Desde que o Coronavírus se espalhou pelo mundo inteiro, diversas mudanças ocorreram no dia a dia, entre elas o distanciamento social. O que poderia ser motivo de solidão para as pessoas, se tornou uma oportunidade para alguns artistas. Com o isolamento, a chance de tirar aquele projeto do fundo do baú veio à tona. Com mais de 140 mil obras de mais de 6 mil artistas a Urban Arts recebeu nos meses de março, abril e maio quase 15 mil novas artes para serem analisadas pelo time de curadoria da marca. Só os artistas Peveéssi, Pedro de Abreu Libanio e Alexandre Reis já tiveram, somados, quase 100 novas artes aprovadas durante este período.
A fotógrafa Welly Venga da Silva, ou simplesmente Peveési – como é conhecida -, conta que em um momento tão tenso, ela encontrou na arte uma forma de confortar e contribuir criando obras mais alegres, com boas energias e mensagens de esperança. “Estando mais em casa, consegui olhar um pouco mais para o mundo teen. Com a ajuda da minha filha adolescente, pude criar artes para esse público. Foquei em obras para o quarto deles, com mensagens de positividade, de ânimo e incentivo”, afirma Peveési
O que para ela começou como um hobby, hoje faz com que o momento criativo se torne um bom motivo para se aproximar e aproveitar mais o tempo com os filhos. “Com esse apoio familiar e o trabalho em equipe, ela já produziu mais de 40 artes com cores mais vivas, que transmitem conforto e motivação para as pessoas”, complementa.
Quem também aproveitou esse período para experimentar novos caminhos foi o designer gráfico Pedro de Abreu Libanio. Desde meados de março até agora, ele já teve 32 obras aprovadas pela equipe Urban Arts. Além de aprimorar a técnica que já utilizava, ele aproveitou o período para estudar e desenvolver novos métodos. “Artes digitais são um campo riquíssimo de recursos. Então, sempre precisamos nos aprimorar e descobrir novas possibilidades”, comenta.
Como resultado, ele fugiu do estilo que já o consagrava e testou novas habilidades nos quadros ‘Space and time 1’ e ‘Space and time 2’. “Gosto de experimentar e variar os tipos de trabalho. Tenho muitos abstratos e geométricos no meu portfólio, mas também tenho fotografias, aquarelas e figurativos”, completa.
Como uma forma de terapia, Alexandre Reis também utilizou a arte, mas para se resguardar da loucura da pandemia. Acostumado com o mundo tecnológico, onde atuou como analista e desenvolvedor por mais de 14 anos, ele seguiu o seu caminho criativo. Apesar da queda na renda com o fechamento da economia, ele conta que utilizou o tempo de isolamento social para produzir mais de 30 obras durante este período. “Algumas já enviadas para a curadoria da Urban. Outras ainda aqui na gaveta aguardando o momento para ganhar asas”, revela.
Para aproveitar o momento e renovar o seu portfólio, o artista resolveu revisitar as suas duas coleções mais famosas, ‘Curves’ e ‘Entrelinhas’, e criar várias peças com novos olhares. A novidade fica pela utilização de elementos geométricos inéditos em seu traço e o uso de desenhos que lembram silhuetas femininas para dar ainda mais leveza às obras.
Comum aos três, o uso da arte como forma de escape ao mundo exterior é observado de forma acentuada. “Essas obras desenvolvidas durante esse período de quarentena puderam ganhar novos traços e experimentar novos caminhos, seja pelo convívio mais constante com os familiares ou por meio do estudo focado em novos conhecimentos, o que podemos afirmar com certeza que o ócio acabou sendo muito produtivo”, afirma André Diniz fundador da Urban Arts.
Urban Arts
Referência no mercado de artes, a Urban Arts nasceu em 2009 da materialização do sonho de André Diniz, um apaixonado por design e ilustração, de tornar a arte acessível. A galeria que nasceu online e hoje já conta com 25 unidades físicas em 12 estados e o Distrito Federal, traz consigo a ideia de reunir artistas independentes do Brasil e do mundo produzindo artes exclusivas, autorais e com tiragem limitada de forma acessível a clientes. A entrada do sócio Gustavo Guedes abriu novos horizontes e fez com que a marca multiplicasse seu faturamento ao tecer uma rede de franquias sólida. Após 10 anos, o acervo da Urban Arts conta com mais de 140 mil imagens de mais de 6 mil artistas.
Por Marcelo Hermsdorf
Imagem: Divulgação