Mostra reflete sobre similaridades entre o Brasil e cinco países de língua portuguesa da África. Esculturas de pau preto dos Makonde (Moçambique), Panus di Penti da Guiné Bissau, as psilhelekedane do artista moçambicano Dino Jehtá e o artesanato teçume do povo Sateré-Mawé (Amazônia, Brasil), além de vídeos com depoimentos dos artistas, integram a exposição.
Público poderá visitar gratuitamente, mediante agendamento prévio feito na página da unidade na Internet (sescsp.org.br/consolacao). No Sesc, a retomada de atividades presenciais segue protocolos de órgãos de saúde pública para evitar o contágio e disseminação da Covid-19
Refletir sobre as semelhanças e trocas culturais entre o Brasil e os cinco países africanos que também foram colonizados por portugueses: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Este é o fio que conduz a exposição Países Espelhados: objetos, imagens, sabores, memórias: encontros culturais entre o Brasil e nações africanas de língua portuguesa, mostra inédita em cartaz a partir de 24 de novembro no Sesc Consolação. Com curadoria do designer Renato Imbroisi, a exposição reúne imagens, objetos de arte e artesanato, produção têxtil, esculturas e criações literárias destes seis países.
A mostra, que teve sua abertura adiada devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, poderá ser visitada gratuitamente pelo público de terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio pelo site sescsp.org.br/consolacao . A permanência máxima na unidade é de 60 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas durante toda a visita.
A exposição reforça a potência dos intercâmbios culturais e promove o respeito às diferenças – valores que dialogam com o propósito do Sesc São Paulo. Por meio de Países Espelhados: objetos, imagens, sabores, memórias: encontros culturais entre o Brasil e nações africanas de língua portuguesa, a instituição reforça seu compromisso em incentivar a difusão de expressões artísticas que contribuem para provocar reflexões e ações na construção de sociedades mais justas e solidárias.
Um dos objetivos da mostra é celebrar os traços comuns entre esses povos distantes e revelar a alegria de se reconhecer no outro. Um mapa na parede da entrada do Sesc Consolação indica a localização de cada país que integra a exposição e traz uma descrição sucinta de elementos de sua história e cultura que se relacionam com as peças exibidas no espaço.
Esculturas de pau preto dos Makonde (Moçambique), Panus di Penti da Guiné Bissau, as psilhelekedane do artista moçambicano Dino Jehtá e o artesanato teçume do povo Sateré-Mawé (Amazônia, Brasil), além de vídeos com depoimentos dos artistas, integram a exposição. O cotidiano dos mercados também estará contemplado na mostra por meio de fotografias e objetos/ obras.
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Renato Imbroisi, curador da mostra e coautor do livro LÁ e CÁ – trocas culturais entre o Brasil e países africanos de língua portuguesa (Editora Senac), escrito com Maria Emilia Kubrusly, observou a percepção da proximidade cultural do Brasil com países da África há 17 anos, quando foi a Moçambique pela primeira vez para organizar uma escola de artes para jovens na aldeia de Maciene.
Uma das primeiras peças que viu nessa viagem foi um tecido feito em tear manual com tiras de capulanas (nome local para os coloridos panos africanos), que lhe remeteu imediatamente à tecelagem manual praticada no povoado rural do Muquém, em Minas Gerais, com tiras cortadas do também colorido chitão, tecido bem brasileiro.
A partir daí, em muitas viagens anuais para Moçambique e outros países africanos de língua portuguesa onde trabalha, Imbroisi manteve olhar atento a proximidades e distâncias: as tramas em palha da palmeira piaçava tingida em cores vivas no litoral Norte da Bahia e a cestaria feita com espécie semelhante de palmeira, também coloridíssima, no litoral Norte de Cabo Delgado, em Moçambique; os grafismos da cestaria tradicional dos povos baniwa, da Amazônia, e os desenhos semelhantes produzidos por uma cesteira de São Tomé e Príncipe; os chamados panus di terra, de Cabo Verde, que remetem ao tradicional pano da costa, da Bahia; as esculturas em mafurreira, madeira leve de Moçambique, que reproduzem, em miniatura, cenas cotidianas, e a modelagem em argila do Mestre Vitalino e gerações de seguidores de seu estilo na cerâmica figurativa do Nordeste, entre muitas outras descobertas e constatações.
Na mostra, peças feitas por artesãos destes seis países serão apresentadas, assim como fotografias de paisagens e cenas dos países de seus autores, de suas obras e dos locais onde vivem. O curador reforça que o público será instigado a refletir sobre uma semelhança que, justamente por não ser idêntica, revela a pluralidade cultural.
“É comum para nós, brasileiros, sermos surpreendidos ao desembarcar nestes países, até pelo jeito de falar português, diferente do nosso e do de Portugal também. Há uma sensação de reconhecimento, a impressão de estar perto de casa, ou de já ter visto alguma coisa dali, vivido situação semelhante. Ao mesmo tempo, a diversidade cultural traz admiração e o prazer de se deparar com algo novo, com identidade própria definida, diferente de nós e, por isso mesmo, encantador”, pontua Renato Imbroisi.
Orientações de segurança para visitantes
O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.
Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.
A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.
Serviço:
Países Espelhados: objetos, imagens, sabores, memórias: encontros culturais entre o Brasil e nações africanas de língua portuguesa
Local: Sesc Consolação
Curadoria: Renato Imbroisi
Período expositivo: 24 de novembro de 2020 a 27 de fevereiro de 2021
Funcionamento: Terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h
Tempo de visitação: até 60 minutos
Agendamento de visitas: https://www.sescsp.org.br/consolacao
Classificação indicativa: livre
Grátis
Sesc Consolação – Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque.
Informações: (11) 3234-3000
Transporte Público: Estação Mackenzie do Metrô – Linha 4 – Amarela
sescsp.org.br/consolacao
Por Diogo Marins Locci
Imagem: Divulgação
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