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Construção irá aumentar a área do museu em 6.945 m² com 14 novos andares de galerias, salas de aula, reserva técnica, laboratório de restauro, restaurante, loja e áreas de evento, ampliando as atividades realizadas hoje e aumentando a capacidade de visitantes;
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Conexão subterrânea, já aprovada pela Prefeitura de São Paulo, irá interligar os dois edifícios;
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O objetivo é fazer do MASP um museu para uma metrópole de mais de 12 milhões de habitantes e para o futuro, reforçando o seu papel como referência internacional e equiparando São Paulo a outras capitais culturais;
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Novo prédio será batizado de Pietro Maria Bardi, primeiro diretor artístico do MASP; o edifício histórico do MASP será chamado de Lina Bo Bardi, arquiteta que o projetou – nomes que somados ao de Assis Chateaubriand completam o trio fundador do museu;
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Instituição, que já detém o acervo de arte europeia mais relevante do Hemisfério Sul, se tornará uma das mais modernas infraestruturas museológicas da América Latina;
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Projeto será totalmente financiado por doações de pessoas físicas e coroa o engajamento da sociedade privada em projetos do museu; a entrega está prevista para janeiro de 2024.
O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand anuncia neste mês o lançamento do projeto MASP em expansão. Esse passo dá sequência ao crescimento exponencial de suas atividades, ao longo dos últimos seis anos, em todas as áreas nas quais se comprometeu em atuar: na realização de exposições coletivas e individuais, na publicação de catálogos, na promoção de seminários, oficinas e cursos, no restauro das obras que pertencem ao seu acervo e no aumento e na preservação desta coleção. O novo projeto almeja equiparar a estrutura física do museu à sua ambição institucional, transformando-o para as próximas gerações.
Trata-se do feito mais significativo na história do museu após a sua transferência da rua 7 de Abril, na sede dos Diários Associados, para a Avenida Paulista, em 1968. Naquela época, a mudança ocorreu para o que o museu tivesse uma sede à altura de sua coleção. O prédio projetado por Lina Bo Bardi (1914-1992), reconhecida pelo conjunto de sua obra com o Leão de Ouro Especial na Bienal de Veneza de 2021, transformou-se em cartão-postal da cidade e em símbolo da arquitetura moderna mundial do século 20.
Como forma de preservar e valorizar a história da instituição com o reconhecimento de seus fundadores, o prédio original receberá o nome de sua arquiteta, Lina Bo Bardi, e o novo edifício carregará o nome do primeiro diretor artístico do museu, Pietro Maria Bardi (1900-1999). Estes nomes, combinados com o da própria instituição, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, que faz referência ao seu fundador (1892-1968), irão completar a homenagem ao trio fundador do MASP.
“O MASP passa, assim, pelo maior processo de expansão física da sua história, feito com recursos próprios. Vamos aumentar em 66% a capacidade expositiva do museu, integrando os dois prédios e esse é um investimento muito relevante para a cultura de São Paulo. Acredito que essa expansão consolida o museu e a própria Avenida Paulista como um eixo cultural, quem sabe o mais importante eixo cultural do Brasil, do qual o MASP, sem dúvida, é a âncora”, diz Alfredo Setubal, presidente do Conselho do MASP.
Com previsão de entrega para janeiro de 2024, o prédio Pietro irá contemplar 14 andares. Estes serão ocupados por cinco galerias expositivas e duas galerias multiuso, representando um aumento de 66% de área expositiva do MASP. O edifício também abrigará restaurante, bilheteria, loja, reserva técnica, salas de aula e laboratório de restauro. Ao final da reforma, a área total do MASP será de 17.680 m² (hoje, são 10.485 m²). Além de aumentar o espaço físico, a nova construção vai ampliar aquilo que o MASP é e já representa nacional e internacionalmente.
