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Pinakotheke Cultural apresenta a exposição “O Início do Mundo”

Uma visão poética e sensível da mulher como matriz, gênese, força-motriz no mundo e no cotidiano é a ideia que agrega as 77 obras de 59 artistas mulheres, percorrendo um arco geracional de um século. Entre as artistas, estão Maria Martins (1894-1973), Lygia Pape (1927-2004), Celeida Tostes (1929-1995), Leticia Parente (1930-1991), Anna Bella Geiger (1933), Sonia Andrade (1935-2022), Regina Silveira (1939), Anna Maria Maiolino (1942), Ana Vitória Mussi (1943), Iole de Freitas (1945), Sonia Gomes (1948), Lenora de Barros (1953), Brígida Baltar (1959-2022), Beatriz Milhazes (1960), Rosângela Rennó (1962), Adriana Varejão (1964), Laura Lima (1971), Aline Motta (1974), Bárbara Wagner (1980) e Lyz Parayzo (1994). A curadoria é de Katia Maciel e Camila Perlingeiro.

A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, tem o prazer de convidar para a exposição “O início do mundo”, com 77 obras de 59 artistas mulheres, de diferentes gerações e expressões de trabalho. A curadoria é de Katia Maciel e Camila Perlingeiro, que selecionaram trabalhos em pintura, gravura, desenho, vídeo, fotografia, escultura e objetos.  A mostra ficará em cartaz de 1º de setembro a 18 de outubro de 2025, com entrada gratuita.

O início do mundo é um convite a regressar às origens. 59 mulheres evocam o feminino como princípio criador e força de transformação. Cada imagem, cada matéria carrega em si a potência das metamorfoses cíclicas, antigas e futuras. Aqui, o começo não é um ponto fixo, mas um movimento contínuo: um mundo que se reinventa no corpo feminino, na memória e na arte.

“Essa exposição é um projeto ousado, mesmo para a Pinakotheke”, diz Camila Perlingeiro. “Reunir tantas artistas e obras com suportes tão diversos foi certamente um desafio, mas um que abraçamos com entusiasmo. Há anos pensávamos em uma mostra que envolvesse um número expressivo de artistas mulheres, e a curadoria de Katia Maciel, poeta e artista múltipla, foi a garantia de um projeto ao mesmo tempo criterioso e sensível”.

A montagem da exposição não obedece a um critério de linearidade. As aproximações são poéticas, onde obras em diferentes suportes se agrupam – como filmes junto a fotografias, ou pinturas que conversam com objetos, por exemplo. “É um percurso orgânico”, observa Camila Perlingeiro.

A primeira sala é toda em preto e branco, “porque simboliza o começo, antes da cor, antes de tudo”, explica a curadora. As outras salas são uma reunião de obras que conversam profundamente entre si e ao mesmo tempo formam uma cacofonia delicada e potente de tudo o que simboliza o início e o ciclo da vida.

Katia Maciel indaga: “O início é um ponto, uma linha, um círculo?”. “Para a física, seria um ponto primeiro, um começo que explode. Para a história, uma linha contínua que por vezes se bifurca. Para as mitologias, um círculo que gira sobre si mesmo. Para a arte, o início são os três pontos, a reticência, a pergunta, a dúvida, uma forma viva que liga o finito ao infinito. A exposição reúne o trabalho de 59 mulheres cujos aspectos sensíveis e simbólicos expressam um início possível”, afirma.

ALGUNS DESTAQUES

De Adriana Varejão estará a fotografia “Contingente” (2000), com 28 x 41 cm.

Aline Motta terá duas obras na exposição: o objeto “Livro sanfona” (2008-2012), abaixo à esquerda, e a fotografia “Varal do meu vizinho” (2008-2012).

NO CÍRCULO

Obras ovaladas, ou circulares, integram “O início do mundo”.  Exemplos disso são: “Correntes culturais dependentes / Correntes culturais dominantes” (1976-2022), de Anna Bella Geiger; “No Círculo” [da série “Novas Paisagens”, 1989, de Anna Maria Maiolino; a pintura “Tonga II” (1994), de Beatriz Milhazes; a fotografia “Coisa em si” (1994), de Lenora de Barros; ou ainda a fotografia “Madeiras III” [da série “Lanterna Mágica”], 2012, de Rosângela Rennó.

A FORÇA – NO COTIDIANO, NO AFETO, NO MUNDO, NA VIDA

Leticia Parente, umas das precursoras da videoarte no Brasil, mostra em dois trabalhos a mulher como elemento de força, afeto, e também a capacidade de assumir papéis múltiplos, lidando com suas emoções. Na gravura “Autorretrato”, Maria Martins coloca serpentes no lugar dos cabelos, como uma medusa necessária para estar no mundo da arte. Da artista estará também a escultura em bronze “Comme une liane” (“Como uma trepadeira”, 1946), com 112,5 x 54 x 30 cm.

