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Nara Roesler Rio de Janeiro apresenta a exposição “Marcelo Silveira – Entre o mar, o rio e a pedra”

Em sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro, o artista pernambucano nascido em 1962, e que se consolidou ao longo de 40 anos de trajetória como um dos grandes nomes da cena contemporânea, vai mostrar esculturas em madeira cajacatinga pertencentes às séries “Bolofotes” (2023 e 2024),“Sementes”(2024) e “Peles” (2022-2024), além de obras da série “Cabeludas”(2006), feitas com crina equina e aço inoxidável, e três obras da série “Hotel Solidão”(2019-2021), com colagens criadas a partir de capas e contracapas de edições brasileiras da revista “Grande Hotel”, entre 1947 a 1955. As obras foram selecionadas pelo artista em conjunto com o núcleo curatorial da Nara Roesler. O texto crítico é de Daniela Name, que fará uma visita guiada à exposição junto com o artista na abertura, às 19h.

Com mostras individuais em várias cidades brasileiras e no exterior, Marcelo Silveira tem participado de importantes exposições coletivas, como a 29ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2010, duas edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2015 e 2005), a  4ª Bienal de Valência, no Centro del Carmen, no Museo de Bellas Artes de Valencia, Espanha, em 2007, e o Panorama da Arte Brasileira – “Contraditório”, com curadoria de Moacir dos Anjos, aberto em outubro de 2007no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e que seguiu em fevereiro seguinte para a Sala Alcalá 31, em Madri, e foi visitado pelo então Ministro Gilberto Gil, dentro da programação da ARCO 2008, quando o Brasil foi o país convidado. Atualmente Marcelo Silveira esteve presente na coletiva Fullgás – Artes Visuais e Anos 1980 no Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. Nara Roesler tem exposto o trabalho do artista nos últimos 25 anos, em seus espaços em São Paulo e em Nova York, e agora propicia sua primeira individual no Rio de Janeiro.

Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro
Abertura: 11 de fevereiro  de 2025, às 18h
Às 19h, haverá uma visita guiada com o artista e Daniela Name, autora do texto crítico.
Até: 12 de abril de 2025
Entrada gratuita

Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de convidar, no dia 11 de fevereiro  de 2025, às 18h, para a abertura da exposição “Entre o mar, o rio e a pedra”, com obras do artista pernambucano Marcelo Silveira, em sua primeira individual na cidade. Os trabalhos de Marcelo Silveira vão ocupar o térreo e a parede de pé direito duplo abaixo da claraboia da Nara Roesler Rio de Janeiro, dando uma oportunidade ao público de conhecer de forma mais abrangente a produção do artista, que ao longo dos 40 anos de sua trajetória se consolidou como um dos grandes nomes da cena contemporânea. No dia da abertura, às 19h, haverá uma visita guiada à exposição com Marcelo Silveira e Daniela Name, autora do texto crítico.

As 17 obras que compõem a individual de Marcelo Silveira foram selecionadas por ele em conjunto com o núcleo curatorial da Nara Roesler, de modo a enfatizar seu processo de trabalho e pesquisa, em que estão presentes o fazer elaborado e a ideia de coleção madeiras, revistas, fios de crina de cavalo, principalmente.  A mostra apresenta duas obras inéditas da série “Bolofotes” (2023 e 2024) – palavra que se pronuncia com o “o” fechado,usada no nordeste para apontar algo disforme, “quase como se colocasse três ovos em uma meia, e que vai se configurando a cada movimentação”, diz o artista. “É uma prática de organização do espaço, de sair construindo. Faço muito desgaste na madeira, e nessa série, pela primeira vez, vou acrescentando e desgastando. É um desdobramento da prática de coleção, em que você vai juntando coisas, organizando, compactando”.

“Bolofote I” (2023-2024), madeira cajacatinga e cola, 42 x 57 x 112 cm.

