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Últimos dias para visitar: Elizabeth Jobim

 

Em “A linha florescente”, obras inéditas tornam visíveis a interrupção e separação dos planos de cor, por meio de marcas físicas, provocando os limites entre pintura e escultura

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A Galeria Raquel Arnaud apresenta A linha florescente, com obras inéditas de Elizabeth Jobim, criadas na pandemia. A exposição provoca as fronteiras entre pintura e escultura, convidando o público a explorar as texturas e profundidades do trabalho da artista.

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Com o medo e a necessidade de reclusão e proteção, Jobim começou a esticar, pregar e costurar tecidos nos trabalhos que traziam uma memória da tessitura, da roupa, do abrigo. A costura é a ação que constituiu a produção: pode-se ver os pontos do fio.

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A mostra apresenta telas onde a criadora redefine a relação entre planos e dimensões, por meio de uma abordagem que incorpora elementos escultóricos em suas pinturas. Em vez de uma simples linha abstrata, ela une esses planos por meio de marcas físicas, tornando visível a interrupção e separação dos planos de cor.

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Entre os destaques da sua produção atual está a preparação do linho e a técnica de pintura a óleo sobre tecido. Este mesmo tecido pintado também se torna base para a costura, permitindo que a obra revele seus espaços, volumes e corpos, tanto na frente quanto no verso.

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Segundo o crítico de arte Paulo Venancio, “a tela se organiza à maneira de um patchwork absolutamente bidimensional, uma construção de tecidos organizados e costurados fora do chassi, e como um transplante de bidimensional tornado pintura – a pele mesma pintura. Pele que atrai o tato, o contato físico da mão que advém do olhar. Essa tatibilidade, creio, já estava implícita desde os primeiros desenhos de pedras da artista – pedras organizadas pela mão, tocadas pelas mãos”.

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“O campo se divide em dois, três. Um lado pintado a óleo, outro apenas em tecido, o branco do fundo e o cru do avesso à vista. O pano se desdobra e finalmente o avesso da costura se projeta para fora do plano; a tela se transformou num lugar onde panos cortados se cobrem, se unem com costuras e são esticados sobre a tela ou diretamente no chassi. Cortes, costuras, um abraço”, declara Elizabeth.

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Sobre a artista

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Rio de Janeiro, Brasil, 1957

A desenhista, pintora e gravadora Elizabeth Jobim realizou suas primeiras exposições na década de 1980, buscando uma compreensão atualizada da pintura e uma interpretação sensorial e subjetiva do mundo e dos objetos. Nos anos 1990, a artista retoma o gênero da natureza-morta, ao tomar como ponto de partida a observação de pequenas pedras. Nos anos 2000, expande e intensifica os diálogos entre a pintura e o espaço que a circunda por meio da criação de grandes instalações pictóricas com partes moduladas, cuja simplicidade sofisticada apropria-se dos espaços vazios entre as partes para acentuar não somente as cores, mas a relação entre a obra, a arquitetura e o espectador. Seu trabalho, em contínuo processo de desprendimento da parede, ocupação do espaço e criação de vazios, adquire um caráter híbrido entre a pintura, a escultura e a instalação.

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Elizabeth Jobim formou-se em Comunicação Visual e especializou-se em História da Arte e da Arquitetura no Brasil pela PUC-RJ. Fez mestrado na School of Visual Arts (Nova York). Estudou desenho e pintura com Anna Bella Geiger, Aluísio Carvão e Eduardo Sued no MAM do Rio de Janeiro. Em 1994, lecionou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

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Destacam-se as mostras individuais: “Endless Lines” (Nova York, 2008); “Em Azul” (SP, 2010); “Blocos” (RJ, 2013); “Variações” (RJ, 2019); entre outras. Entre as suas exposições coletivas, destacam-se: “Como Vai Você Geração 80?” (RJ, 1984); “Panorama da Arte Atual Brasileira” (SP, 1990); “MFA Fine Arts: Selections from the special projects” (Nova York, 1992); 5ª Bienal do Mercosul (2005); “Mulheres na Coleção MAR” (2018); entre outras. Seu trabalho faz parte de importantes coleções, como as do MAM do Rio de Janeiro, MAM de São Paulo, Museu de Arte do Rio, Pinacoteca de São Paulo e Bronx Museum of the Arts.

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Sobre a galeria

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Criada em 1973, com o nome de Gabinete de Arte. Com espaços marcantes assinados por arquitetos como Lina Bo Bardi, Ruy Ohtake e Felippe Crescenti, o Gabinete passou por diferentes endereços, como as avenidas Nove de Julho e Brigadeiro Luís Antônio, além do espaço que havia pertencido ao Subdistrito Comercial de Arte, na rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, no qual permaneceu de 1992 a 2011.

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O foco no segmento da abstração geométrica e a atenção especial dada às investigações da arte contemporânea – arte construtiva e cinética, instalações, esculturas, pinturas, desenhos e objetos – perpetuaram a Galeria Raquel Arnaud no Brasil e no exterior, tanto por sua coerência como pela contribuição singular para valorização e consolidação da arte brasileira. Para isso, contribuíram de forma fundamental artistas como Amilcar de Castro, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Hércules Barsotti, Waltercio Caldas, Iole de Freitas e Arthur Luiz Piza, entre outros.

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Atualmente com sede na rua Fidalga, 125, Vila Madalena, a Galeria Raquel Arnaud representa artistas reconhecidos nacional e internacionalmente – Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Arthur Luiz Piza, Sérvulo Esmeraldo, Iole de Freitas, Maria Carmen Perlingeiro, Carlos Zilio e Tuneu. Os mais jovens atestam a consolidação de novas linguagens contemporâneas – Frida Baranek, Geórgia Kyriakakis, Daniel Feingold, Julio Villani, Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Carla Chaim, Carlos Nunes e Ding Musa.

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Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em 1997, a única instituição no Brasil que cataloga documentação de artistas.

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Serviço 

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A linha florescente, de Elizabeth Jobim

Local: Galeria Raquel Arnaud. Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo – SP.

Período expositivo: até 04 de novembro de 2023

Horários de visitação: segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h

Entrada gratuita. 

https://raquelarnaud.com/

https://www.instagram.com/galeriaraquelarnaud/ 

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By Ana Lima | A4eholofote

Imagens: Créditos  Galeria Raquel Arnaud

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