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A importância da ergonomia para o bom funcionamento da cozinha

 

Na distribuição das áreas que compõem o ambiente, as medidas indicadas pelo projeto de arquitetura são fundamentais para o bem-estar e autonomia do usuário, além da boa utilização da estrutura contemplada para a cozinha

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Com a notoriedade que as cozinhas conquistaram nos projetos residenciais, um ponto tornou-se ainda mais evidente na sua concepção: a importância da ergonomia. Ao reunir tantas funções, muitas delas por meio dos eletrodomésticos que ganharam mais espaço e utilização, não dá para deixar de lado as referências que fornecem o bem-estar físico dos seus usuários. “O ato contínuo de cozinhar ou lavar louças em uma bancada muito baixa ou muito alta causa desconforto e, em médio e longo prazo, problemas de saúde”, avalia o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório BMA Studio.

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Sempre atento com esses cuidados, ele deixou essa preocupação ainda mais evidente no projeto que assina durante a 36ª edição da CASACOR São Paulo, que acontece até o próximo dia 6 de agosto. Em sua ‘Cozinha Funcional’, o profissional denota a estética arrojada da sua proposta, que marcou sua estreia no evento, bem como assinalou a importância de observar as medidas confortáveis para a instalação das áreas de trabalho e eletrodomésticos. “Embora a arquitetura de interiores nos indique medidas que norteiam nosso trabalho, em nossos projetos sempre promovemos uma análise cuidadosa no que diz respeito à altura dos moradores, peso e principalmente se há alguma limitação física. Todos esses insights são imprescindíveis para projetarmos o ambiente” enfatiza Bruno.

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Em um segundo momento, ele aponta a compreensão da funcionalidade almejada para a cozinha como um atributo que corrobora nas decisões que impactarão em uma ergonomia salutar. Ainda de acordo com o arquiteto, essa otimização é um requisito indispensável em seus projetos, ainda mais quando o ambiente integra uma morada pensada para ser vivida em um longo prazo. “Não faz sentido habitarmos em uma casa que nos deixa desconfortável. A ergonomia interfere diretamente em nosso humor e saúde”, considera.

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Mas, quais conceitos nasce uma cozinha ergonômica? Confira algumas características apontadas por Bruno Moraes:

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Armários de cozinha:

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Os armários em tons rose vintage, presentes na ‘Cozinha Funcional’ do arquiteto Bruno Moraes, atendem às necessidades de funcionamento e foram feitos sob medida para a mostra. | Fotos: Guilherme Pucci

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Um dos principais móveis de uma cozinha são os armários, que ocupam grande parte da área. Quando armários superiores são instalados acima do blackspash, o recuo é imprescindível para evitar acidentes como bater a cabeça na hora de lavar a louça – caso esse espaçamento não for necessário, basta ampliar a distância em relação à bancada. Em termos de medidas, o arquiteto sinaliza uma distância de 75 cm, quando temos o armário superior recuado do alinhamento da bancada, mas quando temos o armário superior alinhado com a bancada, sem recuo, precisamos ter mais de 1m de distância entre armário e bancada.

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Circulação no espaço:

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O ponto de partida é entender o fluxo da cozinha e a dinâmica dos moradores. Em layouts que apresentam apenas a bancada à frente de alguma parede, “ cozinha corredor “, o profissional recomenda uma circulação maior, para não passar a impressão de ambiente apertado ou claustrofóbico. De modo geral, a ideia é que o posicionamento dos móveis e eletrodomésticos não atrapalhem na dinâmica de preparação das refeições e no bem-receber dos moradores. Para Bruno Moraes, uma circulação entre 90 cm e 1,05 m propicia uma movimentação apropriada.

