Além dos artistas celebrados pelos cem anos, mostra e leilão são marcados por diferentes vertentes da arte
Eduardo Sued, artista que acaba de completar cem anos, e Antonio Poteiro que faria cem anos em outubro deste ano, são celebrados na mostra “Centenários & Contemporâneos” e marcam o 121º leilão promovido pela Blombô, uma das maiores plataformas de leilões do país. Juntam-se a eles em mostra e pregão, nomes como Leda Catunda, Regina Vater, Ascânio MMM, Alberto da Veiga Guignard, Amadeo Luciano Lorenzato, Di Cavalcanti, entre tantos outros que marcam diferentes períodos da arte brasileira, destacando a arte popular, a arte moderna e a arte contemporânea. Antes de serem leiloadas nos dias 11 e 12 de agosto somente online via site da empresa (https://blombo.com/) às 20h sob o comando do leiloeiro oficial Daniel Rebouço, as cerca de 260 obras podem ser vistas em exposição na Galeria Blombô, em São Paulo, entre 31 de julho e 11 de agosto.
“Santa Ceia” de Antonio Poteiro
Pintor, desenhista e gravador brasileiro, Eduardo Sued (1925) nasceu no Rio de Janeiro. Sua longa trajetória no mundo das artes começou em 1949, logo após sua formação em Engenharia no ano de 1948. Naquele ano, estuda desenho e pintura com Henrique Boese e pouco tempo depois, trabalha como desenhista no escritório de Oscar Niemeyer. Mas, foi o contato com trabalhos de Piet Mondrian e da escolha de Bauhaus que influenciou o artista em ‘sua’ abstração geométrica e no construtivismo que caracterizam grande parte de suas criações, a exemplo, a obra “Sem Título” que integra essa mostra e leilão.
Por outro lado, Antonio Poteiro (1925 – 2010) que completaria 100 anos em outubro deste ano, fez história ao traçar em suas obras cenas regionais e temas bíblicos, a partir de vivências pessoais e de diversas culturas com as quais teve contato. Português de Pousada, imigrou para o Brasil ainda muito criança, com apenas um ano de idade. Morou em São Paulo, Minas Gerais, mas fixou residência em Goiás, onde faleceu. “Santa Ceia”, um óleo sobre tela com 180 x 170 centímetros é parte do catálogo do 121º leilão Blombô.
Ascânio MMM. Composição 20
Ascânio MMM. Fitangular Ipê 4
Com cinco décadas dedicadas à produção de esculturas, Ascânio Maria Martins Monteiro (1941), mais conhecido como Ascânio MMM, é um artista plástico reconhecido como expoente do construtivismo brasileiro, já que suas obras são construídas na interseção entre arquitetura e escultura. Nascido em Portugal, o artista radicado no Brasil desde 1959, é celebrado entre os mais importantes escultores do país. Formado em Arquitetura pela FAU/UFRJ em 1969, Ascânio passou a desenvolver seus trabalhos artísticos ainda na faculdade, em 1966. Entre os destaques apresentados na mostra, e que irão à leilão na Blombô, a obra “Fitangular Ipê 4” é parte de seu interesse pela madeira, período iniciado nos anos 1980 e no qual passou a explorar as cores naturais desta matéria-prima de diferentes espécies como cedro, mogno, freijó etc. Vale citar que ambos os trabalhos de Ascânio nesta exposição, foram exibidas em mostra na Casa Roberto Marinho.
Di Cavalcanti – Mãe e filho.
Amadeo Luciano Lorenzato – Fábrica
Outro destaque de mostra e leilão Blombô é a obra “Mãe e Filho” de Emiliano Di Cavalcanti. Um óleo sobre tela que produziu quando voltou de Paris, na década de 1950, sendo parte da fase cubista do artista, perceptível pelo geometrismo e traços fragmentados, empregados especialmente na representação de figuras humanas e paisagens. Vale ressaltar que a obra fez parte da Bienal de Veneza de 1956. Já a obra “Fábrica”, por sua vez, vem representando um dos grandes modernistas do Brasil, o mineiro Amadeo Luciano Lorenzato (1900 – 1995) cujas pinturas, de estilo primitivista, retratavam o cotidiano e as paisagens de Belo Horizonte, cidade onde nasceu, viveu boa parte de sua vida e faleceu. Lorenzato é aclamado como uma das maiores personalidades das artes visuais da capital mineira.
“Retrato de Géza Heller” de Guignard
Também de grande relevância para as artes no Brasil, o pintor, professor, desenhista, ilustrador e gravador, Alberto da Veiga Guignard (1896 – 1962) vem representado com “Retrato de Géza Heller”, entre as 260 obras que compõem mostra e leilão Blombô. Guignard dedicou-se a diferentes gêneros da pintura, de retratos a natureza-morta, mas foi com as paisagens de mineiras, seus costumes, as pessoas e a religiosidade que se consolida entre os maiores mestres modernistas.