Os ganhos serão múltiplos: a ampliação de acesso ao público, uma vez que será possível acolher um número significativamente maior de visitantes; uma nova e melhor estrutura para oferecer cursos e programas públicos (oficinas, palestras, seminários, formação de professores etc.); um ambiente maior e equipado com as últimas tecnologias para o restauro e preservação de obras icônicas, que, somadas às aquisições feitas ano a ano, contam histórias da arte cada vez mais diversas, inclusivas e plurais.
Por limitações físicas, pouco mais de 1% do acervo do museu é exposto atualmente. No total, o MASP possui mais de 11 mil obras entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, que abrangem a produção europeia, africana, asiática e das Américas. Esse é mais um dos aspectos que será impactado positivamente com a inauguração.
“O acervo do MASP vem crescendo. Nosso plano é que o edifício Lina seja dedicado à exposição das obras que pertencem à coleção do museu, sobretudo nas áreas do subsolo. Já as novas galerias deverão ser ocupadas com exposições temporárias, todas com pé-direito alto e equipadas com sistema de climatização e iluminação de última geração”, conta Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP. “Atualmente, a programação do museu tem um cronograma apertado e esses espaços vão proporcionar um respiro maior no calendário e uma melhor organização na narrativa das exposições.”
O edifício Pietro permitirá ainda complementar e qualificar as instalações técnicas do museu, com a expansão de áreas como depósitos e docas, que hoje impõem limites concretos à gestão operacional.
Uma parte essencial do projeto é a interligação subterrânea entre os dois edifícios, que será feita sob a rua Prof. Otavio Mendes – já autorizada pela Prefeitura de São Paulo, com publicação em decreto municipal. Outra transformação importante será a transferência da bilheteria para o prédio Pietro, liberando o vão livre e devolvendo a este espaço a sua utilização como praça pública, uso defendido por Lina Bo Bardi desde que idealizou a atual sede do MASP.
O edifício Pietro terá os pavimentos junto ao chão totalmente transparentes, em diálogo com o vão livre, e os andares superiores revestidos com chapas metálicas perfuradas e corrugadas, que irão permitir uma imagem monolítica sem inviabilizar as vistas da paisagem e a entrada de luz natural através de aberturas estrategicamente posicionadas, de acordo com as necessidades dos espaços internos.
Em diálogo com Heitor Martins, diretor-presidente do museu, e demais lideranças do museu, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021), Pritzker de arquitetura, enfatizou que o MASP deveria projetar um novo edifício que trouxesse todas as funcionalidades necessárias para o que se faz no museu, mas seguindo uma arquitetura que ressaltasse aquela desenvolvida por Lina sem competir com ela.
O empreendimento buscará soluções sustentáveis de modo a diminuir a pegada de carbono. O projeto terá certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). O prédio será moderno e tecnológico, com iluminação em LED e automatizada, com redução expressiva no consumo de energia. Além disso, haverá uma fachada dupla que protege o edifício da radiação solar e sombreia as janelas, diminuindo a carga térmica interna. A malha metálica que revestirá o edifício permite que uma camada de ar se forme entre o edifício e fachada externa, criando um microclima. Isso alivia o sistema de ventilação e climatização e reduz o consumo de energia.
O custo do projeto é da ordem de R﹩ 180 milhões e será totalmente financiado por doações de pessoas físicas – seguindo a característica que o MASP possui desde sua fundação de engajar a sociedade privada nos mais diversos projetos. “Viabilizar a construção desse prédio por meio de doações é o coroamento do novo modelo administrativo do MASP, uma instituição que tem seus pilares calcados na sociedade civil”, afirma Heitor Martins.
Os doadores consideram a ação uma oportunidade para deixar um legado cultural, turístico, urbanístico e econômico inquestionável para o país. “Felizmente, as famílias doadoras entenderam o significado do que nós estávamos propondo de fazer uma doação, sem incentivos da Lei Rouanet, só com pessoas físicas. Com isso, mostramos que a sociedade civil organizada pode, sim, fazer projetos importantes, desde que tenham confiança na governança da instituição. Mais do que uma expansão, estamos construindo um museu para o futuro”, diz Alfredo Setubal.
