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Conheça a casa sustentável que pode ser levada de um lugar a outro

Projeto da arquiteta Cris Passing na Casa Cor Florianópolis é totalmente integrado ao verde, funcional e usa tecnologia inovadora, voltada à redução de desperdícios na construção e no mobiliário

Interior e área externa se fundem na Casa Grigio, espaço projetado pela arquiteta Cris Passing para a Casa Cor Florianópolis, com mais de 90% das paredes externas em vidro. É como se a sala de estar, a cozinha, o quarto e até o banheiro estivessem em meio ao verde, mas a integração com a natureza vai muito além da transparência: contemporânea e sustentável das paredes ao mobiliário, a casa foi pensada para fazer história na mostra e voltada a um casal jovem, despojado e apaixonado por design e natureza. Seu sistema construtivo é o wood frame, técnica canadense ainda nova no Brasil e que traduz o que há de mais recente em tecnologia para a redução de desperdícios.

A Casa Grigio, nome que remete à Itália, país de design referência mundial, parece uma casa tradicional, mas a sua estrutura é desmontável e leve, e pode ser transportada para outro terreno, permitindo o seu total aproveitamento depois da mostra. Nas poucas paredes que a construção de 130 metros quadrados tem, são usadas placas cimentícias e madeira, que trazem uma qualidade acústica e térmica melhor que a alvenaria. Em comparação, o desperdício de materiais na sua construção alcançou no máximo 5%, enquanto em uma construção convencional do mesmo tamanho chega a 30%. O custo do projeto de Cris ainda é 25% inferior, e a casa ficou pronta em apenas 40 dias úteis de trabalho.

“A técnica é adaptável a qualquer estilo. Optei por uma casa mais urbana, mais contemporânea e longeva, com um design limpo que sobrevive ao tempo. Gosto de projetos que permitem uma convivência de muitos anos sem cansar”, explica a arquiteta de Florianópolis. Toda a madeira usada na construção é de reflorestamento e o mobiliário foi escolhido dentre fornecedores que têm selo de sustentabilidade e compromisso com matéria-prima e processos produtivos que respeitam o meio ambiente. A prevalência da iluminação natural é outra escolha que contribui para a preservação ambiental, assim como a opção de iluminação artificial toda em LED.

Cris preferiu paredes mais rústicas, como se fossem revestidas por cimento queimado, para combinar com um projeto contemporâneo que preza pela harmonia entre o cinza, o preto, as cores naturais da madeira e a claridade da iluminação natural. Mas o sistema construtivo permite reproduzir qualquer tipo de parede que se desejar, inclusive uma bem tradicional. “Recentemente incorporei o preto aos meus projetos de interiores e na Casa Cor quero mostrar que é possível usar cinza e preto, que são cores consideradas frias, mas ainda assim proporcionar com elas conforto visual e criar um ambiente acolhedor”, explica a arquiteta.

Tudo, é claro, intercalado com o verde presente em vasos pela casa e na natureza que a rodeia. Neste sentido, o banheiro é o espaço mais ousado, e que provoca uma sensação de liberdade só de olhar: as únicas paredes dos dois espaços para vaso sanitário são as voltadas ao interior da casa, para conferir privacidade, e os chuveiros são integrados e não têm qualquer parede. Nesse espaço o teto também é de vidro e coberto pelos galhos de uma árvore e por uma persiana quase transparente, que apenas faz a função de filtro do excesso de luz e calor. “Mais natural, impossível!”, brinca a criadora.

Peças de design são destaque

Impossível não se apaixonar logo de cara por um aparador rústico e todo feito por um mosaico de peças de madeira natural. É um mosaico de pedaços de troncos de madeira que originalmente formariam um apoio para mesa de centro. Cris insistiu em erguer a peça e a transformou em um aparador que dá as boas-vindas à casa, propositalmente sem cobertura de vidro, para mostrar a madeira, uma de suas paixões, de forma mais natural possível.
A arquiteta é acostumada a trabalhar com muita marcenaria de alto padrão e, da sua experiência que já conta com três anos em grandes projetos de arquitetura e interiores em São Paulo, ela traz para a Casa Grigio muitas peças de design na decoração, que são bastante valorizadas por lá. Há peças de Jader Almeida, Ouse e outros grandes nomes.

Curiosidades da Casa Grigio:

– A espessura das paredes e das vigas e pilares que formam a sua estrutura foi dimensionada dentro das normas do Canadá, já que o wood frame é novidade no Brasil e ainda não há regulamentação por aqui.
– Essa técnica construtiva já é muito usada em países da Europa e nos Estados Unidos, além do Canadá, onde foi criada.
– A ideia original de Cris Passing era remontar a casa, depois da mostra, em um sítio da família em Rancho Queimado. Mas ela já tem compradores interessados na moradia.
– Só a fachada tem 21 metros de comprimento em vidro, material que está presente em mais de 90% das paredes e até em algumas partes do teto, como no banheiro.
– A privacidade dos moradores fica por conta da própria natureza que cerca a casa. Tudo faz parte: árvores nativas, frutíferas, cerca viva, jardim. Entre os cômodos não há divisórias, é tudo integrado.
– No banheiro, nem mesmo os dois chuveiros têm box. Os moradores podem, por exemplo, tomar banho lado a lado, sob o céu que é visto através do teto de vidro. No quarto, o guarda-roupas também é de vidro.
– As poucas paredes são cinza, cor natural das placas cimentícias que as revestem. O tom é a nova paixão de Cris. Por isso o nome Casa Grigio, tradução de cinza em italiano, uma referência ao país famoso pelo design, que é adorado pela arquiteta.
– A ventilação da casa é cruzada para arejar bem e dispensar o uso do refrigerador de ar, a madeira é um isolante térmico natural, as cortinas são de tecido natural.
– O design limpo, sem modismos, sobrevive ao tempo e permite viver muitos anos no espaço sem cansar.
– Na sala, um objeto de desejo: um piano de cauda Yamaha high tech, que “toca” sozinho e de forma acústica músicas escolhidas por wi-fi, inclusive replicando o movimento das teclas, como se um fantasma o estivesse tocando. Piano é uma tradição familiar da arquiteta.
– O tapete de tecido fofinho da sala de estar é bom de pisar e até de sentar. É uma espécie de convite pra chegar e ficar.
– A bancada da cozinha é feita de uma pedra Orix, super resistente, em tons de cinza, mesclando com nuances azuladas e levemente douradas, da linha Decton, que recém doi lançada no Di Saloni del Mobile em Milão.
– Tanto a pedra como o MDF usados no cômodo são de empresas que conquistaram selos internacionais de sustentabilidade por respeitar a natureza.
– Na cozinha também está uma grande adega da linha sommelier da Art des Caves, que tem três temperaturas diferentes para armazenar separadamente vinhos brancos, tintos e espumantes.
– No quarto de casal, a cama de e o criado mudo são lançamentos da Masotti. Na parede do cômodo, um quadro do artista Gabriel Wickbold orna o espaço.
– O lustre da sala é da Ouse e a iluminação da casa, toda em LED, é de Jader Almeida.

SERVIÇO
O quê: Casa Grigio, na mostra Casa Cor Florianópolis, da arquiteta Cris Passing
Quando: de 14 de outubro a 25 de novembro
Onde: Estrada Caminho dos Açores, 1.410 – Bairro Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis
Quanto: inteira: R$ 40; meia-entrada: R$ 20; passaporte: R$ 100

Por Alvo Conteúdo Relevante
Imagens: Mariana Boro

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