

Criado para a 38ª edição da mostra, o WC Unissex de 40 m² com ilha funcional consolida arquitetura, natureza e ancestralidade em um percurso sensorial marcado por materiais naturais e formas orgânicas
A história do projeto assinado por Giovanni Vespe com a CASACOR começa a se conectar ainda em 2024, quando o arquiteto se encantou pelos banheiros apresentados naquela edição. E, como quem planta um desejo ao vento, Giovanni confidenciou à sua equipe que gostaria de assinar um banheiro, caso participasse da mostra um dia. Menos de um ano depois, o sonho germinou e assim nasceu o “Solos do Tempo”, provando a força que nossas palavras e pensamentos têm de semear sonhos.
O ambiente se apresenta como um convite delicado para desacelerar, contemplar e refletir de forma mais profunda sobre os caminhos que escolhemos e o mundo que desejamos construir. Essa narrativa é reforçada pela presença dos acabamentos, revestimentos e da decoração minuciosamente escolhidos por Giovanni.
Ao pisar no Solos do Tempo, o visitante é impactado pela iluminação sedutora, proveniente dos perfis de LED dimerizáveis, sob telas tensionadas, da Tensoflex, que criam um efeito de luz graduada no fundo da estante. A peça é feita em serralheria com prateleiras de vidro que acomodam livros antigos, como símbolo do passado e do pensamento. Neste primeiro ambiente da tríade, que representa a reflexão sobre o passado, o arquiteto traz um espaço de descanso, promovido pelo conforto do design orgânico das poltronas Lora, assinadas por Luan Del Savio e produzidas pela Naldi Mobili.
A sensação de acolhimento fica completa com o tapete Colina, confeccionado em tear manual, com sisal preto e algodão marrom pela DelaDecor. A peça artística “Doce Colheita II”, do artista Jorge Souza, da Lança Galeria, convida o observador a aprofundar o pensamento sobre as relações humanas. Pintada sobre azulejos e porcelana esmaltados (108 x 108 cm), a obra resgata a história da arte, com traços renascentistas. “As maçãs em 3D fazem alusão a história de Adão e Eva e nos levam a refletir sobre a vida no paraíso, os prazeres mundanos e a ruptura com as regras”, explica o arquiteto.
Como todo sonho traz consigo um toque de perfeição, Giovanni recorreu à própria criatividade para desenhar as mesas laterais que compõem o hall. Produzidas pela Ravello Móveis e Decorações, as peças autorais, homônimas do ambiente, marcam a exclusividade da criação para a mostra.
O olhar de quem cruza o ambiente também não escapa do jogo de presença e delicadeza, proposto pela arandela Samurai — com base em pedra marrom Imperador e pintura chocolate — nem mesmo do pendente Vértice (70 cm), em acrílico branco lixado com haste dimerizável, ambos assinados pelo designer de luz Waldir Júnior, da WJ Luminárias.
Do lado oposto, a fluidez da trama e a brutalidade do cedro rosa na obra “Duo em Cedro”, do artista soteropolitano Marcelo Oliveira, marcam a passagem para o segundo ambiente: a transição. Neste corredor, concebido como uma experiência sensorial que conduz simbolicamente ao futuro — representado pelo próximo espaço — estão dispostas quatro cabines privativas, sendo uma delas PNE com fraldário.
Ampliando o ineditismo do projeto, Vespe trouxe uma adaptação nas medidas do revestimento Matéria, da Castelatto em parceria com a Deca. O revestimento fabricado com “pitcher”, material derivado da reciclagem de louças sanitárias, passou a ser produzido no formato 10 x 10 x 2,9 cm para o piso, especialmente para atender a necessidade do projeto, que prioriza a estética orgânica.
Com a natureza pulsando por todo o ambiente, a iluminação não poderia ser outra que não fosse a natural. Para conseguir tal efeito em um espaço fechado, Giovanni Vespe aplicou as versáteis telas tensionadas Tensoflex, iluminadas gradualmente com perfis de LED em tons mais quentes. O material torna a iluminação do corredor mais difusa, criando uma atmosfera intimista e suave.
A árvore de avencão (Adiantum capillus-veneris), da Svetlana Plantas, e a luz natural ao fundo têm a missão de despertar a curiosidade para um novo espaço, sugerindo uma transição para o futuro. “É um convite simbólico à reflexão sobre o futuro que estamos construindo. O percurso pelo corredor torna-se um momento contemplativo, culminando na descoberta de um terceiro ambiente, escondido, com pé-direito elevado, luz natural abundante e o verde descendo pelas paredes”, explica o arquiteto.
