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Quem é o homem de 43 obras da CASACOR?

Empresário Luiz Bernardo aposta nos potenciais brasileiros e no valor das pessoas que vivem e trabalham aqui

“Eu tenho orgulho de ser brasileiro e as empresas daqui também devem se orgulhar e se dar o valor que realmente merecem. É este meu recado para o mercado.” (Luiz Bernardo)

 

A missão de Luiz Carlos Santafé Bernardo é bem clara: construir. O homem que já participou de 43 obras com a consagrada marca CASACOR e começa mais um desafio em Itapema, SC, é obstinado e realizador de fôlego. Desde criança, monta e desmonta, cria, constrói e inventa objetos, ambientes, veículos e, claro, muitas casas. Com esta caminhada, o olhar ficou apurado e ele avalia que pode prever, com segurança de 80%, as possibilidades de uma obra de CASACOR ter sucesso, a partir da escolha do imóvel.

O franqueado da CASACOR SC, ao lado de sua mulher e sócia, Francis Bernardo, encara a quarta edição no estado, depois de duas em Florianópolis e uma em Balneário Camboriú, com resultados satisfatórios no mercado. Em Itapema, a mostra ocorre no Beach Place Itapema (Antigo Plaza Itapema), de 27 de maio a 8 de julho.

O homem das obras faz as contas: Já foram 23 em Curitiba (PR); 13 em Porto Alegre (RS); uma em Punta Del este, no Departamento de Maldonado, Uruguai; quatro em Florianópolis e uma em Balneário Camboriú (SC). O desafio agora é transformar um gigantesco resort, construído em 1972, nas bordas da Costa Esmeralda, no maior evento turístico do setor em Santa Catarina. A expectativa é de 30 mil visitantes em mais de 30 ambientes e cerca de 50 profissionais, nos 42 dias de mostra.

ENTREVISTA

1 – Você pode citar as obras mais desafiadoras de sua vida?

Certamente, as obras mais desafiadoras que executei foram aquelas que envolviam a condição humana de pessoas em estado vulnerável, como orfanato, asilo, quando era necessário acolher as pessoas que estavam no imóvel para que, depois da mostra, elas ficassem numa situação mais digna para viver. Lembro da obra no cais Mauá, na região central de Porto Alegre, em 2004. Nós negociamos com os estivadores e foi uma experiência emocionante. Um deles trabalhava ali há 38 anos e não tinha um pedaço de chão para viver. Nós deixamos um legado que ainda hoje pode ser visto por todos no local. Outras experiências que me desafiaram e marcaram muito foram no Orfanato Pão dos Pobres, também em Porto Alegre e no Asilo São Vicente, em Curitiba. Havia pessoas lá dentro. E em meio à CASACOR precisávamos cuidar de quem estava ali. Então entendi claramente que a CASACOR tem a obrigação de deixar um legado por onde passa. Não é fazer a obra, depois ir embora. Nós precisamos devolver um patrimônio a quem confiou em nosso trabalho.

2 – Você acha muito difícil montar uma CASACOR?

Tudo fica mais fácil quando gostamos do que fazemos. Seja qual for a nossa missão, devemos nos adaptar àquela energia e dar o nosso melhor.

3 – O que é mais difícil de conseguir: materiais de qualidade ou bons trabalhadores?

O mais difícil é encontrar a mão de obra. Por isso opto por manter uma equipe que vá aprendendo com o tempo e dê o melhor de si. Eu valorizo o profissional que está preocupado, em primeiro lugar, em oferecer o seu melhor em mão de obra.

4 – Você fez muitos amigos trabalhando?

A melhor coisa da vida é ter boas recordações. Olhar para trás e ver que tudo valeu a pena, olhar na máquina do tempo e perceber que a CASACOR trouxe tantos objetos e composições de espaços que fazem as pessoas viajarem na história em algo palpável, nos materiais e objetos, nas tendências. A CASACOR é o melhor lugar para o profissional mostrar aquilo que ele realmente quer fazer, com liberdade para criar. O bacana é que eles vão mudando de ideia, recriando os ambientes, há os perfumes, os apelos a todos os sentidos. Isto revoluciona os sentidos dos visitantes, é algo vivo.

Em meio a tudo isso, vamos fazendo grandes amizades na CASACOR. Eu digo que sou um político sem partido. Procuro promover as pessoas para o futuro. As pessoas têm um potencial escondido. Muitas vezes são humildes e talentosas, e só precisam de oportunidades. Andando em meio às obras, vamos falando a mesma linguagem das pessoas, e procuramos ajudar, para que tenham a ousadia de crescer. A obra passa a fazer parte da história da vida daquela pessoa, e ela cresce. E em meio a tudo isso, nós cultivamos muitas amizades. Na verdade, a nossa equipe vai ficando com um jeito de família e é disto que a Francis e eu gostamos mais.

