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Arquitetos assinam ambientes de Galeria de sustentabilidade em Curitiba

 

Os projetos contam com materiais ecológicos, elementos naturais e outras iniciativas. Objetivo é criar um showroom de soluções sustentáveis  

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Em um mundo em que a urbanização cresce a passos largos, a questão da sustentabilidade é mais urgente do que nunca. Segundo projeções da Agência Internacional de Energia, a área construída global irá crescer 75% nos próximos 30 anos. No entanto, essa expansão é acompanhada de um impacto ambiental significativo. De acordo com o relatório “Materiais de Construção e o Clima: Construindo um Novo Futuro”, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em setembro de 2023, o setor da construção é responsável por pelo menos 37% das emissões globais de gases de efeito estufa.

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Estatísticas como estas servem como um lembrete acerca da necessidade por inovação e transformação nos campos da arquitetura e da construção civil. É nesse contexto que emergiu um novo paradigma: empreendimentos sustentáveis que não apenas acolhem o futuro, mas o moldam de maneira consciente e responsável.

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Para Carol Vosgerau Gusi, advogada e mestra em gestão ambiental, a chave do progresso, principalmente em tempos de instabilidade, é a inovação e as empresas inteligentes fazerem da sustentabilidade a sua principal ferramenta. “O que importa é a transformação, nem que seja dentro de alguns metros quadrados”, afirma.

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Idealizadora da Galeria Panaceia, que está sendo construída em Curitiba, Carol reuniu arquitetos com experiências, perspectivas, ideias e inspirações distintas para criarem espaços inspiradores e únicos. Cada profissional teve a oportunidade de se aventurar com soluções sustentáveis, adaptando-as às necessidades específicas do ambiente. Além disso, a obra da Panaceia será certificada LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um reconhecimento mundial para construções verdes.

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Assim como os espaços de paisagismo refletem a conexão do local com a natureza, os nove projetos de interiores também abraçaram o desafio de trazer as preocupações ambientais para dentro do empreendimento – ao todo, a Galeria Panaceia terá onze espaços, contando horta, bosque e ambientes internos. O uso de madeira certificada, resíduos da própria obra, técnicas de upcycling e biofilia foram apenas algumas das estratégias propostas pelos arquitetos. Confira a seguir um compilado com todas as soluções sustentáveis apresentadas por eles para os ambientes internos.

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Arthur Calliari Arquitetos

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Os arquitetos Arthur Calliari e Gustavo Iaguszeski escolheram para a área de convivência elementos naturais da região do Paraná, buscando valorizar elementos enraizados na história e cultura local.

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Logo na entrada, os futuros visitantes da Galeria Panaceia irão se deparar com uma área de convivência projetada pelos arquitetos Arthur Calliari e Gustavo Iaguszeski. O conceito escolhido por eles foi baseado na ancestralidade e na identidade. O revestimento do piso conversa com elementos naturais da região do Paraná, buscando valorizar elementos enraizados em nossa história e cultura local.

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Mesmo com tantos projetos voltados à sustentabilidade, Arthur vê a certificação LEED como uma possibilidade de evolução no mercado de arquitetura. “É sempre muito prazeroso trabalhar em uma obra certificada LEED ou até saber que o seu projeto vai ter esse certificado. É legal ver essa evolução da sustentabilidade, da implantação da sustentabilidade dentro da arquitetura e uma arquitetura planejada. É um troféu” afirma Calliari.

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Grimpa Arquitetos

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Os profissionais da Grimpa Arquitetos criaram um ambiente para a recepção que representa um ecossistema integrado e completo, utilizando sobras de materiais da própria obra.

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Os profissionais da Grimpa Arquitetos criaram um ambiente para a recepção que representa um ecossistema integrado e completo, utilizando sobras de materiais da própria obra. Além disso, a proposta para o ambiente também inclui vegetação e terrários que podem ser construídos a partir da reutilização de recipientes de vidros, tecidos ecológicos e estamparia botânica. “A ideia de ecossistema vem da busca por um sistema integrado, circular e que representa a Panaceia. É um espaço simples, com poucos elementos, mas bem marcantes”, conta Vinicius Zanluti, arquiteto da Grimpa.

