Mergulhar na atmosfera visceral do Instituto Inhotim, caminhar pelo centro histórico de Belo Horizonte e conhecer o Grande Hotel de Ronaldo Fraga idealizado pelo estilista mineiro. O roteiro intenso marca a segunda etapa das experiências culturais do Núcleo Catarinense de Decoração
Conhecer ou mesmo voltar quantas vezes quiser e for necessário em Inhotim está nos planos de muitas pessoas, especialmente, daquelas que preferencialmente admiram o movimento da arte contemporânea. O complexo museológico acolhe uma série de pavilhões e galerias com obras de artistas do mundo inteiro e esculturas expostas em meio à natureza abundante. O destino entrou para o roteiro de experiências do Núcleo Catarinense de Decoração (NCD) 2017, com passagem também por Belo Horizonte, em Minas Gerais. Um grupo de profissionais e lojistas de Santa Catarina convidado pela entidade acaba de voltar de lá, onde puderam vivenciar três dias de programação intensa.
Inhotim é de uma beleza ímpar. São 450 obras de artistas brasileiros – entre os nomes Cildo Meireles, Adriana Varejão, Tunga, Amílcar de Castro, Lygia Papel – e estrangeiros como Yayoi Kusama, Olafur Eliasson, Zhang Huan. Uma área de 96,87 hectares de jardins, edificações, galerias, mata e espelhos d`água para desbravar e até mesmo conduzir o caminho da própria interação com a arte exposta. Assim foi o dia da Experiência BH + Inhotim, iniciado em 6 de julho, com visita também à agitada e efervescente Capital mineira. O grupo fechou a noite no “Grande Hotel”, recepcionado pelo estilista mineiro Ronaldo Fraga, lugar que ele diz hospedar “coisas”, em referência aos produtos ali à mostra, espaço para eventos e performances. Além do sorriso fácil, Fraga provou ser um ótimo anfitrião, revelando a banda Faca Amolada com projeto cultural de levar música para as ruas mineiras.
O patrimônio arquitetônico de Belo Horizonte também entrou para a programação com primeira parada na praça da Liberdade cercada de prédios históricos como o Edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública – ambos projetados por Oscar Niemeyer. O grupo conheceu a Igreja de São Francisco de Assis, erguida em 1943, revestida em parte da fachada com painéis de Cândido Portinari e Paulo Werneck. No seu interior acolhe a Via Crúcis formada por 14 painéis de Cândido Portinari. A obra faz parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer sob encomenda do prefeito Juscelino Kubitschek. O objetivo era desenvolver uma área ao norte da cidade – Pampulha – e construir um conjunto de edifícios em torno da lagoa artificial: um casino, igreja, uma casa de baile, clube e hotel. Por ali também está aberta para visitação a Casa Kubitshek, onde Juscelino costumava passar seus fins de semana. Hoje a residência com arquitetura modernista virou museu e conta a história do morar nas décadas de 1940 e 1950. A terceira etapa da Experiência NCD levará outro grupo para Recife + Olinda, em Pernambuco.
Por Luciana de Moraes
Imagem: Divulgação