“Viagem Filosófica” revela imagens e sons da fauna, da flora e da cultura dos povos da Amazônia, com base na viagem de 1783 do naturalista luso-brasileiro Alexandre Rodrigues Ferreira. Acesso on-line no endereço: www.centroculturalbrasilangola.co.ao
A exposição “Viagem Filosófica” convida o público a embarcar na mais significativa expedição de conhecimento da bacia amazônica do período colonial, empreendida entre 1783 e 1792 por Alexandre Rodrigues Ferreira. Nascido na Bahia, o naturalista português se fez acompanhar dos desenhistas (“riscadores”) Joaquim José Codina e José Joaquim Freire, além do jardineiro-botânico Joaquim do Cabo, tendo por missão documentar para o Reino as descobertas reunidas em nove anos de navegação pelos rios do Norte brasileiro.
Além da mística que envolve as grandes expedições históricas, esta “Viagem Filosófica” foi igualmente relevante para o processo de delimitação das fronteiras amazônicas brasileiras, no contexto dos Tratados de Madri e Santo Ildefonso. Vivia-se, então, o Iluminismo (o “século das luzes”), propiciando a Portugal reafirmar, por meio das artes e da ciência, seu domínio sobre esses vastos territórios, contornando os interesses de potências concorrentes. Manteve-se, assim, a unidade da colônia brasileira, cuja independência, poucas décadas depois, se inseriria no processo histórico das grandes revoluções (industrial, americana, francesa…), que ocorriam à mesma época da expedição.
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Ricas em detalhes, as ilustrações que compõem a mostra são reproduções do acervo preservado pela Fundação Biblioteca Nacional, publicadas na década de 1970. A ambientação das “salas” virtuais é acrescida de elementos audiovisuais, incluindo cânticos de diferentes nações indígenas e filmagens da fauna e da navegação, elementos que compõem o acervo de domínio público de instituições como Funai e ICMBio.
Transposta para o ambiente virtual, a exposição reproduz fielmente as galerias do amplo prédio colonial do Centro Cultural do Brasil em Angola (CCBA), para as quais foi originalmente projetada. Reconhecido como patrimônio histórico de Luanda, o centro cultural brasileiro está localizado na parte mais antiga da cidade, junto à histórica Rua dos Mercadores, antigo porto de negociação de escravizados, muitos deles com destino ao Brasil.
“Viagem Filosófica” é o maior de diversos eventos on-line da instituição, que manteve-se em atividade mesmo de portas temporariamente fechadas pelo imperativo sanitário da pandemia, e que, após sete meses, reabriu suas portas em 14/10. A curadoria, cenografia e montagem da exposição são assinadas pelo artista plástico brasileiro Klaus Novais, residente na capital angolana desde 2018.
O acesso à exposição “Viagem Filosófica” é livre e gratuito pelo site do CCBA: www.centroculturalbrasilangola.co.ao
Por Sergio de Toledo
Imagem: Divulgação
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