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Gabriela Casagrande Arquitetura

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A cafeteria, assinada pela arquiteta Gabriela Casagrande, será um local de relaxamento e conexão com a natureza, realçando a importância do uso consciente de produtos florestais.

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Caminhando pelos ambientes da Galeria será possível encontrar uma cafeteria, assinada pela arquiteta Gabriela Casagrande, que optou por conectar as pessoas à natureza, em um ambiente acolhedor, relaxante e que realça a importância do uso consciente de produtos florestais. Madeira certificada é uma das estrelas do espaço, oferecendo um visual atraente, mas também respeitando os princípios da cadeia de fornecimento responsável e rastreabilidade da matéria prima. “É um convite para escapar da agitação da vida cotidiana e encontrar a serenidade em um ambiente em que a madeira certificada é a personificação da nossa dedicação à sustentabilidade e à qualidade de vida”, afirma Gabriela.

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Estúdio NOAR

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As arquitetas Camila Sprengel Campelo e Gabriela Nunes Amaral, do Estúdio NOAR, assinam a área de circulação que conecta os três pisos da Galeria. A proposta apresenta materiais como o piso fulget e tijolos de caco de vidro reciclado.

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A edificação, que conta com subsolo e dois andares superiores, tem um espaço que conecta esses três pisos formando uma área de circulação. As arquitetas Camila Sprengel Campelo e Gabriela Nunes Amaral, do Estúdio NOAR, contam que se inspiraram na palavra “galeria”. “Levamos uma paleta neutra e terrosa, que dialogasse com grande facilidade com a temática proposta e com os outros projetos que dividem espaço”, conta Camila. Ao mesmo tempo, as arquitetas apostaram em estratégias como iluminação colorida e exposições artísticas, para que, de maneira simples, o ambiente possa ser alterado de acordo com a necessidade do momento. A proposta apresenta materiais não tão conhecidos pelo público, como o piso fulget e tijolos de caco de vidro reciclado.

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Juliane Cruz e Renan Freitas

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Ao projetar a área destinada ao estacionamento, Juliane Cruz e Renan Freitas pensaram numa galeria oceânica, onde molduras com fotografias e os textos expressam a realidade dos nossos oceanos.

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O projeto do estacionamento, assinado pelos arquitetos Juliane Cruz e Renan Freitas, foi pensado como uma galeria oceânica, uma vez que o subsolo é a parte mais baixa da construção, onde molduras com fotografias e os textos expressam a realidade dos nossos oceanos. Dessa maneira, a atmosfera de fundo do mar é dada por uma pintura degradê nas paredes e o bicicletário é lúdico, inspirado em uma anêmona. O espaço contará ainda com um centro de logística reversa e bicicletário, elaborado com o intuito de conscientizar o público visitante sobre a importância da destinação inteligente de resíduos para a economia circular.

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“Utilizamos materiais reciclados no projeto. Um exemplo é a luminária central que será reproduzida com um material chamado Byeplastic, proveniente de resíduos plásticos como sacolas e embalagens diversas. Nosso ambiente ainda terá espaço para ativações de marcas que possuem projetos relacionados ao descarte de materiais e estamos procurando parceiros”, relata Juliane. Além de todas as informações e possibilidades, o ambiente também contempla uma vaga para carros elétricos.

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Brisa Arquitetura

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Isabella Farah e Silva e Bruna Volanin, da Brisa Arquitetura, assinam o ambiente do escritório administrativo da Panaceia, utilizando materiais que já tiveram outra finalidade e dando uma nova vida ao mobiliário.

