Setor do artesanato é um dos afetados pela crise provocada pelo novo coronavírus e a ferramenta apoia as artesãs de todo o Brasil;
São 800 costureiras cadastradas no site;
Preço médio é de R$ 5,00 e a compra é feita diretamente com as costureiras.
A pandemia da Covid-19 trouxe ao cenário das ruas e estabelecimentos comerciais do país um novo artefato, que são as máscaras faciais de proteção. O uso das máscaras tornou-se uma necessidade a quem deseja se proteger da contaminação do novo coronavírus e obrigatório em alguns estados e cidades brasileiros. Esse é o caso do Estado de São Paulo, onde passou a valer, a partir do dia 4/05, a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção em qualquer transporte público. Outras regiões também se adaptam aos novos tempos. Por outro lado, o setor de artesanato é um dos mais afetados por essa crise, deixando centenas de artesãos sem renda pela país.
Para suprir uma necessidade e apoiar as artesãs, a Rede Asta – negócio social que há 15 anos atua na economia do feito à mão desenvolvendo artesãs em empreendedoras pelo país – lançou uma plataforma que permite localizar as costureiras e artesãs que produzem as máscaras de tecidos em 170 cidades brasileiras. Ao todo, são 800 costureiras e artesãs cadastradas no localizador, com maior concentração na região sudeste do país. Basta acessar o link.
A geolocalização oferecida pela plataforma permite a entrega das máscaras em poucos dias, por estarem próximos comprador e costureira, ao mesmo tempo em que incentiva o comércio local. “Nossa rede sempre procurou apoiar as mulheres artesãs na geração de renda. São muitas vezes a única pessoa da família a ter uma renda é a artesã. Por isso, estão sofrendo o impacto direto com a pandemia e muitas passando necessidades. O Brasil possui mais de 10 milhões de artesãs. Reunimos nesta ferramenta uma parcela delas, mas outras ainda podem entrar”, diz Alice Freitas, que fundou a Rede Asta em 2005 com Rachel Schettino.
Segundo ela, o perfil da artesã que compõe a rede é de mulheres entre 40 a 60 anos, das classes C e D, e 80% são a única fonte de renda da família. Cada uma produz em torno de 60 máscaras por dia, de tecido e estampas variadas. “É importante destacar que a plataforma não é e-commerce, mas uma geolocalização, pela qual as pessoas e empresas podem encontrar as costureiras mais próximas e fazer a encomenda diretamente a elas”, diz Alice.
Entre as artesãs está Luciane Braga, 50 anos, de São Paulo, que mora com os pais de 87 anos. Ela produz bonecas e bichos de panos para crianças, mas sem a opção de vender suas peças nas feiras, por conta da Covid-19, ela costura atualmente máscaras faciais. “A plataforma foi uma ideia maravilhosa porque tem muitas mulheres fazendo as máscaras, mas não sabem como vendê-las. Esse contato será direto com o interessado. Eu posso enviar pelo Correio, por motoboy ou a pessoa pode retirar. Tenho fé que a plataforma vai nos ajudar a vender mais peças, pois precisamos, diz ela, que também afirma que pode customizar as peças com bordado livre, retalhos e confeccioná-las em tamanhos diferentes.
Sobre a Rede Asta
Rede Asta é um negócio social que atua na economia do feito à mão desenvolvendo artesãs em empreendedoras que transformam resíduos em produtos bons, bonitos e do bem.
A Rede Asta foi fundada em 2005 por Alice Freitas e Rachel Schettino, ex-executivas que decidiram se tornar empreendedoras sociais. Alice havia viajado para a Índia a fim de conhecer de perto negócios sociais que aconteciam no país e se interessou pelo feito a mão ao ver as artesãs tecendo. Ela e Rachel iniciaram o negócio social com o objetivo de valorizar o artesanato brasileiro e empoderar as artesãs, o que vêm fazendo desde então.
Por Julia Rezende Ribeiro
Imagem: Divulgação