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Nonada – Rio ganha nova galeria de arte, com espaços na Zona Sul e na Zona Norte

Com o nome inspirado pela palavra que abre uma das obras fundamentais da literatura brasileira, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, Nonada vai ocupar dois espaços: um em Copacabana e outro em um galpão industrial na Penha, subúrbio do Rio de Janeiro

 

A mostra inaugural reunirá obras em diversos suportes e materiais de 32 artistas de várias cidades brasileiras, com pesquisas que abrangem temas atuais, entre eles racismo, questões políticas, sociais e de gênero. Em Copacabana estarão as obras de “A Palavra: Prosa”, e na Penha “A Palavra: Verso”. Na Penha, a artista e DJ Marta Supernova fará uma apresentação no dia da abertura. O texto crítico é do artista, poeta e compositor André Vargas.

Nonada é uma galeria dedicada a dar visibilidade à excelência da produção artística, e local de pesquisa e debate plural, e será inaugurada no dia 19 de novembro de 2022, em dois espaços no Rio de Janeiro: em Copacabana, na Zona Sul, das 10h às 14h, e na Penha, na Zona Norte, das 15h às 19h. Na abertura da mostra na Penha haverá uma apresentação de Marta Supernova, artista visual, sonora, DJ e produtora musical.

A exposição inaugural reúne trabalhos de 32 artistas, de várias cidades brasileiras, que trabalham em diversos suportes e têm diferentes pesquisas, que refletem temas atuais, em uma grande pluralidade. Suas obras estarão distribuídas na mostra “A Palavra: Prosa”, em Copacabana, e “A Palavra: Verso”, em um galpão industrial na Penha. O texto crítico é do artista, poeta e compositor André Vargas.

Lucas Almeida Vulto, 04 – 2021 Acrílica, giz pastel e colagem sobre papel kraft 91 x 70 cm

Os artistas da exposição inaugural de Nonada são: 13unituh (André Moura), de Realengo, Rio; Agrippina, de São Gonçalo, Rio; Alan Oju, de Santo André, São Paulo; Allan Pinheiro, do Complexo do Alemão, Rio; André Barion, de São Paulo; Andy Villela, Rio; Bruno Alves, Cidade Júlia, São Paulo; Bruno Lyfe, de Ramos, Rio; Carlos Mello Carvalho, de Jundiaí, São Paulo; Carmen Garcia, São Paulo; Castiel Vitorino Brasileiro, de Fonte Grande, Vitória, Espírito Santo; Darks Miranda, de Fortaleza, e vive no Rio; Diambe, Rio; Emerson Freire, de São Paulo;  Fabio Menino, de  São Paulo; Fernanda Gomes, de Porangaba, São Paulo; Gabriel Branco, São Paulo; Guilherme Almeida, Salvador; Gustavo Magalhães, de Goioerê, Paraná, e vive em Curitiba;  Guto Oca, de São Paulo, e mora em João Pessoa; Jorge Cupim, do Rio; Juan Casemiro, vive entre Conceição das Pedras, Minas, e São Paulo; Link (Diego Jesus Bezerra), de São Paulo; Lucas Almeida, de São Paulo; Maria Pia Garcez, do Rio; Marta Supernova, do Rio;  Melissa Oliveira, do Morro do Dendê, Rio; Miguel Afa, do Complexo do Alemão, Rio; Pazza Pennello,  de Odessa, Ucrânia, e vive em Kiev; Renan Aguena, do Rio; Siwaju, de São Paulo, e vive no Rio; e Vika Teixeira, do Morro do Inferninho, Niterói.

 

POLÍTICA E LIRISMO

Em Copacabana, no espaço de 70 metros quadrados da Nonada ZS na Rua Aires Saldanha, próximo à Rua Bolívar, área boêmia e perto do futuro Museu da Imagem do Som, estarão obras com um teor maior de crítica política e social. Na Penha, na Nonada ZN, na área de mais de 200 metros quadrados e 4,5 metros de altura, os trabalhos serão mais líricos.

São variadas as linguagens dos artistas, em diversos materiais e suportespinturas, esculturas, fotografias, poesia, vídeos, entre outros – que percorrem várias pesquisas, discutindo temas de nosso tempo.