“Semente IV” (2024), madeira cajacatinga, 80 x 60 x 30 cm

Nas três obras da série “Sementes” (2024) que estarão na mostra, o artista cria pequenos volumes de madeira cajacatinga que se assemelham a sementes e que, por sua vez, são agrupados em um volume único. “É fruto de experimentos que fiz com pedaços de sobras de madeira. A primeira semente foi resultado da junção de coisas que estavam esquecidas. Na segunda acrescentei mais alguma coisa, e a terceira foi toda nova. Dá um trabalho infernal fazer”, comenta rindo o artista. “A semente é a origem, é quem responde pela multiplicação da espécie. É o brotar, e quando se volta pra origem, e toda hora estou voltando, pra tela, pras pesquisas sobre as sementes da madeira que usei muitos anos. Uso as raízes, as sobras, e quero que essas árvores voltem a existir, que eu possa encontrar essas árvores com maior freqüência, mais regularidade. As sementes estão na minha cabeça”, diz. Na imagem acima, “Semente IV” (2024), madeira cajacatinga, 80 x 60 x 30 cm.

A madeira cajacatinga (Lamanonia speciosa), que Marcelo Silveira usa em suas esculturas, foi muito usada na construção de engenhos de açúcar no sul de Pernambuco, por ser resistente à água. As plantações de cana e o engenho deram depois lugar a pastos, restando da árvore apenas seus tocos, parcialmente carbonizados, provavelmente devido à prática do fogo nos antigos canaviais. Foi dessa forma que o artista tomou contato com a madeira. Ele pegou um desses tocos, desbastou, e viu que a madeira “estava totalmente boa”. “Elas sobraram na região, porque ninguém levava pra queimar em casa. Elas estavam me esperando… É um trabalho de prospecção e de arqueologia, porque onde tem um toco tem raiz, que às vezes são imensas e em alguns casos foram absorvidas pelo solo e viraram material orgânico”.

CABELUDAS

Outro destaque da exposição é o conjunto de nove obras da série “Cabeludas” (2006), em couro bovino, crina equina e aço inoxidável, com 2,25 metros de altura por 47 cmde largura. “A discussão dos meus trabalhos sempre tem a ver com os planos bidimensional e tridimensional, com as questões relativas à pintura e à escultura no espaço, e esta série fala muito de pintura”, diz Marcelo Silveira. Outra característica das “Cabeludas” que acentuam seu caráter pictórico é a relação com os pinceis feitos de crina de cavalo, e os tons em degradê dos fios. “Elas surgem da tentativa de organizar, retomar, trabalhos antigos, essas coisas todas voltam”, explica. Ele conta que a coleta da crina do cavalo é muito semelhante à que se faz com fios de cabelo para a confecção de uma peruca. “Não prejudica o animal, ao contrário: quando se poda o cabelo ou a crina, ele se revitaliza, nasce, cresce e se desenvolve em maior abundância. A prática da poda no cavalo é recorrente”, afirma. Os fios coletados são selecionados, higienizados, alinhados por tamanho, organizados, e alguns são tingidos. Na foto acima, “Cabeluda 5” (2006).

Marcelo Silveira conta que em Cachoeirinha, em Pernambuco, há profissionais especializados em fazer uma pequena manta, uma indumentária para o cavalo, feita de crina. “Elegantíssima. Quando eu vi isso resolvi subverter esta ordem, e criar essas cabeludas gigantescas. Eu dou muita importância aos cabelos, não sei por que”, brinca ele com o fato de ser careca.

Michael Asbury, autor do livro “Marcelo Silveira: Ata” (2022, Nara Roesler Books), relata sobre as “Cabeludas” que na primeira versão de seu texto, “escrita na língua inglesa, fez-me notar que a pronúncia de hairy tails [caudas cabeludas] tem exatamente o mesmo som que hairy tales, cuja tradução em português seria ‘estórias cabeludas’, ou seja, uma gíria para descrever algo entre um relato exagerado e uma mentira descarada”. “A justaposição aqui é interessante como meio de entrar, de forma hiperbólica, no mundo de Marcelo Silveira, no qual o fato é muitas vezes justaposto à ficção, a memória à invenção, a descrição à insinuação”. Ele continua: “Este relato exagerado sobre o título de uma obra de arte implica, portanto, um certo nível de ficção que é inteiramente obra do autor. Ao identificar uma associação que não se pretendia, surge, no entanto, uma analogia que é tão factual quanto inventada”.

