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Cooktop ou fogão? Arquiteta Júlia Guadix aponta as diferenças e as vantagens de cada um para o projeto de cozinha

Com três formas de funcionamento, o cooktop vem ganhando a preferência dos usuários por sua praticidade e modernidade, mas a profissional destaca que o fogão tradicional segue com o seu valor na vida cotidiana e diferentes benefícios

O cooktop, seja elétrico, a gás ou por indução (como neste apartamento), apresenta tecnologia e design sofisticado, enquanto o tradicional fogão oferece vantagens | Foto: Guilherme Pucci

Cada vez mais presente nas cozinhas, o cooktop tem sido muito procurado para ser incorporado nas sonhadas ilhas ou por sua praticidade e tamanho reduzido, requisitos indispensáveis, principalmente, em ambientes menores. Em linhas gerais, o mercado dispõe de três opções a serem escolhidas pelo morador:  elétrico, a gás ou por indução.

Antes de decidir qual o melhor modelo, outra dúvida pode ser agregada no processo: é mesmo necessário deixar de lado o tradicional fogão? A arquiteta Júlia Guadix, à frente do escritório Liv’n Arquitetura, que assina diversos projetos em que o cooktop e o forno ficam separados, ressalta que a escolha deve se basear nos hábitos e orçamento dos moradores, além da área disponível. “Pensar num layout prático e na forma como será a marcenaria deve servir como ponto de partida da cozinha, determinando a escolha de fogão ou cooktop. Outros cuidados envolvem os pontos de tomada e gás, de acordo com a forma de abastecimento do produto. Para o cooktop, também devemos fixar a bancada sem o recorte prévio da marmoraria para só depois encaixá-lo certinho com a peça. Assim, evitamos possíveis erros”, fala Júlia. Ela também ressalta que o cooktop não deve ser colocado rente à parede e deve haver uma distância mínima de folga, de acordo com o manual do fabricante. “Antes de instalar qualquer tipo, sempre recomendo ler e reler com atenção o manual, que é indispensável”, comenta Júlia.

Cooktop elétrico

O cooktop elétrico é um dos mais requisitados pelos moradores, segundo Júlia Guadix. Além de sua eficiência e praticidade, pode ser instalado em cozinhas compactas por não ocupar muito espaço |Foto:  Guilherme Pucci

Eficiente e com design moderno, o cooktop elétrico ganhou a preferência daqueles que priorizam a sofisticação e praticidade. Trata-se de um modelo excelente para quem procura agilidade, uma vez que em poucos segundos consegue aquecer as panelas na temperatura desejada pelo morador.

A fonte de calor se dá por meio da resistência localizada embaixo das bocas e aí que mora o ‘perigo’ para quem não está acostumado. Diferente do fogão, onde as chamas são visíveis, o cooktop elétrico pode esquentar sem o usuário perceber, ocasionando assim acidentes e queimaduras.

Com superfície de vidro temperado ou placa vitro cerâmica, a limpeza torna-se mais fácil – um ponto positivo. Porém, com tantas vantagens, a versão elétrica demanda cuidados para a instalação. “É um erro comprar antes de realizar uma avaliação do quadro de energia. É fundamental ter certeza que o dimensionamento da carga elétrica calculada para o imóvel seja capaz de suportar o uso deste cooktop, já que seu funcionamento requer um alto consumo de eletricidade”, alerta Júlia.

Seja qual for a escolha do tipo de acendimento do cooktop, é preciso pensar na fonte de energia antes de deixar os pontos prontos para executar o projeto – tanto de marcenaria como da marmoraria. Outra dica: os cooktops não possuem forno, portanto também é preciso considerar esse equipamento à parte.

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Cooktop a gás

Semelhante com o fogão, o cooktop a gás é composto por trempes metálicas que sustentam panelas de vários tipos e deixa a cozinha com um design clássico. Este modelo é mais econômico, pois não consome muita energia elétrica, que é usada apenas para acender as chamas– o abastecimento para a cocção e o assar acontece por meio do botijão ou do gás encanado natural. Entretanto, com as chamas fazendo o trabalho de cozinhar ou aquecer os alimentos, não é possível obter o controle com exatidão da temperatura, ao contrário do cooktop elétrico.