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Na mesma linha, pensando na reutilização de materiais, Isabella Farah e Silva e Bruna Volanin, da Brisa Arquitetura, assinam o ambiente do escritório administrativo da Panaceia. As arquitetas apresentam a ideia de desconstruir e ressignificar, que se materializa através do upcycle, utilizando materiais que já tiveram alguma outra finalidade e dando uma nova vida ao mobiliário. Todos os móveis utilizados no escritório idealizado pelas arquitetas são de madeira de reaproveitamento, bem como os tecidos utilizados, que são sobras de peças que seriam descartadas.

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“Ressignificar seria o ato de trazer um novo sentido ou uma nova interpretação devido a uma mudança de contexto e percepção. Transformamos a maneira como a gente valoriza algo, um espaço ou um objeto. E desconstruir seria o ato de analisar e questionar as estruturas que já são estabelecidas, fazendo uma nova interpretação mais fluida e funcional de algo”, explica Isabella.

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Arq+Co

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O escritório, assinado pela Arq+Co, optou por tintas ecológicas, mobiliário fabricado sob demanda e objetos feitos a partir da reciclagem e reutilização de materiais.

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A Galeria Panaceia conta com mais um espaço de escritório que também é diferenciado quando o assunto é sustentabilidade. O projeto irá receber produtos de fornecedores locais, refletindo um cuidado com todo o ciclo produtivo, desde a aquisição da matéria-prima, produção, uso e transporte. O ambiente contempla tintas ecológicas, mobiliário fabricado sob demanda e objetos feitos a partir da reciclagem e reutilização de materiais.

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Juliana Rufino, da Arq+Co, escritório responsável pelo ambiente, conta que alguns materiais ganham novo uso e aplicação no espaço. “Tijolo ecológico virou bancada e o perfil montante se transformou em uma estrutura metálica suspensa, que permite maior liberdade na disposição de luminárias e traz ludicidade para o espaço”, conta.

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HOA Arquitetura Ecológica

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A Galeria Panaceia irá receber produtos e marcas sustentáveis, por meio de uma curadoria especializada, e o espaço pensado para isso foi a Loja Conceito. O projeto do ambiente foi pensado pela HOA Arquitetura Ecológica, da arquiteta Lays Marcelle, com o bambu e a terra como protagonistas. O objetivo principal foi conectar as pessoas com a construção ecológica de forma sensorial, dando o destaque para os produtos em exposição e possibilitando diversos tipos de usos e interações. Apesar de trabalhar há muito tempo com projetos que trazem soluções de baixo impacto ambiental, Lays conta que encontrou na Galeria Panaceia um desafio, tendo em vista que a certificação LEED exige redução da poluição luminosa. “O maior desafio foi trabalhar a iluminação de maneira eficiente, confortável e gastando o mínimo possível de energia”, afirma a arquiteta.

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Flávia Bonet Arquitetura

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Para seu projeto, uma das salas de reuniões, a arquiteta apostou em materiais sustentáveis com alta tecnologia e no reuso de peças que seriam descatalogadas.

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Flávia Bonet, conta que, apesar de nunca ter feito um projeto com as exigências da certificação, com as informações e tabelas em mãos, percebeu que era possível usar iluminações que já conhecia para atender as especificações LEED. “Participar do projeto Panaceia está sendo um aprendizado. Consigo fazer um projeto luminotécnico, por exemplo, obedecendo às eficiências energéticas, sem mudar o sistema que eu já utilizo. É só saber o dimensionamento correto”, argumenta Flávia. Para seu projeto, uma das salas de reuniões, a arquiteta apostou em materiais sustentáveis com alta tecnologia e no reuso de peças que seriam descatalogadas, por meio de uma parceria com a empresa Euromax Mármores.

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A diversidade de ideias e materiais, promete transformar a Panaceia em uma verdadeira galeria de sustentabilidade e inovação. Os projetos elaborados pelos arquitetos comprovam que a preocupação ambiental pode ser uma aliada da criatividade e da funcionalidade, tornando os ambientes, além de espaços de convivência, pontos de conscientização.
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By Marília Mesquita | Bessa Comunicação

Imagens: Divulgação

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