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Instalação de Ana Ferrari encanta público na exposição Forever Is Now 2025 nas Pirâmides de Gizé

Única sul-americana selecionada pela Art D’Égypte para participar do projeto, sua obra Vento, composta por 21 flautas, transforma vento em melodia nas areais egípcias

Instalação “Vento”, de Ana Ferrari, é composta por 21 flautas de alumínio polido dispostas em formação espiral – Crédito: Giulia de Sanrio

Imagine estar diante das Pirâmides de Gizé e, de repente, o vento começar a cantar. Não é magia…é arte. E tem assinatura brasileira.

Ana Ferrari escreve um capítulo inédito na história da arte contemporânea brasileira. A artista paulista foi selecionada como única representante sul-americana para integrar um clube seleto: os dez artistas escolhidos para a quinta edição da Forever Is Now, exposição que acaba de ser inaugurada, durante abertura do Grand Egyptian Museum, e segue até 7 de dezembro de 2025.

O anúncio, feito no Cairo em 1º de outubro, posiciona Ana ao lado de apenas outros nove artistas internacionais – como Michelangelo Pistoletto, ícone da Arte Povera e indicado ao Nobel da Paz 2025 – vindos de países como Itália, Portugal, França, Estados Unidos e Coreia do Sul.

Quando o vento ganha voz

Para o deserto egípcio, Ana leva “Vento”, instalação que captura algo que normalmente escapa aos nossos olhos: a energia invisível do ar em movimento. São 21 flautas gigantes de alumínio polido, com alturas entre 2,5 e 5 metros, dispostas em formação espiral. Quando as brisas atravessam essas estruturas, cada uma afinada em nota diferente, criam uma melodia única comandada apenas pela natureza.

Confira o som produuzido pelas flautas no video: https://tinyurl.com/anaferrari

O alumínio espelhado reflete o entorno – pirâmides, deserto, visitantes -, criando um jogo visual onde a obra se integra completamente à paisagem milenar. Cada nota foi gravada a laser nas câmaras de ressonância das flautas, resultado de estudos profundos em cimática, ciência que revela os padrões visuais criados por vibrações sonoras.

A obra dialoga diretamente com a reverência egípcia antiga ao som e à frequência…como se a natureza finalmente tivesse seus próprios instrumentos”, explica Ana, referindo-se aos mistérios acústicos que as próprias pirâmides guardam há milênios.

Estudo técnico da instalação “Vento”, mostrando a disposição em espiral das 21 flautas que transformam as brisas naturais em melodia.

Arte nômade com propósito

“Vento” possui um espírito itinerante que amplifica sua mensagem pelo mundo. Após o período no Egito, a obra seguirá para o Arpoador, no Rio de Janeiro, onde será instalada no icônico Parque Garota de Ipanema em março de 2026 – o primeiro projeto artístico de longo prazo permitido neste espaço emblemático desde que Tom Jobim um dia apresentou “Garota de Ipanema” ao piano.

A escolha do Arpoador não é arbitrária: localizado entre as praias do Arpoador e do Diabo, o local permite captar a intensidade das correntes de ventos cruzados, transformando-os num momento único. Com previsão de permanência entre seis meses e dois anos, estima-se que a instalação alcance um público de 360 mil pessoas apenas nesta segunda etapa.

Uma trajetória de conexões globais, arte, ciência e natureza

Ana Ferrari – Crédito: Giulia de Sanrio

A seleção para a Forever Is Now coroa uma trajetória que vem se construindo na intersecção entre arte, ciência e espiritualidade. Ana Ferrari trabalha com uma premissa clara: transformar o invisível em visível. Suas pesquisas investigam animismo, sistemas cristalinos e cimática, explorando as frequências e campos magnéticos que conectam todos os seres e permeiam a natureza, construindo pontes entre o tangível e o intangível por meio de experiências sensoriais imersivas.

Sua carreira inclui exposições na Galeria Nara Roesler (São Paulo, 2018), no museu A CASA (2019), no ArtDot durante a Art Basel Miami (2021 e 2023) e na exposição paralela da Bienal de Veneza (2022), além do Museum of Arts and Design em Nova York (2023). Por dois anos, atuou como Diretora Criativa e Curadora Cultural do complexo City of Arts no México, que inclui o museu SFERIK, onde desenvolveu projetos colaborativos com artistas renomados como Tomaz Saraceno, Azuma Makoto, Henrique Oliveira e Maurizio Montalti.