5 – Conte sobre a experiência CASACOR em Punta Del Este.

Naquele lugar eu aprendi que o evento CASACOR não deve concorrer com uma praia. É uma questão lógica: tem a praia, um dia bonito, as pessoas preferem ir para a praia a uma mostra. Aquela experiência serviu de base para os projetos realizados em Santa Catarina. Devemos usar a praia a nosso favor. Com a experiência, aprendemos a escolher um imóvel certo para cada período de tempo e espaço dentro de uma cidade. Punta Del Este foi uma experiência muito rica, fora do Brasil, outra cultura e uma fronteira cheia de desafios. Ali aprendi a avaliar um imóvel com muito mais certeza de que o negócio será bem-sucedido.

6 – Do que você tem medo?

O meu receio, quando se trata de CASACOR, é que as pessoas usem esta marca para objetivos que não são bons para as outras pessoas. Tomo minhas precauções para que isto não ocorra. Nós temos muito cuidado com o nome CASACOR, zelamos por esta marca, que é a nossa própria história de vida.

7 – O que você tem a dizer sobre a parceria com sua mulher e sócia, Francis Bernardo?

Esta é uma boa parceria, com certeza. A Francis é uma pessoa competente. Nunca deixa suas tarefas para depois, é pontual nas suas obrigações. Ela é uma mulher correta e faz aquela parte que eu não faço, porque eu gosto mesmo, é de cuidar das obras. Então, nossas funções se complementam no negócio, e por isto tem dado tão certo. E nós gostamos desse desafio, que é o que nos proporciona crescimento como seres humanos.

8 – Qual o papel da sua família em meio ao ritmo acelerado de obras de CASACOR?

Na nossa família todos sabem que um deve ajudar o outro. Uma filha cuida da outra, e é preciso total apoio para que tudo dê certo.

9 – Há muitas histórias em meio a este tipo de trabalho em grandes obras. Você lembra-se de algumas mais engraçadas?

As histórias mais engraçadas que lembro no momento foram vividas em Porto Alegre. Certa vez, precisávamos passar uma linha telefônica para outro lugar na Rua dos Andradas, bem no centro de Porto Alegre. Pedi para um funcionário colocar uma escada no outro lado, contei os passos, calculei e amarrei um ferro na ponta da linha. Quando joguei a linha, o ferro passou e foi parar na vitrine de uma loja. Quando ele puxou, o ferro voltou e furou o banner de uma grande farmácia. Deu certo prejuízo, mas demos muitas risadas…

Em Punta Del Este foi engraçada a maneira com que negociávamos na fronteira para passarmos com carretas e mais carretas de materiais. Certo dia foi com um caniço de pesca que conquistei a simpatia dos fiscais, para que entendessem nossa missão de sair do Brasil para construir uma CASACOR, um evento daquele porte, no país deles. Eram muito grandes as exigências na fronteira, mas aquele caniço nos salvou e foi motivo de muitas risadas depois. Há muitas histórias engraçadas e ficaríamos horas aqui contando. Hoje, eu só sei que tudo valeu a pena.

10 – O que você tem a dizer sobre a CASACOR SC ao mercado catarinense?

Eu acredito no Brasil. E eu peço a todos que também acreditem no seu país. Aqui é muito bom, em todos os aspectos. Não é bairrismo. Nós temos pessoas fantásticas aqui e este é um país lindo. Nós precisamos acreditar mais no Brasil. Eu tenho orgulho de ser brasileiro e as empresas daqui também devem se orgulhar e se dar o valor que realmente merecem. É este meu recado para o mercado.

Sobre a CASACOR

Empresa do Grupo Abril, a CASACOR é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas. O evento reúne anualmente prestigiados arquitetos, decoradores e paisagistas. Em 2018, são 17 praças nacionais: São Paulo, Bahia, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina (Florianópolis e Itapema) e, pela primeira vez, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A mostra acontece ainda em quatro praças internacionais: Bolívia, Estados Unidos, Paraguai e Peru.

 

SERVIÇO

O QUÊ: CASACOR/SC 2018 – Itapema

QUANDO: 27 de maio a 8 de julho – Terça a Sexta, das 15h às 21h

Sábado, das 13h às 21h – Domingo, das 13h às 19h

ONDE: Beach Place Itapema – BR-101, km 144, Itapema – SC, 88220-000 – (Antigo Plaza Itapema)

INGRESSOS: Inteira, R$40 – Meia, R$20 – Passaporte, R$100

 

 

 

Por Alessandra Cavalheiro

Imagem: Carlos Alves

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