Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana abre ao público no dia 29 de novembro e mostra a ocupação do território desde antes da fundação da vila colonial
Antes de ser a metrópole que nunca dorme, São Paulo foi Piratininga, nome tupi que significa “peixe a secar”, referência às várzeas dos rios que, após as cheias, deixavam os peixes expostos ao Sol. É esse território ancestral, anterior à chegada dos europeus, que a exposição Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana da Casa Museu Ema Klabin convida o público a redescobrir.
Com curadoria do arquiteto e curador da Casa Museu Ema Klabin, Paulo de Freitas Costa, e da doutora em Arqueologia Paula Nishida, a mostra revela um lado pouco conhecido da cidade: um território ocupado há cerca de 4 mil anos, muito antes da fundação da vila colonial. A partir de pesquisas arqueológicas realizadas em diferentes regiões da capital, o visitante é conduzido por um percurso que combina ciência, história e imaginação para compreender a profunda relação entre os primeiros habitantes e a paisagem que hoje abriga a maior cidade do país.

Lavagem de ouro no Jaraguá, nos arredores de São Paulo, John Mawe. Gravura do livro Voyages Dans L’Intérieur Du Brésil: particulièrement dans les Districts de L’Or et du Diamant, de 1816, pertencente à Coleção Ema Klabin.
Do subsolo à vitrine: vestígios de uma São Paulo esquecida
O município de São Paulo reúne cerca de 90 sítios arqueológicos já identificados. Desses, oito foram selecionados para compor esta exposição, representando marcos fundamentais na formação do território paulistano. “Os sítios Lítico do Morumbi, as urnas funerárias, e os sítios Jaraguá I, II e Olaria II representam o universo dos povos originários antes da invasão europeia. As Cavas de Ouro do Jaraguá e o Pinheiros 2 testemunham o contato entre indígenas e colonizadores; e a Casa do Butantã e a Casa do Itaim Bibi trazem à tona aspectos do período colonial, ampliando o olhar para além do eixo central da cidade”, explica a arqueóloga Paula Nishida, curadora da mostra.
A exposição contará com registros fotográficos e cartográficos de todas essas descobertas, além de reproduções de artefatos encontrados, que perfazem um arco temporal de cerca de 3.800 anos antes do presente (c. 1.850 a.C.) até o século XIX. Esses registros contribuem para reconstituir modos de vida, práticas funerárias e atividades cotidianas que moldaram a história paulistana muito antes da urbanização.
Entre as 20 peças de pedra lascada reproduzidas pelos arqueólogos Bruce Bradley e Astolfo Araújo do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas em Evolução, Cultura e Meio Ambiente – LEVOC, associado ao Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), 11 poderão ser manuseadas pelo público, proporcionando uma experiência sensorial e interativa do trabalho arqueológico. Parte dessas reproduções foi ainda digitalizada e impressa em tecnologia 3D, especialmente para a mostra, permitindo uma compreensão mais imersiva da arte e da sofisticação das antigas comunidades indígenas brasileiras.
Narrativas do tempo e do clima
A exposição se organiza em dois grandes eixos: o período Pré-colonial, que reúne os vestígios mais antigos até o início do contato com os europeus, e o período Colonial, que abrange do século XVI ao início do XIX.
Em sua parte final, intitulada “Os Ares de Piratininga”, o visitante será convidado a refletir sobre as transformações climáticas e ambientais pelas quais a região passou ao longo dos séculos. A partir de amostras de solo e sedimentos coletados em 1997, um estudo revelou uma paisagem radicalmente distinta da atual, um retrato do passado natural que ajuda a compreender a evolução do território.
Entre a ciência e a memória
Para a curadora Paula Nishida, a exposição busca aproximar o público do passado arqueológico da cidade e ressignificar a ideia de origem paulistana, ampliando o olhar para além da narrativa colonial.
“O trabalho arqueológico nos permite escutar as camadas mais profundas da cidade, aquelas que estão sob os nossos pés, mas que também fazem parte do nosso presente. Cada fragmento encontrado fala de uma São Paulo viva, indígena, africana, diversa e ancestral”, afirma Nishida.
A exposição também evidencia o rigor científico do processo arqueológico, do campo ao laboratório, e a riqueza das descobertas que emergem de uma São Paulo pouco conhecida.
“Esta exposição é parte de um conjunto de iniciativas da casa museu que têm por o objetivo a promoção de um maior conhecimento sobre nosso território, atualizando nossos conceitos e narrativas e nos tornando mais aptos para avaliar o presente e imaginar um futuro para nossa cidade”, afirma o curador Paulo de Freitas Costa.
Serviço
Exposição: Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana
Curadoria: Paula Nishida e Paulo de Freitas Costa
Abertura: 29/11, 11h
Visitação
De 29/11/2025 a 29/03/2026
quarta a domingo, das 11h às 17h, com permanência até às 18h
visitas mediadas quarta a sexta, às 11h, 14h, 15h e 16h. sábado, domingo e feriado, às 14h.
R$ 20 (inteira)
R$ 10 (meia) para estudantes, idosos, PCD e jovens de baixa renda
gratuidade para crianças de até 7 anos, professores e estudantes da rede pública
Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo
Sobre a Casa Museu Ema Klabin:
A residência onde viveu Ema Klabin de 1961 a 1994 é uma das poucas casas museus de colecionador no Brasil com ambientes preservados. A Coleção Ema Klabin inclui pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, obras do modernismo brasileiro, como de Tarsila do Amaral e Candido Portinari, além de artes decorativas, peças arqueológicas e livros raros, reunindo variadas culturas em um arco temporal de 35 séculos.
A Casa Museu Ema Klabin é uma fundação cultural sem fins lucrativos, de utilidade pública, criada para salvaguardar, estudar e divulgar a coleção, a residência e a memória de Ema Klabin, visando à promoção de atividades de caráter cultural, educacional e social, inspiradas pela sua atuação em vida, de forma a construir, em conjunto com o público mais amplo possível, um ambiente de fruição, diálogo e reflexão.
A programação cultural da casa museu decorre da coleção e da personalidade da empresária Ema Klabin, que teve uma significativa atuação nas manifestações e instituições culturais da cidade de São Paulo, especialmente nas áreas de música e arte. Além de receber a visitação do público, a Casa Museu Ema Klabin realiza exposições temporárias, séries de arte contemporânea, cursos, palestras e oficinas, bem como apresentações de música, dança e teatro.
O jardim da casa museu foi projetado por Roberto Burle Marx e a decoração foi criada por Terri Della Stufa.
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Foto: Nelson kon e Divulgação
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