NATUREZA E DELICADEZAS METAFÍSICAS                                                                               

“A coleta da neblina” (1999-2002/2019, 7’11”), filme 16 mm transferido para mídia digital, obra fundamental de Brígida Baltar, está na exposição, como também a pintura “Nômades” (2007-2023) e a escultura “Disco voador” (2024), de Laura Lima.

Iole de Freitas criou especialmente para a exposição a escultura em papel “Manto” (2025), com 180 x 100 x 42 cm. Outras obras que foram criadas especialmente para a mostra são as das artistas Mariana Manhães, Ana Miguel, Ana Matheus e uma obra símbolo da curadora Katia Maciel.

A sexualidade, desafios e impasses enfrentados pela mulher também estão delineados em “O início do mundo”, como nas obras emblemáticas de Ana Vitória Mussi – a fotografia “A nadadora” (1972) –, de Lyz Parayzo – a escultura em aço polido “Bixinha Ouriço” –, e de Celeida Tostes, em sua escultura “Vênus”, de argila.

Duas obras de Lygia Pape – a serigrafia “Eat me” (1975), embaixo, à direita, e a escultura “O olho do guará nº 13” (1984), em pele sintética, gesso e luminária de neon – são carregadas de sensualidade e apelo sensorial.

As mãos, na instalação “Armadilha” [da série “Touch”], de Regina Silveira, convidam a uma parceria, para o jogo “cama de gato”.

ARTE POLÍTICA

Toda obra de arte é de alguma forma política, e na exposição este aspecto perpassa vários trabalhos. Bárbara Wagner traz a fotografia “Sem título VIII” [da série “Jogo de Classes”], 2013, e Sonia Andrade, que também foi uma pioneira da videoarte no Brasil, discute a mídia em seu vídeo “Intervalo, Wädenswil, Suíça” (1983, 3’50”)

A escultura “Sem Título”, 2012 de Sonia Gomes, faz parte da série “Torções”. Esse conjunto de obras escultóricas em que a artista utiliza tecidos, fios, arames e transforma-os através de costura, torção, amarração e encapamento. Torções descreve um dos processos centrais na criação dessas obras, onde os materiais são moldados e dobrados para criar formas e volumes complexos. De certa maneira, a obra de Sonia Gomes amarra todos os símbolos pertinentes daquilo que chamamos de início.

As obras expostas são das artistas: Maria Martins (1894-1973), Maria Leontina (1917-1984), Mira Schendel (1919-1988), Fayga Ostrower, (1920-2001), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004), Celeida Tostes (1929-1995), Leticia Parente (1930-1991), Gerty Saruê (1930), Claudia Andujar (1931), Anna Bella Geiger (1933), Wilma Martins (1934-2022), Sonia Andrade (1935-2022), Regina Silveira (1939), Neide Sá (1940), Anna Maria Maiolino (1942), Ana Vitória Mussi (1943), Wanda Pimentel (1943-2019), Iole de Freitas (1945), Sonia Gomes (1948), Marcia X (1949-2005), Maria-Carmen Perlingeiro (1952), Lenora de Barros (1953), Carla Guagliardi (1956), Simone Michelin (1956), Cristina Salgado (1957), Ana Linnemann (1958), Ana Maria Tavares (1958), Brígida Baltar (1959-2022), Enrica Bernardelli (1959), Lívia Flores (1959), Beatriz Milhazes (1960), Fernanda Gomes (1960), Jac Leirner (1961), Leda Catunda (1961), Ana Miguel (1962), Bel Pedrosa (1962), Rosângela Rennó (1962), Katia Maciel (1963), Rosana Palazyan (1963), Adriana Varejão (1964), Analu Cunha (1964), Rivane Neuenschwander (1967), Laura Lima (1971), Angélica Freitas (1973), Aline Motta (1974), Mariana Manhães (1977), Lia Chaia (1978), Chiara Banfi (1979), Bárbara Wagner (1980), Maria Laet (1982), Sallisa Rosa (1986), Anna Costa e Silva (1988), Rose Afefé (1988), Maíra Senise (1989), Sofia Caesar (1989), Andréa Hygino (1992), Lyz Parayzo (1994) e Ana Matheus Abbade (1996).

Serviço: Exposição “O início do mundo”
Pinakotheke Cultural
Visitação pública: 1º de setembro a 18 de outubro de 2025
Pinakotheke Cultural – Rio de Janeiro
Rua São Clemente 300, Botafogo
22260-004 – Rio de Janeiro – RJ
Para informações e agendamento de visita guiada gratuita: telefone: 21.2537.7566
E-mail: contato@pinakotheke.com.br
Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados e feriados das 10h às 16h.
Entrada gratuita

 

By CWeA Comunicação
Foto: Jaime Acioli  e Divulgação

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