Para acomodar o cooktop no projeto da cozinha, é indispensável prever seu nicho com as medidas corretas e que fique, preferencialmente, próximo a uma ligação de gás instalada no local. “Em geral, os cooktops a gás vêm preparados para GLP (o gás de botijão). Mas vale ressaltar que os fabricantes costumam oferecer a conversão para gás natural gratuitamente durante o período de garantia. E para saber disso certinho reforço, novamente, a importância de conferir o manual!”, alerta a profissional.

Cooktop por indução

O cooktop por indução é uma alternativa mais segura e econômica, já que não precisa de gás e consome menos energia que os cooktops elétricos. Esse modelo também exige avaliação do quadro de energia para ver se suporta a instalação |Foto:  Guilherme Pucci

Tendência no mercado, o cooktop por indução caiu nas graças dos moradores por sua segurança, praticidade e facilidade ao limpar. Seu funcionamento ocorre por meio da geração de calor por ondas eletromagnéticas produzidas pela corrente elétrica formada em uma bobina de cobre. Eles têm dispositivos de segurança que alertam quando a superfície não está mais quente, para garantir uma manutenção bem segura. Por se tratar de uma grande mesa de vidro, a limpeza pede apenas um pano. “Mas esse tipo de cooktop requer o uso de panelas específicas, ou seja, aquelas produzidas em ferro fundido, aço inox ou com fundo triplo”, detalha a arquiteta. Com esse tipo, o risco de acidentes diminui, visto que ele não esquenta a ponto de queimar a pele, caso o usuário tenha contato com a superfície. “Nos deixa mais tranquilos saber que a ‘boca’ desse equipamento só esquenta quando a panela está posicionada no local”, completa.

Por conta da tecnologia por indução, os alimentos podem ser preparados com mais rapidez, comparado aos outros modelos. Outro benefício é a economia de recursos, uma vez que não é necessário a instalação de gás. “A instalação do cooktop por indução, assim como o elétrico, deve ser feita por um profissional especializado. Essa preocupação se justifica, pois o eletrodoméstico não é ligado diretamente na tomada, mas sim na rede elétrica da residência”, conclui Júlia.

Fogão

O fogão tradicional é uma opção com ótimo custo-benefício e o advento tecnológico dos cooktops não diminui sua relevância na cozinha. Além de completo, já que vem acoplado com o forno e o morador pode inserir no projeto da bancada e marcenaria |Foto:  Guilherme Pucci

Frequente nas residências brasileiras há muitos anos, o fogão se destaca por alguns adicionais com relação ao cooktop. Além de associar a dupla função de cozimento e forno, não necessariamente é imprescindível a produção de móveis planejados para a sua colocação: o cliente pode optar também pelas versões de piso ou de embutir na bancada e marcenaria, de acordo com o que fizer mais sentido com a proposta do ambiente e corresponder ao budget da família. “Geralmente, o fogão custa menos do que o cooktop. O que pode encarecer é optar pelos modelos importados, de design diferenciado ou os industriais”, ressalta Júlia.

O modelo de piso tem outro ponto a favor: caso seja necessário alterar sua localização no layout, tudo pode ser feito com mais facilidade (se for um sistema a gás, haverá necessidade de obra). Porém, seu porte robusto costuma ser uma desvantagem, principalmente em cozinhas pequenas, pois ocupa um espaço considerável. E pensando na limpeza, o processo costuma ser um pouco mais difícil, pois além da superfície, não se pode esquecer das laterais e do deslocamento para acessar a parte traseira.

Sobre Liv’n Arquitetura

Fundado em março de 2016 pela arquiteta Júlia Guadix, o escritório Liv’n Arquitetura tem como objetivo construir, junto aos clientes, um projeto original e personalizado, provocando uma mudança na casa e no estilo de vida de cada um. Com o lema “Vamos transformar o seu espaço no seu lugar favorito no mundo”, a equipe familiar, formada por Júlia e seu irmão Victor, já realizou mais de 22 projetos de reformas. Prezando pelo conforto e modernidade, a profissional é apaixonada pelo estilo simples, acolhedor e atemporal. Sendo assim, elementos como madeira, tijolo, cimento queimado, plantas, tons neutros com pontos de cores definem a maior parte de seu trabalho. O nome “Liv’n” faz referência à palavra em inglês living, que significa “vivendo”. Seguindo essa concepção que o escritório busca realizar os sonhos dos clientes.

Av. Dr. Cardoso de Melo, 291, São Paulo – SP

(11) 94537 – 0101

www.livn.arq.br

Instagram: @livn.arq

 

 

Por Leonardo Sandoval

 

 

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