Os vencedores serão conhecidos durante o CONAD em São Paulo, que ocorrerá nos dias 21 e 22 de agosto
A 3ª edição do concurso Láurea Máxima, idealizado pela Associação Brasileira de Design de Interiores (ABD), acaba de revelar os finalistas. Três catarinenses estão entre eles. A premiação tem como público-alvo estudantes de Design de Interiores de todo o país, e que desenvolveram o TCC no ano passado em instituições de ensino brasileiras autorizadas pelo MEC.
Nove finalistas concorrem em três categorias: Técnico, Tecnológico e Bacharelado. Gizelli Flôr de Jesus, Lucieide Concari e Nicolle da Silva Rios, todas de Santa Catarina, egressas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), disputam o primeiro lugar do nível Tecnológico. A votação é aberta e pode ser feita pelo site da ABD (http://abd.org.br/laurea-maxima) até o dia 30 de julho de 2019. Os ganhadores de cada categoria serão conhecidos no dia 22 de agosto, em evento de premiação que será realizado no 12º Congresso Internacional de Design de Interiores (CONAD), no SP Expo, em São Paulo.
Os concorrentes receberão certificado emitido pela ABD, o Troféu ou Placa Láurea Máxima Brasil Design de Interiores e uma viagem para São Paulo, com duas pernoites durante o festival Design Weekend.
Conheça os projetos finalistas de SC na categoria Tecnológico
Casa Parangolé
Gizelli Flôr de Jesus, da Univali Campus Florianópolis, propôs um projeto de interiores de uma Casa de Apoio Humanizada para a População em Situação de Rua (PSR), fazendo adequações em um imóvel já existente, localizado no Centro de Florianópolis. O projeto desenvolvido corresponde a um recorte de 116,47m² da edificação de 251,74m², situada no pavimento térreo.
O projeto foi intitulado de Casa Parangolé, inspirada na obra “Parangolé” de Hélio Oiticica. “Assim como as capas feitas de panos coloridos, estandartes e bandeiras criadas pelo artista que serviam para serem usadas ou carregadas, revelando-se apenas quando vestidas e movimentadas pelos espectadores, a Casa Parangolé só fará sentido se os moradores se apropriarem dela de forma a vesti-la”, explica Gizelli.
A partir dos preceitos do Design Centrado no Usuário (DCU), foram priorizados alguns espaços: galeria e estar, sala de apoio e acolhimento, sala multiúso, cozinha e estoque. O objetivo da casa, segundo a autora do projeto, é o de acolher – por um período já pré-determinado – 20 homens em situação de rua, proporcionando ambientes complementares para amparar sua reintegração na sociedade. A ideia é a de transformar os espaços existentes em locais, nos quais os usuários sintam-se acolhidos em uma casa, deixando de ser um local apenas para comer e dormir.
Gaslamp Bar
Um projeto com foco no entretenimento. O Gaslamp Bar foi proposto por Lucieide Concari, da Univali Balneário Camboriú, como uma opção de lazer para os moradores de Navegantes. A ideia para a criação do conceito resultou de um estudo feito sobre bares. O primeiro estabelecimento chamado “bar” surgiu na Califórnia/EUA. Lucieide também descobriu o distrito histórico de Gaslamp Quarter, considerado o ímã noturno da cidade de San Diego/CA.
“É possível perceber as características marcantes das edificações – muitas de 1880 – e da preservação ao longo dos anos. Destaque para os letreiros iluminados, fachadas e calçadas de tijolinhos. Referências que nortearam o projeto”, pontua.
Não por menos, o projeto elaborado engloba várias das características presentes no distrito de Gaslamp, ressaltando os estilos Art Déco e Vitoriano, e as variadas cores presentes no Horton Plaza (shopping existente em Gaslamp Quarter), que foram aplicadas nas paredes e mobiliários.
A intenção é trazer um espaço diferenciado e conceitual, pensando na saúde e bem-estar das pessoas de Navegantes, atendendo uma demanda por locais de entretenimento.
Centro Dia para Idosos
A necessidade de um espaço para acolher pessoas na terceira idade, na região da praia de Cabeçudas, em Itajaí, motivou o projeto de um Centro Dia para Idosos, desenvolvido por Nicolle da Silva Rios, também formada no Campus da Univali BC. Além de acolher, a ideia é que o espaço possa entreter idosos durante o dia, possibilitando que o mesmo socialize e trabalhe suas capacidades físicas e psicológicas com atividades recreativas, e no final da tarde retorne para sua casa
Nicolle trouxe como inspiração o filme “Pleasantville – A Vida em Preto e Branco”, justamente pela mensagem envolvida: “a vida é muito mais prazerosa quando colorida”. Foi observada a possibilidade de trabalhar com a terapia da memória, que consiste em trazer recordações do passado ao espaço de convívio, que tem o poder de reviver memórias e habilidades perdidas, trazendo também alegria e a sensação de “estar em casa”.
“No projeto observa-se a importância das cores no design de interiores, em especial nos ambientes relacionados às instituições dedicadas ao cuidado de idosos. Geralmente, tais instituições usam uma paleta de cores neutras e frias, que não são estimulantes e muitas vezes remetem a lembranças de clínicas e hospitais”, explica.
Neste contexto, o Centro Dia para Idosos traz a sensação de descoberta e vai se colorindo aos poucos, iniciando por um hall de entrada inteiro nas cores preto e branco e finalizando no atelier que brinca com diferentes cores e texturas, que inspiram e despertam curiosidade.
Por Jana Hoffmann
Imagens: Divulgação