Escrito pelo historiador da arquitetura Carlos Lemos, obra apresenta os caminhos da escultura sagrada e discute preservação e história
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Orandi Momesso lança o livro Imaginária Brasileira na Coleção Orandi Momesso. Escrito pelo arquiteto e historiador Carlos Lemos, explora em profundidade a rica coleção de arte sacra brasileira reunida pelo colecionador ao longo de meio século.
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“A coleção contempla obras que datam desde o período de colonização, com peças preservadas desde o ano de 1580. Um patrimônio da nossa cultura”, diz Orandi. Abrange um período extenso da história brasileira, é um testemunho da evolução artística e da pluralidade religiosa que constituiu o país.
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Composta por 420 imagens sacras, traz uma ampla variedade de esculturas em madeira e terracota, refletindo diferentes manifestações da devoção católica e popular. Adquiridas muitas vezes em viagens, na rapidez de leilões e em oportunidades únicas, Momesso formou seu acervo conquistando peças de outras importantes coleções, como as de Anita Marques da Costa, Ladi Biezus, João Marino e Francisco Roberto.
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Em texto de abertura do volume, que conta com rica iconografia, Momesso detalha sua profunda conexão com a arte sacra, desde sua infância em Assis, interior de São Paulo, até sua juventude na capital paulista, onde frequentava museus como a Pinacoteca e o Museu de Arte Sacra.
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Influenciado pelo legado de artistas como Aleijadinho e o próprio Frei Agostinho de Jesus, o colecionador desenvolveu um apreço pela estética e a ética da arte sacra, tornando-se um apaixonado pela pesquisa e curadoria do gênero.
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“A arte sacra tem uma importância fundamental na história da cultura popular. Foi um período revisitado pelos modernistas, que descobriram este tipo de arte e se encantaram.”, acrescenta, sobre a relevância artística de tal gênero em outros movimentos artísticos modernos.
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“O bom colecionador quer que seu acervo fique para o mundo. Meu legado é deixar todas essas obras para o público, disponíveis no Parque Geminiani Momesso”, diz o idealizador da publicação.
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Ao tornar a coleção pública e expor as centenas de obras no Pavilhão Carlos Lemos, no Parque Geminiani Momesso, em 2025, pretende inaugurar um capítulo inédito na história da preservação e da promoção da arte sacra na região sul do Brasil.
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Este desejo de compartilhamento e preservação é central para Momesso, que idealizou um pavilhão para que futuras gerações possam apreciar e estudar obras de arte sacra. Sua coleção começou com uma pequena imagem do século XVIII recebida em El Salvador e hoje oferece um recorte único da formação do Brasil e de sua identidade cultural sagrada.
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São obras-primas da escultura cristã, mas também documenta a hibridização cultural que ocorreu durante a colonização e os séculos subsequentes, com peças que vão desde o maneirismo até o barroco, e documentando o intercâmbio cultural entre diferentes continentes.
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Destacam-se esculturas de Nossa Senhora, imagens de madeira aparente e as características “paulistinhas” — pequenas estatuetas de cerâmica produzidas em massa durante o século XIX. Estas paulistinhas são particularmente notáveis por seu uso de moldes e decoração original bem conservada.
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“A arte religiosa acompanha o devocional popular, presente em variadas atividades voltadas para afirmar as práticas das crenças e separadas do cabedal eclesiástico. Em realidade, tanto a arte sacra quanto a dita religiosa podem ser exercidas por profissionais eruditos ou oriundas de mãos leigas.”, ressalta Carlos Lemos em “Imaginária Brasileira na Coleção Orandi Momesso”.
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O arquiteto convida a uma viagem pela história da arte sacra no Brasil, destacando a importância de preservar este patrimônio cultural e estar atento às manifestações populares do Sagrado.
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Sobre o autor
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Carlos Alberto Cerqueira Lemos, nascido em São Paulo em 1925, é arquiteto, pintor, historiador e professor. Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, destacou-se por projetos importantes, incluindo o Teatro Maria Della Costa e a sede do Bradesco. Entre 1952 e 1957, coordenou o escritório paulista de Oscar Niemeyer. Como professor na FAU/USP a partir de 1954, colaborou em obras essenciais para a história da arquitetura brasileira e publicou livros importantes, como “Arquitetura Brasileira” e “Ramos de Azevedo e seu Escritório”.
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Ficha técnica
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Título: Imaginária Brasileira na Coleção Orandi Momesso
Editora: Martins Fontes
Idealização: Orandi Momesso
Autor: Carlos Lemos
Apresentação: Rafael Schunk
Design gráfico e produção gráfica: Via Impressa
Tamanho: 27,5 X 34 cm
Número de páginas: 432
Impressão e acabamento: Ipsis Gráfica
Preço: R$399,00
À venda nas melhores livrarias do Brasil e lojas de Museus
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By Ana Lima | A4eholofote
Imagem: Divulgação
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