também um caminho para trazer pedidos maiores e mais frequentes. Pensando nisso, uma parceria que tem se fortalecido é com a Casa Bonita, atacadista procurada por Lucas a fim de desenvolver novas coleções a partir das técnicas tradicionais do local. Após vários anos trabalhando com a importação de produtos para casa, a diretora da Casa Bonita, Cecília Rima, passou a conhecer espaços ligados ao feito à mão. A conexão dos dois rendeu uma primeira coleção, a Raízes do Vale, que também teve parceria do influenciador Lufe Gomes e reuniu peças que fazem referência às raízes da produção cerâmica na região. O sucesso fez com que os empresários partissem para uma segunda coleção chamada Cores e Mãos do Cerrado, agora com participação da artista paulistana Ju Amora.

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“O Jequitinhonha já é bastante reconhecido por sua produção cerâmica, chegando a ter famílias – sobretudo as mulheres – com cinco gerações produzindo simultaneamente. Os novos projetos com as coleções que criamos em conjunto também ajudaram a incluir os homens e a instigar o interesse dos mais jovens pela profissão de artesão que, até poucos anos atrás, não costumava ser muito atrativa pela baixa remuneração”, afirma Cecília.

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O impacto desta interação, além do fator financeiro, também se reflete na sustentabilidade e continuidade deste ofício na região. Andressa Silva Xavier, de apenas 16 anos, é da quinta geração de artesãs de sua família. Autora de uma coleção de cachepôs e enfeites de cactos lançados recentemente pela Paiol, ela afirma que a movimentação e estímulo dos lojistas tem feito com que a geração dela se sinta estimulada a continuar na profissão. “O desafio de criar uma coleção partiu do Lucas, que tem estimulado essa renovação do Vale e que desde a pandemia tem deixado todo mundo com tanto trabalho que decidi me aventurar também”, finaliza.

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Integração artística

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A última coleção produzida e lançada em conjunto na ABUP Decor Show, que acontece de 17 a 20 de julho, resulta de uma integração de técnicas e saberes culturais e artísticos. Cores e Mãos do Cerrado tem vasos de diversos formatos com pintura à mão em referência à estética do Jequitinhonha. Para chegar às peças, o convite se estendeu à artista paulistana Ju Amora, que ficou nacionalmente conhecida pela sua produção de bancos artísticos pintados à mão.

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Sua pesquisa envolveu um estudo das diversas cores e referências culturais encontradas no bioma cerrado, o que lhes permitiu chegar a uma paleta e a desenhos que ressaltam as características físicas e ambientais da região. “As ceramistas do Jequitinhonha já costumam extrair e produzir diferentes tipos de pigmentos a partir do barro. Essas cores serviram de base para receber a minhas ilustrações em nanquim com motivos botânicos retratando a estética do cerrado”, afirma a artista Ju Amora, que trabalha pela primeira vez com artesãs da região.

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ABUP Decor Show

De 17 a 20 de Julho de 2023

Das 10h às 19h (Dia 20, das 10h às 17h)

Onde: PRO MAGNO Centro de Eventos – Av. Profa. Ida Kolb, 513 – Jardim das Laranjeiras – São Paulo, SP

Exclusivo para lojistas

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By Angelo Miguel | Bacuri Comunicação

Imagens: Divulgação

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