 

“A PALAVRA: PROSA” / “A PALAVRA: VERSO”

Miguel Afa Levante, 2022 Óleo sobre tela 200 x 200 cm

André Vargas, em seu texto crítico, escreve sobre “A Palavra: Prosa” – “Também celebramos em convulsão a realidade, como quem não se fia em depressões e nostalgias. E, talvez, sejamos os que mais festejam as cisões da cidade no terror mais concreto de todo santo dia. É o paliativo, um antitérmico, a alegria. Apaga-se com ela uma barricada em chamas num futuro de rebeldias, mas rebela-se com ela no presente de extremo frio das agonias. Uma fuga, uma aventura, uma brisa. A grande alegoria.” E sobre “A Palavra: Verso” – “Respondemos mal à medicação, porque não criamos a doença. Quem a criou segue imune e impune de seu caráter maligno. Acrônica das classes é a sua consciência, e o sintoma mais comum éo vigor da poesia. (…) Num mundo que gira padrões, que sejamos a altera presença. Pois quando nos encantamos em um mundo desencantado, dando razão à loucura, nesse mundo desconcertado, arruinamos as bases de uma hegemonia, que ainda não sabe, mas agoniza engasgada com o próprio rabo.”

A iniciativa da criação de Nonada é de Paulo Azeco e João Paulo Balsini, a que se juntaram os dois irmãos Ludwig e Luiz Danielian, donos da Danielian Galeria, na Gávea.  “Há uma qualidade impressionante de trabalhos feitos por artistas que não têm tanto acesso ao circuito de galerias, que trazem temas atuais, entre eles questões políticas, sociais, de racismo e gênero. Queremos apresentar de forma plural novos talentos, visões e força criativa”, comenta Paulo Azeco, graduado em Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás com pós-graduação em “Métiers d’art: lesArtsAppliqué”, na École Boulle”, em Paris, e uma longa trajetória em galerias importantes em São Paulo. Ludwig Danielian conta que sempre desejou ter um espaço de arte no subúrbio, diferente do perfil da galeria na Gávea. Com o projeto de Paulo Azeco e João Paulo Balsini – colecionador de arte e advogado com atuação em políticas públicas – revitalizou, junto com seu irmão Luiz Danielian, a fábrica de moda praia e lingerie aberta por seu pai em 1968, e desativada há sete anos.

Por um ano, os quatro sócios pesquisaram artistas e seus trabalhos, em um processo “extremamente orgânico, que abrange desde nossa experiência como também indicações de artistas, curadores, e de buscas que fizemos em mídias sociais”, diz Paulo Azeco. “Não queremos levantar bandeiras, rótulos, e sim valorizar a arte boa, que independe de estereótipos. Queremos ter esta proposta de galeria em Copacabana, bairro popular, e no subúrbio, na periferia do circuito de arte, para que se leve excelentes trabalhos a todos. Pretendemos promover discussões livres, contemporâneas, abertas, sem julgamentos prévios”, complementa Ludwig Danielian.

Bruno Lyfe, Cuidado com fecha a janela pra nos falar da paisagem, 2022 Acrílica e óleo sobre tela 163 x 136 cm

 

Emerson Freire_Angel’s Hearth, 2022 Chumbo fundido, resina, fibra de vidro e pintura automotiva 200 x 250 cm

GUIMARÃES ROSA

Nonada é a palavra que abre uma das obras fundamentais da literatura brasileira, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa (27 de junho de 190819 de novembro de 1967), “um neologismo criado para representar o não-lugar ou a negação de existência”, escrevem os sócios no texto de apresentação do novo espaço de arte. “Nonada é um lugar híbrido: pesquisa, acolhe, expõe e dialoga. Deixa de ser nada e passa a ser essência por acreditar que o mundo precisa de arte, e que a arte por si só já é lugar.Parte da ideia do não-lugar para ilustrar uma visão que, ao se afastar de rótulos, amplia diálogos, se norteando pela pesquisa,o debate e a importância da curadoria. A galeria de arte enquanto agente promotor de encontros e descobertas com anseio pela experimentação”.

 

Serviço: Exposição inaugural da Nonada “A Palavra: Prosa” e “A Palavra: Verso”

19 de novembro de 2022 a 4 de março de 2022

“A Palavra: Prosa” – Nonada ZS

Abertura: 19 de novembro de 2022, das 10h às 14h

Rua Aires Saldanha, 24, Copacabana

Terça a sexta, das 11h às 19h

Sábado, das 11h às 15h

“A Palavra: Verso” – Nonada ZN

Abertura: 19 de novembro de 2022, das 15h às 19h

Rua Conde de Agrolongo, 677, Penha

Quinta e sexta, das 12h às 17h

Sábado, das 11h às 15h

Entrada gratuita

 

Imagem: divulgação

By CWeA Comunicação

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