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Como a neuroarquitetura pode aumentar a sensação de segurança das edificações públicas e privadas

Por Lorí Crízel**

Na esteira dos atos de vandalismo ocorridos no último dia 8 contra os prédios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em Brasília, foi potencializada a importância da existência de uma segurança eficiente em grandes edificações e estruturas que abrigam objetos e ambientes considerados patrimônios históricos. Nesse contexto, a neuroarquitetura entra como um fator que auxilia o esquema de proteção de locais dessa magnitude e relevância.

A ausência de um efetivo policial adequado e de um plano antecipado de segurança preventivo foram determinantes para que o episódio terminasse com consequências desastrosas. Ao analisar esse panorama, observa-se que a aplicação de ferramentas da neuroarquitetura, através da qual o espaço em si pode vir a apresentar condicionantes comportamentais, a configuração espacial poderia ter desempenhado papel importante para ajudar a mitigar os estragos ao provocar estímulos que induzissem os invasores a, possivelmente, não acessar alguns locais estratégicos.

Como consequência, o emprego dessa ferramenta da neurociência aplicada à arquitetura poderia ter auxiliado a resguardar objetos considerados raros e preciosos, muitos deles com valor incalculável pelo seu caráter histórico, que não ficariam em evidência ao serem ofuscados por outros elementos compositivos considerados menos importantes. Esses últimos, no caso, seriam utilizados na composição espacial para serem percebidos em primeiro plano por meio de simbolismos indutórios e que, assim, atuariam indiretamente como instrumentos de proteção dos ambientes invadidos pelos vândalos nos palácios do governo nacional.

Vale lembrar que a aplicação dos conceitos da neuroarquitetura tem importância não apenas para ajudar a reforçar a condição de segurança de grandes edificações ou prédios históricos, mas também de propriedades particulares e outros tipos de construções de menor porte. 

(**) Lorí Crízel é arquiteto e urbanista, presidente da ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture) no Brasil e membro da ANFA Center for Education Latin America. Professor no Master Degree em Design for Architecture no POLI Design do Instituto Politécnico de Milão e mestre em conforto ambiental, o profissional é o autor do primeiro livro do país sobre neurociência aplicada à arquitetura, design e iluminação. Especialista em neurociências e comportamento humano, ele também coordena cursos e programas internacionais do IPOG (Instituto de Pós-Graduação e Graduação) no Brasil, é CEO do escritório Lorí Crízel + Partners, além de mentor do programa Design Tank Brasil e membro fundador do projeto Neuro in Lab, além de possuir uma vasta bagagem internacional por meio de imersões em alguns dos mais renomados escritórios de arquitetura do mundo.

 

By WGO Comunicação

 


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