Parceria entre MAM-SP e Instituto CPFL reuniu 35 obras em Campinas, além de atividades educativas e formações gratuitas para educadores
A herança do impressionismo brasileiro foi o tema retratado em 35 obras presentes na exposição Tinta sobre Tinta: acervo do MAM no Instituto CPFL, encerrada no último dia 30 de novembro. A mostra, que estava em cartaz na galeria de artes do Instituto CPFL desde agosto, recebeu mais de seis mil visitantes e a seleção reuniu obras de artistas como Flávio de Carvalho, Iberê Camargo e Tomie Ohtake, além de obras dos artistas campineiros, Francisco Biojone e Vânia Mignone. “Foram 17 semanas de exposição, com média de mais de 350 pessoas por semana e isso nos mostra que oferecer uma programação cultural gratuita é um fator motivador para que a população tenha acesso às artes”, explica a gerente executiva do Instituto CPFL, Daniela Pagotto.
A exposição recebeu visitas de 133 grupos, ativando as cidades que compõem a Região Metropolitana de Campinas por meio das Secretarias Municipais de Educação e Diretorias de Ensino, atingindo escolas e profissionais da rede pública municipal (57,9%) e estadual (3,8%) e escolas particulares (12,8%). Além desse público, a equipe educativa da exposição também atendeu Instituições sociais, como ONGs, equipamentos da assistência social ou de medidas sócio-educativas, que representam 9,8% dos visitantes. As instituições de Ensino Superior, casas de repouso, grupos de cursos técnicos e outros públicos representam 15,8%. Do total, 82 grupos correspondem a instituições públicas (escolares ou outras), contemplando 2.181 visitantes. “Mais da metade dos grupos de visitantes são de escolas municipais e 27,1% da faixa etária dos grupos corresponde a primeira infância, dos 3 aos 6 anos, evidenciando nosso perfil como facilitadores na iniciação à arte, trazendo para Campinas as mostras que geralmente ficam restritas ao eixo São Paulo-Rio”, destaca a executiva.
Acessibilidade foi destaque
Com visitantes de 22 cidades, a exposição se destacou pela acessibilidade. Além de disponibilizar audiodescrição para 15 pinturas, a exibição contou com educadora bilíngue, fluente em português e língua brasileira de sinais – Libras. Também foram produzidas maquetes táteis de três pinturas da exposição. Tais recursos foram utilizados em visitas de públicos com e sem deficiência, como material pedagógico para ampliação de repertórios e contato com o tema da acessibilidade. Em especial, as maquetes garantiram os direitos e acessibilidade cultural para quarto grupos com pessoas deficientes visuais e a outros três grupos com participantes surdos.
Também é importante ressaltar a expressividade no agendamento de visitas por pessoas com mobilidade reduzida, do espectro autista e com deficiência intelectual, também sendo assistidos pela equipe sensibilizada ao tema.
Outros destaque da exposição foram as artistas mulheres selecionadas na curadoria do MAM-SP. Exibindo uma ampla variedade de temas e propostas, Amélia Toledo, por exemplo, foi representada com a tela abstrata “Branco”, de 1995. Já Vânia Mignone revelou sua poética de rostos aliados a frases, tecendo uma trama narrativa – a obra da artista campineira selecionada para a exposição foi “Amparo”, de 1997. Tomie Ohtake, Maria Leontina, Maria Helena Andrés, Mônica Nador, Leda Catunda e Sheila Brannigan completam os nomes femininos.
Formação de educadores e atividades educativas
Os encontros de formação de educadores capacitaram 243 pessoas, em cinco encontros promovidos pelo educativo do MAM-SP, entre os meses de agosto e novembro. Os temas dos encontros foram: Cultura da Infância como Prática Educativa, com Mirela Estelles; A poeticidade da Imagem – Audiodescrição nas Artes Visuais e no Cinema, com Bell Machado; Culturas Surdas – Mediações Culturais em Libras, com Léo Castilho; O Desafio da Convivência na Diferença: reflexões sobre a loucura, com Gal Soares Di Sordi; e Acessibilidade Transversal, com Daina Leyton.
Nas atividades educativas, as ações foram direcionadas para públicos específicos e espontâneos, com quatro ativações durante o período da exposição e a participação de 115 pessoas: Infantividade, atividade especial em comemoração ao Dia das Crianças com um game de criação de palavras que não existem; Pintura para Bebês, que trouxe tintas comestíveis para que bebês pudessem exercer sua criatividade com pincéis, mãos e corpo; Pinturas Fantásticas, que convidou os visitantes espontâneos a criarem suas próprias paisagens, utilizando tecidos, papéis e linhas, com base nas obras da exposição; e a Pintura em Movimento, que usou a dança para expressar as nuances das pinturas da exposição.
Sobre o Instituto CPFL
O Instituto CPFL, plataforma de investimento social privado do Grupo CPFL, completa 16 anos de atividades em 2019 com a missão de integrar os programas culturais, sociais e esportivos da companhia em uma única rede, transformando por meio do conhecimento as comunidades onde atua. As transmissões e o acervo online dos encontros do Café Filosófico CPFL são disponibilizados no Youtube, no site, no app institutocpflplay e no Facebook. O programa editado é exibido aos domingos, às 21h, na TV Cultura. Além das atividades difundidas na TV e nas plataformas digitais, o Instituto CPFL, com sede em Campinas, promove gratuitamente em diversas cidades, sessões de cinema, concertos, corridas e passeios ciclísticos. Amplia também as ações sociais voltadas ao fortalecimento da cidadania. O Instituto CPFL fica na rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, em Campinas/SP.
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Por Juliano Amorim
Imagem: Acervo Instituto CPFL