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Casa Museu Ema Klabin estreia a exposição “Rio de Janeiro, XIX – XXI

Mostra apresenta, pela primeira vez, álbum considerado um dos primeiros conjuntos de gravuras sobre a cidade maravilhosa publicados na Europa, além de intervenções criadas pelo artista PV Dias que questionam a passividade das imagens

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A Casa Museu Ema Klabin realiza, de 11 de maio a 11 de agosto, a exposição Rio de Janeiro, XIX–XXI, que apresenta as 12 gravuras que compõem o álbum Souvenirs de Rio de Janeiro, produzido pelo suíço Johann Jacob Steinmann em 1836. Em paralelo, a série Disse-me-disse, especialmente criada pelo artista brasileiro PV Dias, insere desenhos contemporâneos nas gravuras de Steinmann e nos desenhos que as emolduram, inspirados em registros de Johann Moritz Rugendas. A exposição tem curadoria de Paulo de Freitas Costa e Janaina Damaceno, com curadoria adjunta de Ana Paula Rocha.

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O álbum Souvenirs de Rio de Janeiro foi um dos primeiros conjuntos de gravuras publicadas na Europa após a Independência do país, trazendo uma visão europeia da cidade, que promove a exuberância da paisagem natural, sem revelar suas tensões e conflitos, dentro de uma tradição que remonta ao trabalho de Frans Post e Gaspar Barléu, bem como dos artistas da Missão Artística Francesa.

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“Talvez mais reveladora que as paisagens seja a moldura aplicada às gravuras, baseada em gravuras de Rugendas e elaborada por Steinmann, em que indígenas e escravizados são representados de forma indistinta, como parte integrante de uma natureza exuberante”, afirma Paulo Costa.

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Plantando, de PV Dias. Série Disse-me-disse. 2024. Impressão (pigmento mineral sobre papel algodão). 30 cm x 23 cm.

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Série Disse-me-disse

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A partir de sete obras do álbum de Steinmann e três gravuras de Rugendas, PV Dias inseriu figuras contemporâneas, tanto nas paisagens, quanto nas molduras, evidenciando as questões propostas por esta exposição que avalia como, após dois séculos, essas imagens da paisagem carioca podem ir além da tradição e registrar nossa realidade e identidade de uma forma mais complexa.

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“Como Denilson Baniwa e Silvana Mendes, para citar apenas dois dos mais importantes artistas deste movimento, PV Dias vem fabricando rasuras decoloniais em imagens históricas do Brasil, questionando noções de pertença e territorialidade que ajudaram a produzir a ideia de um país racialmente democrático. Com seus pequenos gigantes que sussurram para os personagens das gravuras de Steinmann e Rugendas, ele abre uma fenda temporal em que o segredo e a (con)fabulação surgem como personagens principais”, diz a curadora Janaina Damaceno.

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Tarsila do Amaral, Frans Post e Di Cavalcanti

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Obra de PV Dias dialoga com o quadro Rio de Janeiro, de Tarsila do Amaral (1923), que integra a Coleção Ema Klabin. Imagem original: Patricia de Filippi, Sergio Zacchi e Gabriel Villas-Boas / Arquivo Casa Museu Ema Klabin.

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As obras de PV Dias estarão expostas lado a lado com as gravuras de Steinmann e intervenções do artista brasileiro estarão em diálogo com outras quatro obras da Coleção Ema Klabin expostas em outros ambientes na casa museu: Rio de Janeiro, de Tarsila do Amaral; Vista de Olinda e Igreja de São Cosme e Damião, de Frans Post, e Retrato feminino, de Emiliano Di Cavalcanti.

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“O olhar da curadoria sempre procura dar destaque para um aspecto da coleção reunida por Ema Klabin e colocá-lo em perspectiva com o momento atual, mas esta é a primeira vez que estamos trazendo um artista contemporâneo para criar obras que vão integrar uma exposição temporária na casa museu. Provocamos, com isso, uma interação ainda mais profunda com o mundo e as questões atuais por meio de um diálogo direto entre curadores e entre um artista de hoje e um artista de dois séculos atrás, que contribuiu para um imaginário ainda muito presente sobre o Rio de Janeiro”, destaca a superintendente da Casa Museu Ema Klabin, Fernanda Paiva Guimarães.

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A exposição Rio de Janeiro, XIX – XXI segue o tema proposto para 2024 Novo Mundo: territórios e identidades, que consiste em uma reavaliação de nossos conceitos acerca do Continente Americano, buscando novas leituras e perspectivas sobre a geografia, as diversas populações e suas manifestações culturais.

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A exposição integra o projeto Casa Museu Ema Klabin Digital 2024, contemplado pelo Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais – PROMAC da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com patrocínio da Marsh McLennan. A casa museu conta ainda com o apoio da Klabin S.A.