Em obras do artista como as da série “Peles” (2022-2024), que integrarão a exposição, Marcelo Silveira aborda os limites da plasticidade da cajacatinga, esculpindo-o, desgastando-o e criando linhas de resistência em sua superfície. Em seguida, organiza essas esculturas em diferentes configurações, construindo formas que brotam das paredes ou do chão.

A exposição terá ainda três conjuntos de colagens da série “Hotel Solidão”, “que se iniciaram com uma coleção de edições da revista de variedades, folhetins e fotonovelas ‘Grande Hotel’ (Editora Vecchi), de 1947 a 1955”, lembra o artista. Nesses trabalhos, ele usa as capas da publicação,feitas por ilustradores italianos, são cuidadosamente selecionadas, higienizadas, cortadas e então coladas sobre papel cartão, em diversas composições que chamam a atenção pelas suas cores peculiares e por destacar as diversas camadas de papel ali organizadas.

SOBRE MARCELO SILVEIRA
A prática de Marcelo Silveira (1962, Gravatá, Pernambuco; vive entre Gravatá e Recife) parece questionar categorias pré-estabelecidas, ao desafiar e tensionar definições aparentemente consolidadas de escultura, instalação e colecionismo. Sua produção move-se a partir do interesse pela materialidade. Tudo pode ser objeto de trabalho: madeira, couro, papel, metal, plástico e vidro são apenas alguns dos elementos explorados. Contudo, também é fundamental a configuração por eles assumida, que pode ser criada a partir do repertório formal comum àqueles objetos – garrafas e copos de vidro, por exemplo – ou pela recriação de formas familiares e comuns em matérias inesperadas – como Silveira faz com a madeira, por exemplo.

O colecionismo, de fato, constitui estratégia privilegiada do artista, ao lado do constante jogo entre apropriação e produção. Essas operações aparecem em seu trabalho de diversos modos, seja pelo acúmulo de artefatos encontrados no mundo – como cartões postais, réguas de desenho, vidros de perfume etc. –, em objetos que remetem a utensílios domésticos, mas desprovidos de qualquer utilidade, ou até pela apresentação dos trabalhos sob a forma de conjuntos, em que cada fragmento se integra àquela totalidade, ressignificando-a. Nesse sentido, a organização é fundamental em sua prática, não só como estratégia expositiva, mas também para conferir novo sentido a esses objetos, que despertam memórias afetivas.

Desde sua primeira exposição individual, em 1984, na Galeria de Arte da A.P.L. em Recife, Marcelo Silveira tem participado de mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior, e seu trabalho integra relevantes coleções, como: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP); Casa da Cultura da América Latina da Universidade de Brasília (CAL-UNB); Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio; Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Recife; Fundação Roberto Marinho, Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP); Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE), Olinda; Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM), Recife; Museu de Arte Moderna da Bahia (MAC-BA), Salvador; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; Museu do Estado de Pernambuco (MEPE), Recife; entre outras.

SOBRE NARA ROESLER
Nara Roesler é uma das principais galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel, uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente, para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.

Serviço: Exposição “Marcelo Silveira – Entre o mar, o rio e a pedra”
Abertura: 11 de fevereiro  de 2025, das 18h às 21h, com visita guiada com o artista e Daniela Name, autora do texto crítico, às 19h.
Até: 12 de abril de 2025
Entrada gratuita

Nara Roesler
Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de Janeiro, CEP 22421-030
Segunda a sexta, das 10h às 18h
Sábado, das 11h às 15h
Telefone: 21 3591 0052
info@nararoesler.art

Canais digitais:
https://nararoesler.art/
Instagram – @galerianararoesler
Facebook – @GaleriaNaraRoesler
YouTube – https://www.youtube.com/user/galerianararoesler

 

By CWeA Comunicação
Foto: Divulgação

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