A iniciativa faz parte do diálogo entre a FAUUSP e as Träcentrum School e Jönköping University, construído pela professora Maria Cecília Loschiavo e doutoranda Amanda Carvalho para o desenvolvimento de móveis na Marcenaria São Paulo, de propriedade do Paulo Alves
Entre março e maio de 2019, o Estúdio Paulo Alves recebeu quatro estudantes Suecos, por intermédio da FAU, para desenvolver o trabalho de graduação num programa que combinava aulas teórica e prática na Marcenaria São Paulo. O resultado foi o banco Bicho, que une o minimalismo do design dos países nórdicos ao humor brasileiro.
A parceria com a academia deu tão certo que, desde novembro do ano passado, os alunos do GEMa (Grupo de Estudos da Madeira) – formado por alunos brasileiros para aprofundar o uso sustentável da madeira na Arquitetura e no Design – frequentam a marcenaria para desenvolver dois projetos de bancos que serão exibidos na maior feira de design contemporâneo da Escandinávia, que acontecerá entre os dias 4 e 8 de fevereiro, em Estocolmo, na Suécia.
Um projeto homenageia o centenário do José Zanine Caldas. Sua forma é inspirada no período de criação dos móveis Denúncia, que questionou a devastação das florestas a partir do desenvolvimento de móveis com os restos dos processos de desmatamento e queimadas no sul da Bahia, nos anos 60. O resultado, sob a orientação do Paulo Alves, foi respeitar as formas naturais da matéria prima com uma produção mais artesanal. O couro usado sobre a madeira confere-lhe a forma zoomórfica que o conecta ao “Boi-Bumbá”, uma criatura folclórica celebrada em festas juninas e muito conhecida em todo o país. “Embora os materiais e a estética volumosa sejam uma assinatura do design brasileiro, espera-se que a “figura estranha” fale por si como um mobiliário de protesto inspirado no Zanini.” relatou o grupo GEMa.
A partir disso, a homenagem para o Maurício Azeredo aconteceu de forma natural devido ao arquiteto também possuir um discurso político, tão necessário nos dias de hoje. O seu trabalho com a diversidade de madeiras, ressalta a importância de preservar as espécies para “garantir que a floresta continue de pé”, uma bandeira também levantada pelo Estúdio Paulo Alves. “O Maurício inclusive tem participado de forma remota. Promovi um encontro entre ele, a professora Maria Cecília e os alunos que foi muito inspirador e motivador” disse Paulo Alves.
Diferente da homenagem ao Zanine, que possui as formas mais orgânicas, o Gema trabalhou com outra realidade, o pré-requisito de um formato 50cmx50cm e um mergulho no vasto acervo de madeiras disponibilizado pela Precious Woods, maior empresa de madeira tropical (nativa) certificada em operação no Brasil e parceira internacional do Estúdio Paulo Alves.
E as conversas e novidades não param por aqui. De fevereiro a maio, o Estúdio recebera novamente dois estudantes suecos para realizar mais um trabalho de graduação.
Por Marketing Paulo Alves
Imagem:
Alexander Han Shin Chang, Giulia Suhett de Araújo, João Monteiro, Luan Vinícius Fernandes dos Santos