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Sobre o álbum de Steinmann

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Em 1825, logo após a Independência do país, o jovem artista suíço Johann Jacob Steinmann (1800-1844) foi convidado pelo governo brasileiro a dirigir a recém-criada escola de impressão da Academia Militar. Steinmann permaneceu nessa função por cinco anos, antes de abrir sua própria oficina litográfica, destinada primordialmente a produzir gravuras criadas a partir de seus registros da paisagem brasileira, bem como de outros artistas. Após retornar à Europa, em 1833, publicou, com grande sucesso, a primeira edição do álbum Souvenirs de Rio de Janeiro dessinés d’aprés nature & publiés par J. Steinmann, contendo 12 gravuras em água-tinta executadas por Friederich Salathé com base em nove desenhos de Steinmann e em registros dos pintores Eduard de Kretzschmar e Victor Barral. Todas as imagens do álbum têm uma moldura com desenhos inspirados nos registros de outro viajante, Johann Moritz Rugendas.

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Serviço

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Rio de JaneiroXIX – XXI

Souvenirs de Rio de Janeiro, Johann Jacob Steinmann, 1836

Série Disse-me-disse, PV Dias, 2024

11 de maio a 11 de agosto de 2024

Inauguração:

sábado, 11 de maio de 2024

a partir das 14h

Visitas livres

quarta a domingo das 11h às 17h com permanência até às 18h

Visitas mediadas

quarta, quinta e sexta às 11h, 14h, 15h e 16h

sábados, domingos e feriados às 14h

Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – São Paulo, SP

Entrada franca, com sugestão de contribuição voluntária*

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Sobre a Casa Museu Ema Klabin

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A residência onde viveu Ema Klabin de 1961 a 1994 é uma das poucas casas museus de colecionador no Brasil com ambientes preservados. A Coleção Ema Klabin inclui pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, obras do modernismo brasileiro, como de Tarsila do Amaral e Candido Portinari, além de artes decorativas, peças arqueológicas e livros raros, reunindo variadas culturas em um arco temporal de 35 séculos.

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A Casa Museu Ema Klabin é uma fundação cultural sem fins lucrativos, de utilidade pública, criada para salvaguardar, estudar e divulgar a coleção, a residência e a memória de Ema Klabin, visando à promoção de atividades de caráter cultural, educacional e social, inspiradas pela sua atuação em vida, de forma a construir, em conjunto com o público mais amplo possível, um ambiente de fruição, diálogo e reflexão.

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A programação cultural da casa museu decorre da coleção e da personalidade da empresária Ema Klabin, que teve uma significativa atuação nas manifestações e instituições culturais da cidade de São Paulo, especialmente nas áreas de música e arte. Além de receber a visitação do público, a Casa Museu Ema Klabin realiza exposições temporárias, séries de arte contemporânea, cursos, palestras e oficinas, bem como apresentações de música, dança e teatro.

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O jardim da casa museu foi projetado por Roberto Burle Marx e a decoração foi criada por Terri Della Stufa.

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Acesse nosso site e redes sociais

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Site: https://emaklabin.org.br

Instagram: @emaklabin

YouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabin

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Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ

Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU

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Sobre o artista e a curadoria

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PV Dias é formado em Comunicação Social e mestre em Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, com formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Sua pesquisa se concentra na análise da estruturação das imagens de um território e nas suas possíveis rupturas. A partir de diversas práticas, incluindo pintura, fotografia, vídeo e arte digital, seu trabalho aborda a mediação visual de paisagens sonoras. Natural de Belém do Pará, atualmente reside no Rio de Janeiro.

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Janaina Damaceno é graduada em Filosofia, mestra em Educação pela Unicamp e doutora em Antropologia pela USP. É professora adjunta da UERJ e do Programa de Pós-graduação em Cultura e Territorialidades da UFF, onde coordena o Grupo de pesquisas Afrovisualidades: estéticas e políticas da Imagem Negra. Foi mentora da Residência Artística Laboratório de Imagens, uma parceria entre o Observatório de Favelas e o Instituto Moreira Salles, e uma das fundadoras do Fórum Itinerante de Cinema Negro (FICINE).

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Paulo de Freitas Costa é arquiteto e mestre em Artes pela USP. Em 2000 foi selecionado pela Lampadia Foundation para programa de um ano de pesquisa na National Gallery de Washington D.C. Atua como curador da Casa Museu Ema Klabin desde 2001 e atualmente coordena o Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas. Publicou os livros Sinfonia de objetos (Ed. Iluminuras, 2007), A Casa da Rua Portugal (FEGK, 2014), A Coleção Ema Klabin (org., FEGK, 2017) e Porcelana europeia na Coleção Ema Klabin (FEGK, 2018).

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Ana Paula Rocha é museóloga pela UNIRIO, mestre (Faperj Nota 10 e CNPq) e doutoranda (financiamento CAPES) pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ, onde integra o Urbano – Laboratório de Estudos da Cidade. Atua como coordenadora técnica no Sesc RJ em projetos com ênfase em acervos e artes visuais. Tem experiência com gestão de projetos expositivos e acervos, curadoria independente e docência. Idealizadora da plataforma de arte e pensamento INTRUSA (@intrusacultura).

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By Cristina Aguilera | Mailingimprensa

Imagens: Divulgação Coleção Ema Klabin

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