

Recurso arquitetônico busca manter respiro entre edificações com um século de diferença
Em regiões centrais das grandes cidades, a escassez de terrenos disponíveis para novos empreendimentos fez surgir uma tendência: a construção de prédios ao lado de edificações antigas. Além de garantir o melhor uso dos espaços, esses projetos viabilizam a revitalização de casas com valor histórico — muitas das quais estão abandonadas ou com graves problemas estruturais.
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O desafio de conseguir a harmonia entre o passado e o presente fez surgir um bom exemplo em Porto Alegre/RS. No bairro Moinhos de Vento — um dos mais tradicionais da capital gaúcha —, um casarão centenário será restaurado e fará parte de um empreendimento com um prédio residencial com um imenso pilar inclinado para a esquerda. Assinado pelo Studio Ronaldo Rezende, o projeto do Barão 428 é um lançamento da Wolens, incorporadora boutique e focada em produtos de alto padrão.
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O recurso arquitetônico da inclinação, segundo o arquiteto Raul Rezende, reúne uma série de atributos. “Em primeiro lugar, queríamos manter um respiro de espaço da casa. Com isso, o projeto ganhou uma personalidade muito marcante. É como se o novo estivesse fazendo uma ‘reverência’ ao antigo”, destaca o também sócio-diretor do escritório. A proposta também conferiu um diferencial comercial: as unidades ficam maiores conforme os andares sobem. A metragem de 330 m² dos apartamentos no primeiro pavimento passa para 725 m² no último.
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Personalidade e contemporaneidade
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Outra decisão dos arquitetos foi buscar uma fachada menos estática — complementando com o estilo da casa. “O prédio antigo vem de outra época. Uma edificação não poderia competir com a outra”, pontua o arquiteto, cujo escritório soma mais de 700 projetos em quase cinco décadas de história. Fundado por Ronaldo Rezende, o estúdio já recebeu reconhecimentos como o International Property Awards e o Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa — além de liderar projetos no Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil.
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Em contraste ao estilo fechado do casarão, a nova torre optou por aberturas amplas, esquadrias piso-teto e varandas generosas, em linha com a demanda das famílias no pós-pandemia. “Com sensibilidade e respeito, valorizamos a presença da casa inventariada, mantendo o máximo de respiro no seu perímetro. Ao mesmo tempo, agregamos ao edifício um design contemporâneo de muita personalidade”, ressalta o arquiteto. O uso de madeira e elementos naturais — como espelhos d’água — reforça a leveza do conceito.
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Imerso no contexto de um dos bairros mais caminháveis de Porto Alegre, o Barão 428 tem um térreo que propõe ser uma galeria de arte, com a curadoria de Cézar Prestes, para quem passa pelo seu entorno. Tanto a fachada como o gradil serão de vidro, impactando os pedestres com obras expostas. O recuo do novo prédio também garante a visualização privilegiada do antigo casarão.
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Preservação do patrimônio
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Na avaliação do sócio e diretor de Novos Negócios da Wolens, Daniel Goldsztein, o conjunto da obra será um presente para a cidade. “Além da restauração de uma casa centenária, vamos criar um novo marco arquitetônico para Porto Alegre. Será um empreendimento icônico, como uma escultura no bairro Moinhos, em plena harmonia com a casa histórica”, pontua.
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O prédio contará com spa, piscina aquecida coberta, solarium, hidromassagem e sauna. No casarão histórico, ficarão os espaços kids e fitness. Haverá também sala office nas áreas de convivência — como opção para as reuniões de negócio dos moradores. Está prevista ainda a preservação de boa parte da vegetação do terreno, sendo moldada por espelhos d’água.
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.O Barão 428 é o terceiro empreendimento da Wolens no Moinhos de Vento: o primeiro foi o Luciana 250, entregue em 2022 e o segundo foi o Ondular, lançado em agosto do ano passado. Os projetos fazem parte de um total de seis construções que serão realizadas no bairro, cujo total previsto de VGV ultrapassa os R$ 850 milhões.
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A casa que será restaurada pela Wolens é uma das mais emblemáticas da história de Porto Alegre. Um de seus proprietários foi Elias Bothomé, comerciante libanês, homem de negócios e personagem influente na sociedade gaúcha da época. A mansão teve seus anos de glória e uma intensa agenda social, sediando festas importantes, segundo o especialista em patrimônio histórico Evandro Eifler Júnior. A casa ainda estava em propriedade da família Bothomé, até ser comprada pela incorporadora.
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By Critério
Imagens: Divulgação
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