

Na individual de Lucas Dupin, livros obsoletos ganham nova vida em esculturas que reorganizam o conhecimento e evocam outras formas de saber.
A partir de um olhar minucioso sobre livros e bibliotecas como estruturas de poder, memória e validação do saber, Lucas Dupin apresenta a exposição “Na infinita soma dos possíveis”, com texto curatorial de Lorraine Mendes e abertura no dia 24 de maio. Manipulando publicações consideradas obsoletas — como enciclopédias, almanaques médicos e jurídicos, dicionários e gramáticas — o artista reconfigura esses vestígios do conhecimento ocidental em obras que subvertem sentidos fixos e constroem um arquivo fluido, aberto ao tempo, à dúvida e à multiplicidade de leituras.
No ateliê do artista, instalado num terraço luminoso de um edifício residencial em Belo Horizonte, convivem livros, plantas, objetos simbólicos e ferramentas de ofício. É desse espaço que emergem as obras, moldadas por uma prática artesanal rigorosa e sensível. Bronze, papel, tinta, aquarela, latão e douramento se encontram em composições que não apenas acumulam camadas de tempo, mas também tensionam a ideia de permanência. Como nas ideias de Derrida — que inspiram o título da mostra — o sentido escapa, se transforma e se reconfigura continuamente.
O gesto de Dupin é também editorial: ao cortar, remontar e relacionar conteúdos distintos, o artista organiza suas próprias bibliotecas — móveis, sensíveis, instáveis. A espada de São Jorge, planta popular e protetora, aparece como presença recorrente, em diálogo com a solidez da escultura em cobre — emblemas que aproximam tradição popular e erudição acadêmica, saberes invisíveis e monumentos históricos. O que se vê são constelações poéticas que colocam em circulação outras formas de saber e de existir no mundo.
Em “Na infinita soma dos possíveis”, Dupin nos convida a habitar essas bibliotecas fragmentadas, nas quais o conhecimento deixa de ser estrutura rígida para tornar-se matéria viva, transformável. A cada obra, abre-se uma nova janela para conexões inesperadas entre passado e presente, entre cultura escrita e sensorialidade, entre rigor intelectual e o gesto. A exposição afirma a arte como campo de reorganização simbólica — em que tudo, sempre, pode ser revisto e refeito.
Sobre o artista
Lucas Dupin
Belo Horizonte, 1985. Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil.
Mestre (2012) e Bacharel (2008) em Artes Visuais pela UFMG, Lucas Dupin tem no diálogo com os contextos em que trabalha o ponto de partida para suas pesquisas, embora se volte com frequência para o universo do livro, da natureza e da observação atenta da transitoriedade presente no cotidiano. Sem se ater à materiais, linguagens e modos de trabalhar específicos, busca dentro do seu universo de investigação realizar trabalhos em que partes são capazes de acessar um todo. Entre as exposições e residências artísticas que participou estão por exemplo, a 13ª Bienal do Mercosul (2022), Pivô (2019), o 6º Bolsa Pampulha (2016), FAAP (2017), FUNDAJ (2015), Banff Centre (2011) e, em anos anteriores, destacam-se o Prêmio Arte Contemporânea da FUNARTE (2015). Publicou em 2022 seu primeiro livro monográfico reunindo uma seleção de obras e textos inéditos escritos pelos curadores Cauê Alves e Élise Girardot. Vive e trabalha em Belo Horizonte e São Paulo.
Sobre a Galeria Lume
A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens, através de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.
A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes, dedicada à introdução da arte em todas as suas mídias, voltados para a audiência nacional e internacional, através de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância.
A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa.
Serviço
“Na infinita soma dos possíveis” de Lucas Dupin
Texto curatorial de Lorraine Mendes.
Local: Galeria Lume
Abertura: 24 de maio, sábado, das 11h às 17h
Período expositivo: 24 de maio de 2025 a 21 de junho de 2025
Horário de visitação: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP
Entrada gratuita
Informações para o público: tel.: (55) 11 4883-0351
WhatsApp: 11 93281-3346
e-mail: contato@galerialume.com
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By Galeria Lume
Foto: Daniel Pinho
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