“Não estamos simplesmente construindo um prédio”, afirma Geyze Diniz, vice-presidente do Conselho do MASP, “estamos dando condições para o museu crescer”. “O envolvimento da sociedade civil é cada vez mais importante nas instituições. Vemos isso não só no Brasil, mas no mundo. Inspirados nisso, entendemos que era possível viabilizar a expansão em parceria com a sociedade civil, que já vem se engajando com o museu nos últimos anos e possibilitou que ele alcançasse o patamar de destaque em que está hoje”, completa.
“O MASP em Expansão significa a maior operação de filantropia brasileira com apoio de famílias brasileiras, sem incentivos fiscais ou quaisquer estímulos governamentais. Este movimento transformará o MASP no maestro das instituições culturais da Avenida Paulista, consolidando este importante corredor cultural brasileiro”, realça Ronaldo Cezar Coelho, presidente do comitê MASP em Expansão.
A expansão do museu foi primeiramente idealizada por Júlio Neves, arquiteto que ocupou o cargo de presidente do MASP por 14 anos, de 1995 a 2009. Na década de 1990, Neves foi responsável pela reforma que incluiu a instalação da reserva técnica do museu e a renovação do sistema de ar-condicionado. Ele participou da compra do edifício Dumont-Adams nos anos 2000 e desenvolveu o projeto inicial para o edifício. Ao longo dos anos, o projeto sofreu alterações para obter a aprovação dos órgãos de patrimônio histórico e atender aos novos usos pretendidos para o espaço.
“Esse projeto que se inicia agora está equiparado à tecnologia aplicada aos melhores museus do mundo e não conheço outra estrutura similar no Brasil. Acredito que o MASP em expansão será um caso ímpar de planejamento e modernidade em nosso país”, diz Júlio Neves.
O projeto arquitetônico é uma coautoria de Júlio Neves com o escritório METRO Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni. O escritório, que tem uma relação profícua com o MASP desde 2015, fez adaptações técnicas nos icônicos cavaletes de vidro desenvolvidos por Lina Bo Bardi que foram reinstalados no museu em 2016. Os displays flutuantes, que podem ser vistos no segundo andar, são um dos símbolos máximos do museu e fazem parte do projeto original da arquiteta. O METRO também foi responsável por adaptar as remontagens de expografias elaboradas por Lina para o MASP em exposições como Arte da França: de Delacroix a Cézanne (2015), Portinari popular (2016) e A Mão do Povo Brasileiro, 1969/2016 (2016-2017), além de criar novas expografias de mostras como Histórias afro-atlânticas (2018), eleita pelo jornal norte-americano The New York Times como uma das melhores daquele ano. Atuaram também em melhorias no prédio, como na troca dos elevadores, na reforma do grande auditório e da área administrativa do museu. Já a implementação do projeto será liderada por Miriam Elwing, gerente de projetos e arquitetura no MASP, com o apoio da Tallento no gerenciamento da obra e da Racional Engenharia, que ficará responsável pelo desenvolvimento dos projetos e execução da obra.
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Sobre o MASP
O Museu de Arte de São Paulo é um museu privado sem fins lucrativos, fundado em 1947 pelo empresário e mecenas Assis Chateaubriand (1892-1968), tornando-se o primeiro museu moderno no país. Chateaubriand convidou o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi (1900-1999) para dirigir o MASP, e Lina Bo Bardi (1914-1992) para desenvolver o projeto arquitetônico e expográfico. Mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul, hoje a coleção do MASP reúne mais de 11 mil obras, incluindo pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, abrangendo a produção europeia, africana, asiática e das Américas. Museu diverso, inclusivo e plural, o MASP tem a missão de estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Para tanto, deve ampliar, preservar, pesquisar e difundir seu acervo, bem como promover o encontro entre públicos e arte por meio de experiências transformadoras e acolhedoras.
Por Jamille Menezes – FSB Comunicação
Imagem: Divulgação
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