Multidisciplinar, sua jornada por cinco continentes investigando origens culturais e cosmovisões enriquece um trabalho que transita entre esculturas, instalações monumentais e joalheria, utilizando metais nobres como ouro, prata, latão, alumínio e aço, além de vidro, cristais, pedras e madeira. Materiais que, em suas mãos, refletem a energia intrínseca e a beleza da natureza em ressonância com suas pesquisas científicas e espirituais.

Momento histórico para a arte

A participação de Ana Ferrari ganha ainda mais relevância por acontecer durante os eventos de abertura oficial do Grand Egyptian Museum, projeto aguardado há décadas que se tornará o maior museu do mundo dedicado ao Egito Antigo, com 100 mil artefatos em exposição. E a Forever Is Now, organizada pela Art D’Égypte – fundada por Nadine Abdel Ghaffar – e Culturvator, posiciona-se como ponte entre o patrimônio ancestral egípcio e a arte contemporânea global, explorando temas de imortalidade, transcendência e criatividade humana.

“Vento reforça a conexão com a natureza e destaca a energia invisível que molda nossa vida”, resume Ana sobre sua instalação, uma meditação poética sobre forças invisíveis que, assim como as pirâmides que a acolherão, promete atravessar o tempo como testemunho vivo do ritmo profundo entre humanidade e cosmos.

Nas areias de Gizé, onde civilizações antigas dominavam conhecimentos acústicos ainda não completamente compreendidos, uma artista brasileira vai demonstrar que arte contemporânea e sabedoria ancestral podem compartilhar a mesma linguagem – aquela que o vento sopra quando encontra os instrumentos certos para ser ouvido.

Tidelli participa da concepção e construção da obra

A instalação “Vento” marca também uma colaboração inédita entre Ana Ferrari e a marca brasileira de mobiliário outdoor Tidelli, que assina o patrocínio e participou da construção da obra. Desenvolvida dentro da fábrica da marca ao lado de Luciano Mandelli,  a peça combina o saber artesanal e técnico da Tidelli à pesquisa artística da criadora, reforçando o diálogo entre arte, design e sustentabilidade.

Para Tatiana Mandelli, fundadora da Tidelli, o projeto amplia o alcance da marca para o território das artes visuais. “A Tidelli sempre entendeu o design como uma forma de arte. Com VENTO, mostramos que nosso trabalho manual, nossa técnica e nossos materiais podem dar vida a uma obra que transcende o funcional e se torna expressão cultural”, afirma.

A parceria evidencia como o design brasileiro pode se inserir no circuito artístico global de forma autoral e inovadora. “Para nós, arte e design partem do mesmo princípio: o de transformar o ambiente e gerar experiências significativas. Estar nas Pirâmides do Egito com a Ana é um símbolo poderoso de como a criatividade brasileira pode dialogar com o mundo”, completa Tatiana.

Sobre Ana Ferrari

Ana Ferrari é uma artista multidisciplinar cujo trabalho transforma o invisível em visível. Alma livre e curiosa, está sempre em busca de maneiras para que a linguagem da natureza se manifeste através de sua arte.

Sua base estrutural combina Arte, Ciência e Espiritualidade – três aspectos que se complementam em sua visão de mundo e permitem criar obras que transcendem o material para mergulhar em questões profundas sobre a natureza da vida, a consciência humana e a conexão entre todos os seres vivos no universo através de campos magnéticos e suas frequências.

Com uma conexão especial com o Animismo, Ana acredita que todos os seres possuem uma energia única e fazem parte de um todo interconectado. Ela tem a capacidade singular de conectar mitos, processos naturais e símbolos, criando obras que são verdadeiras experiências sensoriais.

Trabalhando com esculturas, instalações artísticas, joias e outras formas de expressão, Ana utiliza diferentes materiais e técnicas sempre com foco na sustentabilidade e consciência ecológica, buscando destacar a beleza e energia da natureza. Sua abordagem curiosa e dedicada a torna única, com trabalhos já exibidos na Galeria Nara Roesler (São Paulo, 2018), no museu A CASA (2019), no ArtDot – Art Basel Miami (2021 e 2023) e na exposição paralela da Bienal de Veneza (2022), entre outros.

 

By a4&holofote comunicação
Foto: Giulia de Sanrio e Divulgação

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