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Em sua ‘Cozinha Funcional, a área é dividida entre a bancada da pia com armários e a ilha com cooktop do outro lado. Segundo o arquiteto Bruno Moraes, quando essa estrutura é aplicada, as duas bancadas precisam estar alinhadas, de forma a facilitar o preparo das receitas| Foto: Guilherme Pucci

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Torre quente

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Ainda que para muitos ela pareça apenas um charme, pensar ergonomicamente na torre quente transforma a cozinha de maneira fantástica. Para isso, é preciso analisar as características do eletro, para produzir a marcenaria que o receba corretamente e que considere as necessidades de respiro de cada equipamento. “A leitura do manual é primordial para conhecermos as especificações do fabricante e desenvolver um projeto alinhado”, detalha Bruno.

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No que diz respeito às dimensões no nicho, ele indica que, em geral, as empresas sugerem um mínimo de 60 cm de profundidade, entretanto, vale sempre uma análise personalizada por parte do arquiteto, que entre outros pontos, precisa considerar uma altura que seja confortável aos olhos e ao acesso do morador.

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Na ‘Cozinha Funcional’ do arquiteto Bruno Moraes, a altura considerada para a instalação do forno foi de 85 cm | Foto: Guilherme Pucci

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Cooktop e pia:

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De maneira geral, o profissional considera a instalação do cooktop em uma altura entre 90 a 95 cm do piso, mas visando o conforto, ele deixa para bater o martelo após analisar as características do morador. Outra medida referencial é a espessura da bancada que receberá a peça, que vai depender de acordo coma resistência do material que escolher. O planejamento ainda considera uma distância mínima da parede, bem como um espaçamento, nas laterais do cooktop, que servirá como ventilação e uma área destinada para apoio dos alimentos.

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Para evitar superaquecimento, é fundamental considerar uma folga entre 5 e10 cm do fundo, dependendo do modelo que escolher, e sempre prever uma distância mínima da pia da cozinha (50 cm é um bom parâmetro) para não respingar água durante o uso da torneira. Semelhante ao cooktop, as pias acompanham o no mesmo nível da bancada.

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No projeto aberto para exposição durante a CASACOR São Paulo, o cooktop da ‘Cozinha Funcional’, projetada pelo arquiteto Bruno Moraes, foi incluído na ilha central | Foto: Guilherme Pucci

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Bancada e setores de trabalho:

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Para as bancadas de trabalho, o arquiteto recomenda entre 90 a 95 cm de altura a partir do piso, sendo que propostas mais altas, como um balcão, podem atingir entre 1 a 1,10 m. E quando a área recebe a atribuição de servir, em geral as banquetas devem apresentar uma altura de 75 cm, no caso de balcão e banquetas com altura de 65 cm para bancadas de até 95cm do piso, deixando um recuo de 25 cm para o encaixe das pernas embaixo do balcão e um mínimo de 10 cm de recuo para o apoio dos pés na base de alvenaria, que normalmente é elevada do piso entre 10 e 15 cm com relação ao piso.

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Na ilha com cooktop em exposição na CASACOR São Paulo, o arquiteto Bruno Moraes considerou uma superfície com 4,40 m de comprimento, 1,20 m de largura e 92 cm até o piso |Foto: Guilherme Pucci

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Sobre Bruno Moraes Arquitetura 

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Criado há 13 anos, o escritório é comandado por Bruno Moraes, arquiteto formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie. Bruno passou por grandes escritórios, como o do arquiteto Siegbert Zanettini, onde participou do projeto de ampliação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, considerado o maior projeto sustentável da América Latina.

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O escritório atua nas áreas de gerenciamento e execução de obras, além de se dedicar à concepção de projetos de casas, reforma de apartamentos, retrofits, espaços corporativos e áreas comuns de edifícios. Dispõe de equipe própria de obra, cuidadosamente treinada para gerir os trabalhos com processos próprios desenvolvidos pelo escritório que usa, entre outros diferenciais, um aplicativo personalizado. A marca Bruno Moraes Arquitetura tem trabalhos publicados nas mais importantes publicações de decoração e arquitetura do Brasil. Em 2019, participou do quadro de decoração do Programa da Eliana, no SBT, e em 2020 assina novamente a reforma do ambiente.

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BMA Studio

(11) 2062-6423

@brunomoraesarquiteturastudio

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By Vitória Messias | Milingimprensa

Imagens: Créditos Guilherme Pucci

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