Dentro das cabines, Giovanni repetiu a solução das telas tensionadas, desta vez, aplicando o material sobre pérgolas de MDF preto, que, ao serem iluminadas, se assemelham a uma claraboia, conectando o visitante à “luz “natural” mesmo em um espaço confinado. Equipado com louças e acessórios da Deca, o ambiente proporciona conforto sensorial por meio dos painéis de MDF da Duratex, que revestem as cabines, e pela arandela Enigma de Waldir Júnior.
Por fim, o futuro no Solos do Tempo chega com a esperança de ser um respiro em meio à urbanidade acelerada. Com o propósito de que o visitante vivencie o tempo de corpo inteiro, o arquiteto e sua equipe buscaram materiais que enfatizem a conexão entre a natureza, a arquitetura e a ancestralidade. Após dezenas de visitas e análises de materiais, Giovanni encontrou o mármore Forest Green, que viria a ser um elemento singular no projeto. Usado para esculpir a bancada central, executada pela marmoraria Alphamax, a estrutura com acabamento escovado é um manifesto à floresta amazônica vista do alto, com veios marrons que evocam os rios serpenteando a mata. “Desenhamos a bancada para que pareça uma peça maciça, extraída de forma natural”, conta o arquiteto. Embora o material ainda seja pouco explorado, no Solos do Tempo ele é protagonista, inclusive por seu apelo tátil e simbólico, promovido por partículas e fósseis que revelam as camadas do tempo, como se a terra falasse com as mãos de quem a toca. A mesma pedra dá forma aos puxadores das cabines, desenhados com ergonomia e um sofisticado trabalho artesanal, que sela a união entre funcionalidade e design.
Outro destaque de forte simbolismo no ambiente é o painel em serralheria, composto por vidros do tipo canelado, martelado e miniboreal. Unidos, cada um com a sua textura, formam uma espécie de mosaico, que declara a presença do material ao longo do tempo e suas fases na arquitetura. Como o cenário da mostra são os casarões do Parque Fernando Costa — popularmente conhecido como Parque da Água Branca, tombado pelo patrimônio histórico e cultural —, Giovanni posicionou o painel em frente à janela arqueada do imóvel. Assim, o ambiente proporciona uma experiência imersiva, trazendo luz natural e a paisagem exterior, composta por árvores centenárias e plantas nativas da Mata Atlântica, para dentro do ambiente. As copas das árvores também se refletem nos espelhos em formato de raio, posicionados paralelamente à bancada, criando um ambiente “instagramável” para os visitantes. Eles estarão envolvidos em uma atmosfera refrescante, promovida pelos sons da água e da floresta, reproduzidos durante o percurso.
Para Vespe, o “Solos do Tempo” representa um refúgio dentro do lar. Um espaço onde é possível desacelerar, se reconectar com a natureza e consigo mesmo. “Em um cotidiano cada vez mais urbano e acelerado, ter um banheiro que incorpora os princípios do design biofílico não se trata apenas de estética, mas de promover o bem-estar, a tranquilidade e o equilíbrio”, conclui o arquiteto.
Conheça Giovanni Vespe
Giovanni Vespe é arquiteto com dupla formação em Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (USP), além de experiência acadêmica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em Portugal. Desde 2020 está à frente do escritório Giovanni Vespe Arquitetura, com sede em Alphaville e atuação em todo o Brasil.
Especializado em projetos residenciais de alto padrão, o escritório tem como marca registrada o acompanhamento próximo de todas as etapas, da concepção criativa ao projeto executivo e à execução da obra.
Com um processo criativo estruturado em quatro etapas, Giovanni busca compreender profundamente o perfil e o estilo de vida de seus clientes, traduzindo desejos e necessidades em soluções personalizadas e atemporais. O escritório não se restringe ao desenvolvimento de projetos, seu propósito é oferecer uma experiência transformadora, capaz de fazer de cada casa um verdadeiro lar.
Giovanni Vespe Arquitetura
Arquiteto: Giovanni Vespe
Instagram: @giovannivespearquiteto
https://giovannivespe.com.br/
Fornecedores:
Louças e metais: Deca
Revestimentos: Castelato
Tintas: Coral
MDF: Duratex
Sabonetes e fragrância de ambiente: Natura Bothânica
Mão de obra: Cazzabella
Bancada e puxadores: Alphamax
Serralheria: Ladeira Martins
Tapete: Deladecor
Estante: Aluni Factory
Marcenaria: RX Móveis Planejados
Iluminação: Perfeita Luz
Automação de som: Rodrigues Automação
Obras de arte: Studio Marcelo Oliveira e Lança Galeria
Objetos de decoração: Nydia Rocha (vasos) e Suiobjetos (coração)
Mobiliário: Naldi Mobili (poltronas) e Ravello Móveis e Decorações (mesas laterais)
By Paris Comunicação
Foto: Vitor Guilherme
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