Design que acolhe: o futuro dos espaços de trabalho na menopausa

*Por Rebecca Horton, especialista sênior em estratégia e insights da MillerKnoll

A força de trabalho global reúne hoje mais de meio bilhão de mulheres entre 45 e 65 anos, de acordo com dados de 2024 do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Divisão de População, da ONU. Pesquisas do Fórum Econômico Mundial indicam que cerca de 90% dessas profissionais relatam sintomas físicos e emocionais que podem afetar o bem-estar e a produtividade.

Apesar de ser uma fase natural da vida — que metade da população mundial vivenciará —, a menopausa ainda é cercada de silêncio e estigma, especialmente no ambiente de trabalho. O custo dessa ausência de diálogo é significativo: perda de produtividade, afastamentos e, em alguns casos, saídas precoces da carreira.

Sintomas como fadiga, desconforto térmico, dificuldade de concentração, alterações no sono e ansiedade podem ser imprevisíveis e variam de pessoa para pessoa. Esses desafios, quando não acolhidos, afetam não apenas quem vivencia a menopausa, mas também o clima e a dinâmica de toda a equipe.

A MillerKnoll reconhece que a perimenopausa, a menopausa e o pós-menopausa são etapas naturais da vida que merecem ser compreendidas e consideradas no momento de projetar espaços de trabalho. Para isso, seus estrategistas de insights, designers internos e o grupo de afinidade Women’s Business Resource Group (BRG) colaboraram com a consultora Kate Usher, especialista em menopausa, no desenvolvimento de diretrizes que unam cultura, políticas e design em prol de ambientes mais humanos e inclusivos.

Criar uma cultura aberta e de apoio

O primeiro passo para essa transformação é normalizar a conversa sobre a menopausa. Mesmo com avanços, o tema ainda é pouco discutido dentro das organizações. De acordo com estudos internacionais, embora a maioria dos gestores de RH reconheça a importância do assunto, apenas uma pequena parcela das colaboradoras afirma sentir-se confortável para abordá-lo com suas lideranças.

A consultora Kate Usher identifica três pilares fundamentais para mudar esse cenário:

Consciência
Promover a conscientização de que a menopausa é uma fase natural da vida ajuda a enquadrá-la como parte da experiência humana e incentiva o diálogo respeitoso. Essas conversas podem ser lideradas por grupos internos ou comitês de diversidade.

Treinamento
Capacitar gestores não significa torná-los especialistas, mas oferecer ferramentas para que possam reconhecer sinais, saibam oferecer suporte e conectem colaboradoras aos recursos disponíveis.

Comunicação
Estratégias de comunicação claras e empáticas ajudam a definir como a empresa aborda o tema de maneira condizente com sua cultura.

Políticas que traduzem empatia em prática

Transformar cultura em ação requer políticas que tragam suporte real às necessidades das colaboradoras.

Empresas podem considerar modelos de trabalho flexíveis — como horários ajustáveis, pausas personalizadas ou home office em dias de sintomas mais intensos. Programas de assistência ao colaborador, que ofereçam aconselhamento e encaminhamento profissional, também são ferramentas eficazes de apoio.

Alguns planos de saúde corporativos já incluem benefícios específicos para a menopausa, como acesso a conteúdos educativos, exames e tratamentos especializados. Essas medidas reforçam o compromisso das organizações com o bem-estar integral de suas equipes.

Design com propósito humano

Espaços desenhados para apoiar mulheres na menopausa exigem mais do que ventiladores de mesa ou áreas de descanso improvisadas.

O design pode aliviar sintomas físicos e emocionais ao oferecer conforto sensorial, autonomia e acolhimento. Um layout com diferentes pontos de trabalho estimula o movimento natural ao longo do dia e favorece a circulação de energia e foco.

Mobiliários ergonômicos, mesas ajustáveis em altura e poltronas de balanço ou giro promovem posturas variadas e ajudam a relaxar corpo e mente.

Ventilação adequada, cortinas leves e iluminação ajustável oferecem controle individual sobre o ambiente, ajudando a reduzir desconfortos térmicos, dores de cabeça e fadiga ocular.

Espaços de pausa e reconexão

Áreas privativas projetadas para o conforto permitem momentos de descanso e autorregulação, sem julgamento ou constrangimento. Esses espaços funcionam como refúgios silenciosos, reforçando uma cultura de empatia e confiança.

Ambientes semiabertos — com painéis vazados, janelas amplas e vista para áreas externas — ajudam na recuperação cognitiva, reduzem o estresse e estimulam a concentração.

Quando possível, espaços ao ar livre oferecem benefícios ainda mais amplos: o contato com a luz natural regula o sono, melhora o humor, eleva os níveis de energia e estimula a sensação de bem-estar.

Um lounge com cores quentes, iluminação suave e atmosfera acolhedora ajuda a criar  experiências que priorizam conforto e conexão humana.

Design para todas as fases da vida

A MillerKnoll defende que o design deve refletir todas as etapas da experiência humana.

Décadas de pesquisa em fatores humanos e bem-estar colocam a empresa em uma posição única para contribuir com soluções que aliviem os impactos físicos e psicológicos da menopausa — e, ao mesmo tempo, melhorem a experiência de todos no ambiente de trabalho.

Para a marca, o design vai além do mobiliário: trata-se de criar experiências positivas e ambientes verdadeiramente inclusivos, que acolham pessoas em todos os momentos da vida.

Sobre a MillerKnoll

MillerKnoll é um coletivo de marcas dinâmicas que se unem para projetar o mundo em que vivemos.  MillerKnoll inclui Herman Miller e Knoll, mais Colebrook Bosson Saunders, DatesWeiser, Design Within Reach, Edelman Leather, Fully, Geiger, HAY, Holly Hunt, Maars Living Walls, Maharam, Muuto, NaughtOne, e Spinneybeck|FilzFelt. MillerKnoll é uma plataforma sem igual que redefine o moderno para o século XXI, construindo um futuro mais sustentável, equitativo e belo para todos.

 

By Marqueterie
Foto: Divulgação

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