Por fim, mas não menos importante, destaque para a multiartista Regina Vater (1943) com vasta produção artística nas quais homenageia mitos e cosmologias ancestrais, propondo diferentes modos de entender tempo e natureza. Além de inúmeros trabalhos realizados em pinturas, desenhos, ilustrações e instalações, a artista, que também escreveu dois livros infantis, ocupou a sala de vídeo no MASP em 2021. Reconhecida internacionalmente, Vater participou do programa de residência da ArtPace Foundation, em San Antonio, Estados Unidos, onde criou cinco instalações que foram exibidas na instituição no ano seguinte. Em 2000, ministrou uma palestra sobre a exposição “Blurring the Boundaries”, no Blanton Museum, em Austin e, em 2002, foi curadora da exposição “Brazilian Visual Poetry”, com a participação de 51 artistas, no Mexic-Arte Museum, em Austin. Em cartaz até 5 de outubro na Pina Contemporânea, a mostra “Pop Brasil: vanguarda e nova figuração, 1960-70” exibe obra da artista.
Todas as obras podem ser acessadas em: http://iarremate.com/blombo/065
Descrição de obras
- Antônio Poteiro. Santa Ceia, 1995. Óleo sobre tela. Assinado canto inferior direito. 180 x 170 cm
- Eduardo Sued. Sem título, 1986. Óleo sobre tela. Assinado verso. 115 x 170 cm
- Ascânio MMM. Fitangular Ipê 4, 1985. Escultura em madeira. P.A. 1,55 x 0,60 cm
- Ascânio MMM. Composição 20, 1967. Escultura em madeira pintada. 80 x 80 x 7 cm (Reproduzido no livro “Ascânio MMM: Poética da Razão”, pág. 175| Reproduzido no livro “Ascânio MMM: Geometria Inquieta”, pág. 33
- Amadeo Luciano Lorenzato. Fábrica, 1973. Óleo sobre eucatex. Assinado canto inferior direito, 52 x 42 cm
- Regina Vater. Sem título. Grafite e caneta marcador sobre papel. Assinado canto inferior direito. 37 x 27 cm
- Alberto da Veiga Guignard. Retrato de Géza Heller, 1943. Óleo sobre madeira. 30 x 20 cm. Participou das exposições: “A Nova Flor de Abacate”, Grupo Guignard, galeria de arte BANERJ, 1943; “100 anos de Guignard”, Museu de Arte da Pampulha (MAP), 1996. Etiquetas no verso. Humanismo lírico de Guignard, realizado no Museu Nacional de Belas Artes RJ, 2000 e Museu de Arte de São Paulo (MASP), 2000.
- Emiliano Di Cavalcanti. Mãe e filho, déc. 1950 – Óleo sobre tela – Assinado canto inferior direito – 60 x 48 cm
Exposição Galeria Blombô
“Centenários & Contemporâneos”
Galeria Blombô – Av. Cidade Jardim, 86 – Jd. Europa – SP
Período expositivo: de 31 de julho a 11 de agosto
Horário: de segunda a sexta-feira das 11h às 19h | sábado das 11h às 16h | domingo das 11h às 15h
Leilão
Dias: 11 e 12 de agosto
Horário: a partir das 20h – online via site da Blombô – https://blombo.com/
Para participar do leilão, basta fazer o cadastro no site https://www.iarremate.com/cadastro
Email: leiloes@blombo.com
@blombo.art
Sobre a Blombô
Nascida online como um canal de marketplace em 2017, a Blombô, cujo nome remete à sede das primeiras paletas e pinturas rupestres encontradas há mais de cem mil anos – a caverna Blombos sul-africana –, é hoje uma das mais importantes plataformas de leilões online do Brasil, fez seu primeiro pregão já em 2018 e não parou mais. Criada pela empresária e CEO Lizandra Turella Ferraz Alvim, tem como carro-chefe leilões de obras de arte, mas faz pregões de vinhos também. “A grande maioria dos leilões são de obras de artistas renomados que abrange os mais diversos tipos de trabalhos entre telas, esculturas e outros, mas também realizamos pregões de vinhos, grande parte proveniente de colecionadores que, salvo exceções, estão mudando o tipo de vinho de suas coleções”, conta Lizandra.
Com um público-alvo variado entre pessoas e instituições que valorizam a arte e a bebida como uma forma de expressão, investimento e apreciação estética e degustativa, pode-se dizer que colecionadores, curiosos e admiradores que buscam adquirir obras e bebidas com procedência e qualidade, completam o perfil de clientes da empresa. Ainda como fio condutor da atuação da Blombô, estão as Instituições culturais na qual a empresa presta atendimento a museus, galerias e fundações de arte que podem estar interessadas em adquirir obras para suas coleções permanentes, exposições temporárias ou para fins educacionais. Recentemente, o diretor dos leilões de arte, Daniel Rebouço, leiloeiro oficial pelos Estados de São Paulo e Minas Gerais, assumiu os leilões de arte da Blombô.
By JuVilela Press
Foto: Michael Rodrigues
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