Imaginário periférico, universo distópico, ancestralidade, Amazônia, questões identitárias estão presentes nos trabalhos criados em diferentes meios, como pintura, serigrafia, fotografia e realidade aumentada. A convite da ABACT, a mostra ficará sediada na Galeria Rabieh, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva
Em sua primeira participação no Art Weekend, a galeria carioca Simone Cadinelli Arte Contemporânea apresentará obras dos artistas Claudio Tobinaga (1982, Rio de Janeiro), Gabriela Noujaim (1983, Rio de Janeiro) e Roberta Carvalho (1980, Belém do Pará), que investigam questões que abrangem a Amazônia, a periferia de metrópoles, ancestralidade, identidade, entre outras, em diversos suportes, como pintura, serigrafia, fotografia, e tecnologia de realidade aumentada. Os trabalhos serão expostos na galeria Rabieh, nos Jardins, nos próximos dias 8, 9 e 10 de novembro.
A presença da Simone Cadinelli Arte Contemporânea na 4° edição do Art Weekend, promovida pela Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), se deve ao seu objetivo de fomentar a arte contemporânea a partir os trabalhos de novos artistas. Assim, a galeria leva para o evento sete pinturas de Claudio Tobinaga, que retrata pessoas e situações de imaginários periféricos, principalmente da Zona Norte do Rio de Janeiro, em um universo distópico. Alguns desses trabalhos integraram a exposição “Colapsos”, individual do artista na Simone Cadinelli Arte Contemporânea, com curadoria de Cézar Bartholomeu, entre agosto e outubro. Claudio Tobinaga concilia seu trabalho autoral com o de assistente no ateliê de Lucia Laguna.
Diante de um atual contexto de fluxos migratórios mundiais, em contraposição a uma produção que busca dialogar por identidades e origens, as artistas Gabriela Noujaim e Roberta Carvalho apresentam uma produção que resgata passados, criando dobras e reinvenções indentárias.
Da artista Gabriela Noujaim estarão cinco trabalhos que são desdobramentos de sua individual “Maraca”, em cartaz no espaço anexo da Simone Cadinelli Arte Contemporânea até o próximo dia 14 de novembro. A artista explica que “Maraca, um instrumento sonoro de conexão espiritual utilizado em rituais indígenas, é o resultado de uma vivência e de uma pesquisa sobre minha ancestralidade”. “Na história da minha família materna, originária do Maranhão, ocorreu o que de mais era comum entre colonizadores e colonizados na época (e não muito diferente agora): uma violência contra a mulher. Minha tataravó, uma indígena, foi raptada da sua tribo por um colonizador espanhol (de sobrenome ‘Domingues’), estuprada, violentada, afastada da sua família, obrigada a se casar e, com isso, se desvincular da sua cultura. O meu trabalho trata de um resgate familiar que retoma anos de violência contra a mulher e uma defesa deste corpo ancestral violado por seus 500 anos de história no Brasil”, conta.
Buscando “fixar uma imagem no tempo”, Gabriela Noujaim partiu da gravura – em que se especializou, em 2007,pela Escola de Belas Artes da UFRJ – e também vídeos, fotografias e videoinstalações para articular e tensionar questões como sua ancestralidade indígena, a luta contra a violação do corpo feminino, estruturas sociais, crises políticas e desastres ambientais. Em seus objetos, a artista coloca em questão a agressão contra a natureza.
Roberta Carvalho suscita questões identitárias e sociais, ao trazer os povos da Amazônia em seus trabalhos, criando uma conexão entre a tecnologia, floresta e os ribeirinhos. A artista desenvolveu sua pesquisa em tecnologia para inserir imagens em paisagens urbanas ou naturais, como copa de árvores, e a partir daí criou o aplicativo “Amazônia Aumentada”, que permite ao espectador interagir com suas obras. “Podemos nos relacionar com o que está nas nossas mãos, que são os dispositivos eletrônicos, naturalizados na nossa vida e já fazem parte da gente, e levar isso como elemento de interação com os trabalhos”, explica.
Na mostra em São Paulo estarão três trabalhos da artista: uma projeção, uma fotografia resultante de um registro de videomapping feito no Pará, e um trabalho que insere realidade aumentada sobre serigrafia. A artista recebeu diversos prêmios, entre eles, o Prêmio FUNARTE Mulheres nas Artes Visuais (2014), Prêmio Diário Contemporâneo (2011) e Prêmio FUNARTE Microprojetos da Amazônia Legal (2010), foi bolsista de pesquisa e criação artística do Instituto de Artes do Pará (2006 e 2015), e é idealizadora do Festival Amazônia Mapping, iniciado em 2013. Tem participado de exposições e festivais como o Amazon Connection (Brulexas, 2018), Arte Pará 2017, Periscópio – Zipper Galeria (São Paulo, 2016), 7ª Mostra SP de Fotografia (São Paulo, 2016) e Tierra Prometida (Barcelona, 2012).
SOBRE SIMONE CADINELLI ARTE CONTEMPORÂNEA
Inaugurada em junho de 2018 em Ipanema, Rio de Janeiro, Simone Cadinelli Arte Contemporânea é uma galeria comprometida com o fomento da arte e a visibilidade de seus artistas. As exposições que realiza em seus espaços, no charmoso conjunto de casas na Rua Aníbal de Mendonça, coração do bairro, são acompanhadas de palestras e conversas abertas, com curadores e artistas.
Simone Cadinelli Arte Contemporânea representa os artistas Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santo, Roberta Carvalho e UrsulaTautz. Desde que foi inaugurada. Simone Cadinelli Arte Contemporânea já realizou seis exposições, participou da ArtRio 2019 em setembro, e em novembro irá integrar o Art Weekend, em São Paulo, promovida pela Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT). É apoiadora de várias instituições de arte no Rio de Janeiro.
Serviço: Simone Cadinelli Arte Contemporânea no Art Weekend São Paulo 2019 – obras de Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim e Roberta Carvalho
8 a 10 de novembro de 2019
Galeria Rabieh
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 147, Cerqueira César, São Paulo
Telefone: 11.3062.7173
Horários: sexta-feira, das 17h às 19h30; sábado, das 11h às 20h, e domingo, das 11h às 18h.
Entrada gratuita
Por CWeA Comunicação
Imagem: Divulgação