Evento no Museu A CASA reúne designers que incorporam saberes e técnicas do Xingu em suas criações
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No dia 12 de agosto, sábado, às 11h, o Museu A Casa do Objeto Brasileiro promove o Papo de Casa, evento mensal que ressalta a produção artesanal e o design brasleiro. A ideia é apresentar e discutir projetos que têm resultado de experiências que olham para a arte e para a produção indígena como elementos fundamentais na formação do design contemporâneo brasileiro.
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Cadeira Paulistano, em versão atualizada por Nadezhda Mendes da Rocha, e Armário Oca, de Maria Fernanda Paes de Barros
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Com mediação da jornalista Regina Galvão, os designers Maria Fernanda Paes de Barros, Nadezhda Mendes da Rocha e Rodrigo Silveira se reúnem para compartilhar suas experiências recentes com comunidades do Xingu, no sul da floresta amazônica, no Mato Grosso. “Quando nós olhamos para o cotidiano indígena brasileiro e seus objetos, fica claro que, para além da função, a estética é uma preocupação nas suas produções. Os bancos, as panelas, as redes, os trançados e outros elementos básicos comprovam que a estética é um dos elementos fundadores da cultura brasileira muito antes do processo de colonização”, revela Maria Fernanda, que é fundadora da Yankatu e tem parcerias com indígenas Mehinaku e Pataxós.
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Com indígenas Mehinaku, Maria Fernanda criou a Coleção Xingu, com peças que têm representado o Brasil em importantes eventos internacionais como a Bienal de Design de Tel Aviv.
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Filha caçula de Paulo Mendes da Rocha (1928-2021), Nadezhda realizou um antigo sonho de seu pai ao “vestir” a emblemática cadeira Paulistano, projetada pelo renomado arquiteto em 1957, com capas de tecido de fibra natural, feitas por indígenas. A ideia original de Paulo era estabelecer relações com os povos originários, enaltecendo sua cultura. O desejo passou a ser concretizado quando, em 2019, a designer visitou a aldeia Kamayura, no Alto Xingu. Ao conhecer o trabalho têxtil da etnia, viu a possibilidade de fazer as capas com os artesãos. No projeto, que durou quatro anos, os revestimentos foram concluídos em um processo coletivo.
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Nadezhda reeditou a cadeira paulistano, ícone do design brasileiro, criado por seu pai
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Rodrigo Silveira também deve apresentar como o design contemporâneo pode inovar com base nos saberes indígenas. No Projeto Soma, ele e artesãos da etnia Mehinaku, moradores das aldeias Kaupüna e Utawana, no Alto Xingu, desenvolveram na oficina do designer e marceneiro, na Barra Funda, em São Paulo, nove bancos em formato de animais da fauna brasileira. Da pesquisa de Rodrigo, em meio a comunidades ribeirinhas e indígenas, desdobraram-se estudos sobre técnicas de trabalho de antes da colonização. Assim, nasceu a intenção de intensificar esse processo de troca: aliar a cultura de realização de bancos em formas de animais, já existente na população do Xingu, com as técnicas de marcenaria utilizadas por ele ao longo da sua carreira.
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Rodrigo participou do Projeto Soma, com banco inspirados na fauna da região amazônica
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O evento é gratuito e acontece no espaço de eventos do Museu A CASA, em Pinheiros, São Paulo.
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By Angelo Miguel | Bacuri Comunicação
Imagens: Divulgação
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